Único

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Nami... - o moreno entrou na sala de cartografia, mas o ranger da porta de madeira o denunciou antes mesmo de entrar

O que foi Luffy? - Com uma veia levemente saltada na testa ela se vira para seu capitão

Posso tocar nas suas orelhas? - se aproximando com as mãos estendidas, ele vislumbrou aquelas orelhas peludas que sempre lhe chamaram atenção.

Agora não! - ela se virou zangada e completou inflando as bochechas - eu estou ocupada!

A Nami... - fazendo um pouco de manhã ele se aproxima mais ainda - Por favorrrrr

Aaaaa - vendo que não tinha mais jeito, ela suspirou já cansada, na verdade, ela precisava mesmo daquilo, fazer mapas era realmente estressante de vez em quando - tudo bem, contanto que seja só nas orelhas... e nada de barulho!

OBA! VOCÊ É A MELHOR!!!! - o capitão gritou erguendo os braço para o alto

IDIOTA!!! - e ela respondeu com um cascudo - O QUE EU TE DISSE SOBRE BARULHO???!!!

Iteeee - passando a mão no galo ele novamente voltou sua atenção para as orelhas da navegadora - shishishi - colocando uma mão em cada orelha da usuária da Neko Neko no mi Luffy passou a massagear elas com carinho - Nami, suas orelhas são as melhores.

O-obrigada - ela jamais poderia negar que não gostava da sensação do toque dele, sempre gostou. Algumas lembranças começaram a pipocar sua cabeça.

Ela não comeu a fruta por que quis. Ela foi obrigada pelo Arlog. Sempre odiou aquela maldita fruta. Fez a divida dela aumentar em 100 milhões. Além de ganhar o apelido de gatinha assustada, e nunca mais poder nadar, nunca gostou de sua forma hibrida, ela ficava com o corpo no estado normal, mas em contra partida, coberta de pelos. Até achava a cauda e as orelhas fofas, mas caramba, BIGODES? Isso realmente era algo que ela preferia jamais ter. Ela passou anos treinando para poder usar a transformação do modo que mais gostava. E ela finalmente conseguiu. Deixando só a cauda e as orelhas, cobertas com pelos ruivos. A forma que ela mais gostava, ou melhor que menos desgostava.

"Posso tocar?"

Foi a primeira coisa que ele falou quando a viu naquele estado.

Na ilha laranja, ela acabou se assustando e entrou na forma hibrida na frente de Luffy. A maioria das pessoas correria, acharia feio, chamariam ela de monstro, ele achou aquilo um máximo. Talvez foi ai que ela começou a gostar dele... Não, do jeito que ela realmente gostava dele, foi depois de ter salvado ela, depois de ter derrotado Arlog. Depois dela mesmo ter traído ele, ela dizer que ele era a SUA companheira.

Ela se sentia muito à vontade no bando, ninguém ria das suas orelhas. Geralmente, ela vivia na forma hibrida lá, na forma que ela tanto treinou para poder usar... Em raras vezes ela entrava na forma de gato e mais raras ainda na humana.

Ela não era mais Nami, a gata assustada como Arlog dizia, ela era Nami, a gata ladra, a navegadora do bando do chapéu de palha.

Luffy passou a acariciar a cabeça dela também. Mesmo a ruiva dizendo só as orelhas, sabia que ele não ia ouvir. E ela adorava isso. Adorava o carinho dele. Sempre sentiu falta do carinho de sua mãe e irmã. Acabou encontrando o mesmo tipo no bando dos chapéus de palha. Mas, com Luffy era de uma maneira diferente.

Ele tinha uma jeito único, no começo achava que era só admiração. Mas depois ficou claro que não era só isso. Sentia uma frequente necessidade de estar com ele, de chamar atenção dele...

Sua forma de gato era perfeita pra isso. Adorava ir na surdina quando ele e outros estavam pescando e pegar um peixe fresco do balde de pesca, fazendo ele rir daquilo, ou quando ele estava distraído com qualquer coisa, pegava o chapéu de palha, fazendo ele correr atrás dela, mesmo podendo esticar o braço ele preferia sempre correr atrás dela. Depois que ela cansava de escapar dele, entrava forma hibrida e passava o resto do dia usando aquele chapéu. E se ele pegava ela? Era ele quem botava o chapéu na cabeça dela quando terminavam a brincadeira.

Mais o que mais gostava, era ir para o colo do capitão. Era uma gata no final das contas, tinha esse tipo de necessidade. Ela adorava ver o mar no colo dele, na cabeça do Merry, e depois na do Sunny, ela se sentava no meio das pernas dele esperando ele começar a fazer carinho nela. E ele sempre fazia.

Não importava a hora q fosse, ele sempre correspondia os pedidos de carrinho dela. Mesmo naquela vez em que teve um pesadelo com Arlog, e decidiu ir como gato até o quarto do capitão, só para dormir aos pés da cama, ela foi puxada para junto dele, acabaram criando um habito estranho. Mas eles gostavam dessa estranheza toda.

Oe? - Luffy se virou para a porta tinha ouvido algo de lá, assim acabou tirando as mãos de Nami.

Sem carinho, sem Luffy, ela ficou assim por dois anos. Dois longos anos de pura saudade, sem ver ele, ela ficou na forma humana durante todo esse tempo, deixou o cabelo crescer, queria ver ele, quer sentir o toque dele de novo. Mas se sentia sempre triste com isso. Se sentia incapaz de retribuir o carinho dele. Mas quando se reencontraram... Era como se tudo não passasse de um sonho ruim. Ele colocou a mão nas orelhas dela e disse

"muito mais fofas do que eu me lembrava"

E o sorriso dele era muito mais lindo do que ela lembrava, de fato, parecia só um sonho ruim.

"Ele vai voltar a fazer carinho né?" - a navegadora passou a se perguntar o por que dele demorar tanto pra colocar a mão de volta na cabeça dela "Ele não vai me fazer implorar por isso né? NÉ?! A, que se foda"

E num ronronar suave, ela passou a esfregar cabeça pela mão dele, indicando que ele deveria voltar a acaricia-la.

Shishishi - E ele voltou. Pois afinal, ela era a gata ladra, a ladra do seu coração.

Posso tocar na sua orelha?Onde histórias criam vida. Descubra agora