"Ainda é muito cedo para ser tarde demais" – Marta de Queiroz
-... e também o leite as 18h, morno! Tem que ser morno se não ela não toma. E ah! Ela fica super mal quanto esquece os dois beijinhos antes de dormir e beija também o senhor Raposo, mas não muito se não ela sente ciúmes.
-Lily, Lily. Pela centésima vez, entendemos tudo, e vamos cuidar bem da Liz. Você já nos deixou antes com o Harry e deu tudo certo! Não se preocupe!
-É diferente Sirius. Harry já estava mais grandinho. A Liz só tem 5 anos e eu conheço minha filha ela consegue ser bastante geniosa quando quer. – A ruiva completa a fala colocando seu cabelo atrás da orelha e mordendo os lábios. Costume que leva desde criança quando está nervosa, e acredite, ela estava bastante naquele momento.
Não é como se não confiasse cegamente em seus amigos, mesmo não tendo os melhores históricos (principalmente o Black) sabe que Sirius e Remus dariam as suas vidas para cuidar de Harry e de Elizabeth, não poderiam estar em melhores mãos do que a do casal Lupin-Black. Mas ela ainda era mãe! Pedir para não se preocupar era como pedir para que não respirasse! Mesmo assim não é como se eles estivessem em guerra, talvez ela esteja exagerando como a boa mãe coruja que sabia que era.
-Tudo bem, vocês estão certos. Obrigada mesmo por cuidar dela esse final de semana, Harry estava muito animado para essa partida de final do Campeonato de Quadribol, e James está atolado no trabalho com a nova promoção. Não seria seguro leva – lá então...
A ruiva gesticulou largo com as mãos querendo representar a situação que ocorria naquele momento.
-Ah! Obrigada por nos deixar como ultima opção ex-Evans. Não é problema nenhum ficarmos com essa gracinha, né Liz? Quem é a princesinha do dindo? - Se pronunciou pela primeira vez o lobisomem que até anteriormente estava entretendo a pequena ruivinha no seu colo.
-Não é princesinha dindo! Eu sou uma rainhazinha!
-Ah claro! Que erro bobo! – E lá se foi eles perderem novamente no mundinho que só eles tinham. Sirius e Lily só observavam a cena fofa que era o homem tão preocupado e recluso como Remus se encantar novamente com a pequena Liz, dando tantas gargalhadas e sorrisos bobos.
Sirius suspira olhando o homem que ama tão feliz e não consegue não imaginar pela milésima vez como seria ter um serzinho com perninhas curtas vivendo lá com eles constantemente, alegrando mais aquela casa tão silenciosa.
-Já conversou com ele Sirius?
-Não adianta Lily, não importa o que eu faça ou fale, ele não acredita que uma criança seria feliz o tendo como pai.
-Sabemos como Remus ama crianças, ele só precisa se desprender desse medo e preconceito. Talvez a visita da Liz tenha vindo em uma boa hora para ele perceber o que realmente importa.
-Talvez, vamos torcer por isso.
☾☆☽
-Sirius, você poderia, por favor, não ensinar a Liz a fazer catapultas com as almôndegas? Você sabe como ela aprende muito rápido o que não deveria.
O moreno por sua vez ignorava completamente o seu marido, preocupando-se mais em orientar a ruivinha na pontaria para atingir o quadro de seu tio de milésima geração que se encontrava no balcão. Mas após o cozinheiro oficial da casa o tacar o pano de prato em sua cabeça não conseguiu o ignorar mais.
-Remus pelo amor de Deus, é claro que eu sei disso. Ou está esquecido que foi seu marido aqui que ensinou todo o vocabulário dela de palavrões. Liz querida, o que se deve falar a qualquer garoto estranho que chegar a menos de 1 metro de você?
-Sai daqui seu bundão!
-Viu? Muitíssimo bem orientada.
-Sinceramente Lupin-Black, às vezes eu me pergunto quem é a criança aqui.
O Aluado por mais que tentasse esconder sabia que seu companheiro estava vendo o pequeno sorriso que se encontrava no seu rosto. Depois de tantos anos juntos eles poderiam dizer que conheciam um ao outro mais até mesmo que a si próprio. Sabia por exemplo que Sirius não conseguia dormir sem um edredom não importa a temperatura que estivesse, que ele ainda guardava em baixo da cama sua antiga varinha que já tinha pertencido a sua mãe, e que torcia secretamente para as Harpias de Holyhead, por mais que falasse o contrário.
Exatamente por saber tanto dele que poderia dizer exatamente o que ele está pensando enquanto o olhava silenciosamente dar comida a Elizabeth. Remus poderia negar ao mundo o quanto quisesse, mas ele sabia. Sabia que queria aquilo tanto quanto ele. Mas Sirius nunca foi uma pessoa realista então era seu dever fazer aquele papel. Que criança iria querer ter um pai lobisomem? Ele já se sente culpado e egoísta o suficiente prendendo um homem tão bom e leal como Sirius a ele, e mesmo isso foi só depois de muitos choros e inseguranças passadas.
Não, ele não faria isso com uma vida inocente que só quer amor, não faria uma criança passar pelas noites de grito que ouviria naquela casa, o preconceito que ele teria que passar por ser filho de quem é. Na concepção dele ninguém merecia aquele castigo.
E por isso iria ignorar aquela voz quase gritante que implorava para ouvir seu coração e correr atrás de alguém para completar a sua família.
-Sua pentelha imunda! Tinha que ser filha daquele Potter! Eu ainda não consigo acreditar como um único Black conseguiu desonrar a família desse jeito! Ai! Pare de jogar essas almôndegas!
Remus teve que sair de suas reflexões quando algo o assustou, não com o grito já costumeiro daquele quadro (Por que ainda o mantinham naquela casa afinal?), mas as altas gargalhadas que viam de Sirius e Elizabeth. Era uma das cenas mais linda que ele já viu.
Ele tinha que silenciar aquela voz o mais rápido possível, não importava como. Ele não podia ceder a aqueles desejos fantasiosos. Seria uma longa noite.
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✎... Primeiro capítulo postado! Tá cedo mas o que acharam até agora? kkkkkkk
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Não tem nada pra comentar? Agora tem! Qual seu maroto favorito? Me: Eu não consigo decidir kkkkkk
Obrigada por ler, espero encontrar você novamente!
Malika
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Finding our sky
Short StoryO jovem casal Black-Lupin não esperavam exatamente um final de semana sossegado cuidando de sua afilhada, mas perder uma criança e trombar com a resolução de seus conflitos era algo realmente fora de suas expectativas.