1.

1K 134 44
                                    

Changbin corria, com o tênis infantil molhado pelas poças de água que acabou pisando na pequena corrida que fez. Via no horizonte objetos coloridos, aqueles sendo os brinquedos do parquinho onde ia praticamente todos os dias. Com os cabelos bem arrumados, uma jardineira e por baixo um moletom amarelo, a criança de 6 anos sorria e se encontrava ofegante depois da pequena caminhada. Esperando pacientemente o amiguinho que havia feito a alguns anos, seu ponto de encontro com ele era ali naquele lugar de diversão para crianças.
 
– binnie! – chama o garotinho de cabelos castanhos e um sorriso branquelo nos lábios. Andava apressado até o pequeno garoto. – Minho hyung! – sorri de volta e corre até o mesmo, assim o abraçando. Um momento tanto quanto adorável para os pais dos garotos que olhava a cena sorrindo.
 
Minho tira os braços do aperto na cintura de Changbin e coloca as mãos na bochecha do citado. – Suas bochechinhas continuam adoráveis e gordinhas para eu apertar. – diz enquanto as tinha esmagada em sua pequena mão. – Isso machuca, hyung! E não faz tanto tempo que não nos víamos. – diz enquanto ria do abobalhado a sua frente.

- Uma semana é demais para ficar longe de você – diz enquanto o guia até o balanço.

Changbin adorava a presença do Minho, vice e versa. Eles se amavam de uma forma boba e infantil. Era uma amizade doce e inocente. Ambos amavam conversar sobre o desenho que passava semanalmente na televisão, brincavam no parquinho e quando podiam, levavam brinquedos de casa e os compartilhavam entre si. Seus familiares as vezes marcavam jantares juntos, e deixavam os meninos aproveitarem a infância de uma forma saudável. Quando um ficava de castigo, o outro não brincava no parquinho e esperava pacientemente a volta do amigo. Como tido, era bobo e inocente.

- lino hyung – chama o garoto logo depois de descer o escorregador que brincavam. –  eu gosto de você, mas não de uma forma de amizade e sim amais. – diz brincando com os próprios dedinhos e envergonhado com o que acabou de dizer.
 
Minho não sabia muito o que dizer.
 
- ainda é muito novo, binnie. – fala, agora indo se sentar novamente no balanço. – quando ficarmos mais velhos, eu juro para você que podemos dar beijinhos e carinho. – Changbin ainda estava cabisbaixo, e tinha os olhinhos molhados e um coraçãozinho em turbos de batimentos rápidos.
 
O biquinho presente em seus lábios foi se desmanchar só depois que seu hyung veio o dar um beijinho na bochecha e último abraço naquela infância. Depois daquilo perderam o contato. A tona, a família Seo ficou sabendo que a Lee se mudou de cidade e não puderam se despedir por conta da correria. Changbin ficou magoado, mas logo esqueceu isso e seguiu a vida.
 
 

Changbin andava apressado pela cafeteria onde trabalhava. O avental bege preso na cintura, a bandeja em mãos e a correria por entre as mesas se tornou rotina. Logo depois que saia da faculdade – que ficava na esquina do trabalho, facilitando sua vida – ia pro trabalho. Só tinha ele para trabalhar de balconista e garçom, seu chefe dizia que não tinham renda para pagar outro, fala isso dês que contratou Changbin. Mas nunca reclamou, até recebia um dinheiro extra com aquilo, e ajudava nas despesas mensal.
 
Voltando para o balcão com a bandeja em mãos, algumas poucas sujas, elas quais estavam em uma porção de grande quantidade para ser carregada com uma só mão. Em um desequilíbrio com o tanto de coisas em suas mãos, deixa tudo cair e Changbin vai junto para o piso gélido e duro. Suas mãos com pequenos cortes e com uma pancada em sua cabeça, se encontrava com aquelas partes doendo.
 
- Changbin! Ei, levante. – diz uma voz conhecida. Era Chan, um cliente um tanto fiel. Sempre aparecia por lá e as vezes distraia o mais novo com suas piadas sem graça e sorriso que deixava suas covinhas a mostra. O loiro estende sua mão tentando ajudar Changbin a levantar, logo sentindo a mão macia do citado tocando a sua. Com um impulso se levanta, podendo novamente ficar de pé e agradecendo Chan, por lhe ajudar. As pessoas presente, como bons curiosos, olhava Changbin com preocupação, mas não mexia um dedo para o ajudar. – Vem, vou te levar pro médico.
 
No carro Seo brincava com os dedos ainda envergonhado com o que tinha acontecido. Não deixou explicação para seu chefe – que com certeza ficaria uma fera consigo, e o mandaria para a rua – e saiu andando com Chan o puxado, que resmungava o quanto o menor dos dois era irresponsável.
 
O ambiente do automóvel estava quieto, e nenhum dos dois trocaram uma palavra. Changbin observava a vista da janela, aquela que saia borrada pela movimentação do carro, mas não deixava de ser bonita as luzes da cidade.
 
Chegando no destino, o carro para e o loiro olha pro retrovisor, vendo Changbin ainda triste com aquilo.
- Não vai perder seu emprego, se é isso que está preocupado. Vou subornar seu chefe, ele com certeza não deixaria de aceitar dinheiro por um belo funcionário como você. – diz tentando melhorar a situação de Changbin, que sorri e silenciosamente agradece. Mesmo que achasse errado o suborno, não queria perder seu emprego, prometeu a seus pais que não pretendia pedir ajuda com questões financeiras  
 
- Vem, o chefe da clínica é meu amigo, não vai cobrar muito caro – diz adentrando as grandes portas de vidro, sendo acompanhado pelo moreno atrás de si.
 
A clínica não era grande nem pequena. Tinha um balcão para atendimento e agendamento, atrás dela ficava um moreno, mais ou menos da idade de Changbin. Os óculos redondos pendurados no nariz, quase os deixando cair, e tinha o olhar em um papel com diversas informações. Chan pigarreia chamando a atenção do rapaz atrás do balcão, que o olha e arruma o óculos arredondado nos olhos.
 
- Me desculpa, Senhor Bang. Não tinha visto que havia entrado. Mas o que faz aqui? – pergunta arrumando alguns papéis na bancada.
 
Changbin que ainda estava atrás de Chan, sorri de canto para o homem a sua frente.
 
- Esse é Changbin. E eu vim aqui para tratar esses ferimentos. – mostra os machucados na cabeça e alguns na mão. – Vou ficar aqui na recepção. Changbin vai lá, ele vai te tratar bem, hm? – reconforta o mais jovem que agradece e entra na sala do médico.
 
O assistente entra logo atrás, informando que o doutor chefe havia faltado e quem trataria de seus hematomas seria ele.
- Meu nome é Lee Minho, pode me chamar de Minho mesmo. – diz enquanto molha um algodão com álcool, ainda esperando Changbin se sentar.

kids | minbinOnde histórias criam vida. Descubra agora