Gordinho

E ainda assim eu te amo

Gordinho

por chogiyeol_

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Chanyeol dirigia atentamente pelas ruas agitadas de Seul, o horário contribuía para tal, diversas pessoas - assim como ele mesmo - saíam do trabalho e voltavam para suas respectivas em casa, onde provavelmente teriam o merecido descanso após uma rotina cansativa. Park Chanyeol estava no auge dos seus vinte e sete anos, porém sentia-se um idoso de sessenta; os músculos doloridos e tensos gritavam por si só, poderia até jurar que havia visto fios brancos em meio aos cachos escuros, um absurdo! - obviamente essa última parte era resultado de sua cabecinha dramática, mas seguimos firme. Amava exercer a função de advogado, recebia suficientemente bem (até mesmo podia dar-se ao luxo de comprar coisas mais caras e supérfluas) para viver confortavelmente e sem maiores preocupações, detinha certo renome na profissão e a sensação de justiça cumprida dava-lhe um prazer imenso. Entretanto alguns casos mais chatos e complexos, como o atual, exigiam maior atenção, e consequentemente acabavam com suas energias (e tempo livre). Que os deuses possuíssem dó de si, porque aparentemente seu chefe não tinha. O alfa iria surtar.

Até horas extras precisava fazer, já que alguns problemas menores acumularam-se e quando menos percebera existia uma pilha monstruosa a resolver. Mal podia esperar para chegar em casa e ver Baekhyun, seu ômega (o qual orgulhosamente também chamava de noivo), enchê-lo de beijos, abraços e ter ataque de fofura com o baixinho. Sentia-se culpado por nas últimas semanas não ter dado a atenção que o menor merecia, seu coração doía pelo tempo reduzido com seu Baekkie, por isso iria fazer uma surpresa ao pequeno; havia adiantado tudo o que podia e conseguira (com muitíssimo esforço) sair mais cedo, e mesmo com as estradas cheias de carros ainda iria chegar num bom horário.

Se perdendo em devaneios - a maioria sendo sobre Baekhyun, porque sim, era um alfa babão -, nem notara quando estacionou o carro na garagem espaçosa da casa deles. Costumavam morar num apartamento confortável e amplo que comportava perfeitamente o casal, mas após certos acontecimentos decidiram mudar para um bairro conhecido pela segurança e tranquilidade, além do ótimo comércio. Devido a isto, o preço dos imóveis era um pouco mais alto, porém nada que o salário de ambos não suportasse. O - por enquanto - Byun achou um exagero aquele tamanho, todavia o Park possuía uma boa lábia (e outros recursos que precisam ser citados agora) que conseguiu convencer o ômega. De forma resumida, a atual residência consistia em: três quartos, um sendo suíte, dois banheiros, garagem com espaço para dois carros e um quintal nos fundos. O essencial - é, talvez o Byun não estivesse tão errado assim.

Adentrou o local com passos suaves e discretos, pretendendo surpreender o noivo. Deixou os sapatos e meias na entrada, calçando seus chinelos e se pôs a procurar o menor. Estranhou que tudo estivesse tão calmo, porque... bem, Baekhyun conseguia ser tudo menos calmo, parecia um poço infinito de agitação, e quando comia açúcar? Enfim, algo estava errado. As luzes apagadas, com exceção da que ficava na sala, indicavam que ele só podia estar em um lugar, o quarto.

Rumou até lá, entrando no cômodo e encostando a porta de madeira atrás de si, agradecendo pela mesma não ter provocado nenhum barulho. Aproximou-se da cama e pôde ver um montinho de cobertas em cima da mesma, imediatamente seu coração apertou; Baekhyun sempre fora mais sensível ao frio, e eles estavam no inverno, tudo o que o alfa queria era estar esquentando o ômega durante os dias gélidos, mas não, ele ficava preso em um escritório, sendo impossibilitado de ficar no ninho juntamente de seu pequeno. Este andava bastante sensível e só conseguia descansar apropriadamente no ninho que montou travesseiros, lençóis e roupas (furtadas) do seu alfa, onde o cheiro de ambos se misturava (a junção de hortelã, por parte do alfa, e morango com cerejas por parte do menor) e funcionava quase como um calmante.