Bilhetes - Kuroyaku

Capítulo único.

      Um dia nublado, com pequenos raios de sol invadindo as janelas da escola Nekoma onde uma aula chata de matemática se iniciava. O bonito garoto de cabelos negros se sentava na fileira do meio, chamava atenção das garotas em sua volta por seu charme e inteligência. Não muito longe dele, na verdade situado na cadeira de trás, encontrava-se Yaku, um garoto baixinho e nervoso; O castanho dos seus olhos contrastavam totalmente com os olhos pretos de Kuroo, eles eram o yin yang, por serem quase totalmente opostos, eles se destacavam por suas brigas frequentes.
    
     Mas bom, naquela aula, Morinosuke se encontrava um tanto quanto inquieto, ele levantava de sua mesa toda hora, ou esticava a cabeça até poder olhar o bendito quadro, que não conseguia ver por causa de um certo alguém com o cabelo bagunçado. Kuroo. Ele então arranca um pedaço da folha do caderno, escreve nela, e a arremessa até a mesa de Kuroo, por cima de seu ombro.

"Seu cabeçudo, abaixa a cabeça, você tá me atrapalhando."

     Kuroo solta o que talvez seja uma risada nasal, ele nem mexe a cabeça, faz um rasgo na folha do caderno e começa a escrever com sua caneta. Yaku tentava se concentrar e terminar as equações difíceis, até que um papel dobrado aparece no seu caderno, ele o pega e após ler franze a testa.

"Não tenho culpa de você ser um nanico feioso~ Ps: não leva a sério o feioso. Mas pequeno você é."

     Ele se desconcentra. Nos seus olhos era possível ver que se pudesse teria subido em Kuroo na frente de todos e começaria a bagunçar o cabelo dele. Ele arranca novamente um pedaço da folha, mas não sabia o que escrever, então só a arremessa com a primeira coisa que veio em sua mente.

"Você que é um poste, e você é feio."

     Kuroo pega um papel, e escreve nele com um sorriso que se alguém visse não poderia identificar se era um sorriso de alguém legitimamente feliz ou se era um sorriso malicioso. Mas Kuroo só tinha certeza que queria poder ver a cara de Yaku após ler o que ele escreveu, então como não teria a oportunidade no momento, ele guarda o papel no bolso e escreve outro.

"Blá blá blá, garoto pequeno, parece que vai chover né?"

     Yaku não se importava mais, a aula não estava interessante, ele queria escapar, então só iria continuar procrastinando.

"O que foi isso tão de repente?"

     Kuroo já tinha sua resposta pronta, só faltava "enviar".

"Não sei, talvez eu tinha planos de fazer algo com você, mas parece que vou ter que riscar da lista."

     As bochechas do baixinho rurborizam, Kuroo estava com uma expressão mais séria, apoiando o queixo na palma da mão esquerda, com a direita ele fazia linhas no caderno, sinal do seu corpo demonstrando a insegurança sobre a resposta. Yaku então pega sua caneta e escreve, pensando duas vezes se iria dar a ele o papel ou não, mas o faz.

"Bom. Existem guarda-chuvas..."

     O coração de Tetsuro quase saiu pela boca, ele não pôde conter o sorriso e seus olhos começaram a brilhar, nem ele e nem Yaku acreditaram nas palavras que escreveram. Kuroo mesmo feliz estava confuso, aquilo era um "sim"? Um "não"? O que ele escreveu foi ao menos uma pergunta? Seu cérebro podia funcionar para resolver problemas matemáticos ou para pensar qual estratégia seria a melhor em uma partida de vôlei, mas para amor talvez ele se confundisse um pouco.

"Então... no portão do colégio quando acabar?"

     Yaku escreve sua resposta.

"Estarei lá."

     Eles eram o yin yang, por serem quase totalmente opostos, quem os visse diariamente poderia afirmar que eram completamente opostos. Mas aquele quase, o quão grande era aquele quase. Era o tanto que amavam um ao outro.

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