Flor de Mandacaru - Tododeku

Xote das meninas

Izuku estava animado para a festa dessa noite. Ele tinha acabado de completar 17 anos e mal podia esperar para poder ir em alguma festa sem sua mãe o acompanhando. Não que ele não gostasse de sua mãe ou algo do tipo, mas veja bem, para alguém na idade do esverdeado, ir à festas significava conhecer pessoas novas e até alguns pretendentes. E com a mãe do lado fica meio difícil algum garoto se aproximar.
Se arrumou colocando uma camisa vermelha e uma calça justa que marcava bem suas coxas e o bumbum arrebitado. Deixou os três primeiros botões da camisa abertos e colocou uma gargantilha. Penteou os cabelos rebeldes, colocou perfume e passou um pouco de maquiagem — nada muito exagerado, apenas uma sombra avermelhada, um delineado que realçava os olhos verdes, rímel e um batom que deixava os lábios do garoto ainda mais convidativo. Estava lindo.
Sorriu para o espelho, pegou algumas notas de dinheiro, o batom e os guardou no bolso. Foi para o quarto da sua mãe e a chamou.
– Mãe, já estou indo, tá bom?
A mulher o olhou e sorriu.
– Como tu tá lindo, meu filho! Tá tentando conquistar algum rapaz nessa festa? – o olhou cúmplice.
– Mãe! – Disse fingindo indignação. – Eu só estou indo me divertir. – virou a cara.
– Sei. – Debochou. – E essa arrumação toda não é por causa de um certo filho do compadre Todoroki, não né?
A esverdeada viu as bochechas do menino enrubrecerem e desatou a rir.
– Meu filho não é novidade pra ninguém que você gosta do Shoto. Acho que o único que ainda não percebeu foi ele.
O menino suspirou e a olhou.
– Apenas aproveite a festa hoje, meu bem.
– Tá bom, mamãe. – O menor afirmou e saiu da casa.
Foi até a esquina e encontrou suas amigas Uraraka e Momo. Ambas estavam bem arrumadas, a menor com um vestido rosa e a mais alta com um azul claro. Estavam lindas.
– Ei Izu, que demora! – Ochako disse quando viu o garoto se aproximar. – Tava se emperequitando todo, por isso. – concluiu o olhando.
– Você está lindo, Izuku. – a maior disse enquanto eles já se moviam para a festa.
Logo os três amigos chegaram no local da festa. Era um campo aberto com várias bancas que vendia comidas típicas, bebidas e algumas tinha jogos. A música tocava num volume agradável e alguns casais já estavam espalhados pela pista dançando. Midoriya olhou para as meninas e sorriu. Amava as festas da cidade.

Não muito longe do trio de amigos, um garoto os encarava discretamente. Shoto não conseguia desgrudar os olhos do baixinho esverdeado que havia acabado de chegar. Tudo nele o encantava. Os olhos verdes e extremamente brilhantes, o sorriso espontâneo, as curvas do belo corpo, tudo.
Sentiu uma mão em seu ombro e pode ver Bakugou que voltava da banca com dois copos.
– Já tá babando no verdinho, Todoroki?! – O loiro falou debochado. – Misericórdia, Shoto, tu não tem vergonha de não ter ido ainda falar com ele? Vocês se conhecem, tipo, desde sempre. – Revirou os olhos e entregou um copo para o bicolor que agradeceu.
– Eu vou falar com ele hoje.
– Pois vai logo, homem. Daqui a pouco aparece um monte de urubu encima do teu pitelzinho. – Katsuki disse e riu ao perceber que mal acabou de dizer e já tinha um garoto indo em direção ao trio.
– Você devia seguir seu próprio conselho e tomar jeito de ir falar com a Uraraka também, Katsu. – alfinetou ao ver outro garoto se aproximar do grupo. O loiro fechou a cara.
– Apois vamo lá é agora!

Fazia algum tempo que os três amigos tinham chegado. Ficaram um tempo conversando e logo viram um garoto ruivo vir em direção a eles. Reconheceram ser Eijiro.
Kirishima se aproximou e comprimentou a todos. Sorriu para Izuku e ficou ao seu lado.
– Você tá muito bonito hoje, Izu. – Sorriu cafajeste e levou um copo a boca.
– Obrigado, Eiji. – O respondeu educado.
Viram um garoto alto se aproximar do grupo logo em seguida. Era Iida, que assim como Kirishima, comprimentou todos e foi para o lado de Ochako.
Momo aproveitou a nova companhia e chamou a atenção dos amigos.
– Er... Já que vocês já estão acompanhados, eu vou ir atrás da Jirou. Ela já deve ter chegado e deve tá me procurando. – Sorriu e sumiu entre as barracas antes de ter um resposta dos amigos.
"Você me paga, Momo Yaoyorozou!" – pensaram.
Kirishima cortou o silêncio com uma pergunta:
– Quer dançar comigo, Izuku? – A música estava quase no final, o que dava um tempo para o esverdeado responder. "Como é que eu faço pra sair dessa?"
– A-ah, eu... – foi interrompido.
– Izuku! – Shoto o chamou enquanto empurra levemente o ruivo para o lado. – Finalmente te achei. –
– S-Shoto... – Izuku respondeu meio atônito, não estava entendendo mais nada – v-você...
– Faz tempo que eu não te via, você está lindo. – Sorriu e pegou em sua mão.
– O-Obrigado. – Corou ao ver as mãos juntas.
– Que isso! – Ouviu a música terminar e o toque da próxima começar. – Então, quer dançar?
Izuku não pensou duas vezes.
– Claro!
O bicolor puxou o esverdeado para o meio da pista e agarrou sua cintura, colando seus corpos. O esverdeado se arrepiou ao sentir o toque firme do mais alto mas logo se animou ao ouvir os primeiros versos da música, era a sua preferida:

Mandacaru quando fulora na seca
É o sinal que chuva chega no sertão
Toda menina que enjoa da boneca
É sinal que o amor já chegou no coração

Izuku sorriu enquanto acompanhava os passos de Shoto.

Meia comprida não quer mais sapato baixo
Vestido bem cintado não quer mais vestir timão

Ela só quer
Só pensa em namorar
Ela só quer
Só pensa em namorar

O bicolor apertou um pouco a cintura do menor e se aproximou de seu ouvido.
– Eu queria falar com você. – sussurrou.
– Pode falar. – Respondeu baixo.
O bicolor viu a oportunidade que esperava há tempos.
Levantou o olhar até chegar nas grandes esmeraldas de Izuku e fixou seu olhar ali.
– Eu estou apaixonado por você.
Midoriya sentiu o coração acelerar e não se conteve em unir os seus lábios aos do maior. Foi repentino para o Todoroki, mas nunca reclamaria. Separaram as bocas e sorriram cúmplices.
– Eu também estou apaixonado por você.
Se beijaram mais uma vez e Izuku encostou sua cabeça no ombro de Shoto enquanto continuaram dançando.
– Desde quando? – Shoto perguntou enquanto passava a mão nos cabelos verdes.
– Acho que desde quando a gente tinha uns 11 anos e você prometeu se casar comigo. – Riu. – E você?
– Desde os 11, também. – Sorriu.
Continuaram dançando até seus pés se cansarem. Comeram algo e passaram o resto da noite juntos, até a festa acabar e terem que ir embora.
Shoto acompanhou Izuku até sua casa e sorriram ao pararem em frente do portão. Seguraram as mãos um do outro e sorriram.
– Está entregue, Izu. – Shoto se aproximou e beijou sua testa.
– Obrigado por me trazer, Sho. – abraçou o pescoço do maior, que segurou sua cintura.
– Tenho que garantir a segurança do meu amor. – Sorriu e beijou os lábios do menor.
Se despediram e Izuku entrou em casa, dando de cara com sua mãe que sorriu.
– E então, aproveitou bastante? – Perguntou curiosa.
– Com certeza, mamãe.