Amigos como o arco-iris

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Deixei Brad na namorada e pedi que o outro vagabundo que andava de carro as minhas custas esperar um pouco. Tinha um outro lugar pra ir.

Rose não ia trabalhar a um tempo, vocês lembram do marido doente dela certo? Sua rotina agora era hospital, exames e remédios para o velho. Mas tudo bem, ele fazia ela feliz, então torço muito pra que dê tudo bem. Realmente estou mudado.

Meu eu egoista de dezessete anos estaria esperando a morte do cara, pra continuar a ter lençóis limpos e a atenção que nunca teve dos pais.

- A Rose tá aí? - Falei no interfone do prédio vitoriano branco.

- Não ela está no hospital! - um idoso me respondeu e eu voltei pro carro.

Achei estranho, o velho era pra ser o motivo dela estar no hospital, mas tudo bem, esse deve uma dessas casas que mora um montão de gente velha que joga bingo todas as noites!

POVs JAMES

Tristan me deixou na porta de Anne, e eu não tinha a mesma coragem e pressa de batê-la como fiz na outra casa mais cedo.

Essa era uma das horas mais decisivas da minha vida, era tudo ou nada!

- O que está fazendo aqui senhor McVey? - O pai dela e seu bigode enorme abriram a porta, e não pareciam nada feliz.

- Preciso conversar com Anne!

- Você não vai conversar com a minha garotinha. - Ele falou num tom mais bravo e grave do que anteriormente. - Tive que ver ela chorar por um inteiro mês por sua conta, você não trará mais sofrimento a ela!

- Mas senhor eu... - e bateu a porta na minha cara.

Qualquer outro dia eu teria voltado para a casa chateado por ter desapontado quem até que fosse e falhado com meus princípios mas hoje não!
Eu preciso dela, o mais rápido possível.
E não quero que ela se sinta mal, nem por um segundo mais!

Temos famílias judias droga, Tristan pode estar certo, não transamos, mas não dá pra se pegar nós jantar com a mesa cheia ou na sala de estar com todos nos vigiando.

Então no ensino fundamental, depois da aula, todos os dias, trazia Anne em casa, esperava que ela entrasse e subia até sua janela por um cano subindo na cerca do vizinho.

E é exatamente o que eu to fazendo agora, mas digamos que eu não tenha a mesma musculatura de quando tinha quatorze anos.

- Anne! Anne! - Comecei a gritar quando estava na metade da minha escalada, sabendo que não chegaria tão longe.

- Que merda é essa? -Ela apareceu na janela.

- To tentando consertar tudo!

- Eu não vou deixar a janela aberta pra você como no nono ano James...

- Ela já está aberta Anne, só me dê a mão! - Se esticou para segurar meu braço mas assim que o fez e eu depositei o peso do meu corpo nas mãos dela, foi chão, na certa!

- JAMES!

Ela desceu as escadas com muita pressa pra ter chegado no gramado do lado de fora tão rápido e balançado minha cabeça em seu colo para que eu acordasse.

- Não pense que estou com pena de você por ter caído como um passarinho morto no chão!

- Você é ruim... - Ri da metáfora dela esfregando minha cabeça e sentando a sua frente no gramado do seu jardim.

- Você merece!

- Eu sei, eu sei, mas to aqui para concertar as coisas.

- E como pretende fazer isso?

- Te contando a verdade, esclarecendo um mal entendido, não aconteceu nada Anne!

- Tá de brincadeira comigo... - Ela se levantou para ir mas segurei sua mão fazendo com que ela me olhasse, ela reconheceria esse toque em qualquer lugar do mundo, e fazia muito tempo que não o tinha.

- Conversei com a garota...

- Não quero ouvir nada sobre ela!

- Pode deixar de ser a pessoa mais teimosa e cabeça dura que eu conheço por cinco minutos? - Sorri pra ela, que sorriu de volta, por saber que essa era a mais pura verdade.

- Não é brincadeira, conversei com ela, que me confirmou que nada aconteceu, os meninos me falaram de uma teoria louca que quando você é virgem sabe que transou e eu não senti nada no outro dia, - ela me fitou com os olhos. - e a garota que eu não faço ideia do nome e nem quero fazer, disse que "achou que era pra entrar na piscina de bolinhas tinha que tirar as roupas"!

- Isso é a coisa mais idiota que eu já ouvi na minha vida, e de qualquer jeito ela estava pelada do seu lado!

- Seminua! - Me repreendeu com o olhar. - Não que eu lembre, Brad que fica falando dos detalhes.

- James, eu não sei...

- O que mais eu vou ter que fazer para te provar? Não é como se eu tivesse as filmagens do quarto dos pais do Bradley. - Ri dando de ombros.

- Eu quero as filmagens! - Ela falou seria.

- Ah, e fui eu que dei a ideia... - respirei fundo - Até eu conseguir elas estamos bem? - Pude ouvir a voz de Tristan dizendo "gado", a essa altura do campeonato já estava preso na minha mente.

- Sim, estamos!

- Em que nível de bem? - Reparei que ela estava pensando algo, bem longe, e demorou para responder - namorado e namorada?

- Amigos com benefícios.

- O que?

- Amigos com benefícios, não ouviu direito?

- Ouvi Anne, é que isso é ridículo, faz um bom tempo que não somos amigos...

- A cinco minutos você era meu inimigo, quer voltar a ser isso?

- Não!

- Então prontos, amigos com benefícios! - Ela deu as costas pra mim. - Me adiciona no Snap, fiz um depois que terminei.

- Snap? Eu sei seu número de cor desde os doze anos!

- James, eu disse Snap...

- Ok, eu aprendo a mexer nessa coisa! - Ela entrou dentro de casa, sem se virar para despedir, era muito orgulhosa para isso. - ESPERA, VOCÊ NÃO USOU O SNAP PRA TROCAR NUDES NÃO NÉ?? TRISTAN DISSE QUE ESSA MERDA SÓ SABE PRA ISSO!! ANNE?? ANNE?? - gritei em baixo da janela dela e ela só a abriu para rir de mim e do meu desespero.

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