Dream?

4

- Eu não iria escolher este.
- Não?
- Acho que não. Veja, já temos muito azul aqui. Deixe para a próxima.
- Verdade. Tudo bem, então. O que sugere?
- Talvez vermelho. Acho lindas borboletas vermelhas, vi só uma vez.
- Ficou muito bonito, espere esse pedaço secar para fazermos no outro lado.
- Sim.

Saí dali e fui lavar minhas mãos que foram manchadas com tinta, enquanto eu ajudava Jacob em sua pintura, e encontrei Dalia no caminho.

- Céus, o que houve com suas mãos?
- Manchas de tinta. Estava ajudando Jacob com o quadro novo que ele está fazendo.
- Ah, é? Ele me disse sobre querer se tornar um artista, mas eu pensei que estava apenas brincando. Mas então, como está saindo?
- Muito bem, eu acho. Ele faz uns desenhos incríveis, nem sabia que ele desenhava. Apenas tem problemas com cores, nunca sabe escolher.
- Desenha? Eu morreria sem nem imaginar Jacob desenhando.
- Nem eu. Estou muito surpreso, ele tem muito talento.
- Sim... bem, tenho que ir, até mais.
- Tudo bem. Tenha uma boa tarde.
- À você também, Naveen.

Fui até a lagoa com a água azul-turquesa lavar minhas mãos, quando fui surpreendido de repente.
Estava lavando as mãos quando uma força estranha veio da água, achei muito estranho, mas nem dei importância, até surgir uma menina, devia ter uns 16 anos, com os cabelos brancos, cacheados, mas baixos e longos, da pele HEBDJJEJSJS, me arrastei para trás, pelo susto.
- Quem é você? Por quê está aqui?
- E-eu...
- Humanos... sempre tão irritantes.
- Desculpe, estou saindo, já.
- Não. Você veio até Jehut, então agora trate de se explicar.
- Jehut? Desculpa, deve haver algum engano. Aqui é Jwiet.
- Hm? Jwiet?
- Não estou entendendo?
- Quem se enganou foi você. Olhe ao redor. Isso tem cara de ser Jwiet? Não estamos no mundo humano.

Quando me virei, pisquei até minhas pálpebras perdessem a força.
Céus... o que é isso?
- Acho que estou sonhando.
- Hm? Diga de uma vez o que você quer, que inferno.
- Moça, perdão... eu não sei o que está acontecendo.
- Ah, não sabe?
- Eu juro que não. Quem são essas pessoas? Que lugar é esse? Quem é você? Por que estou aqui?
- Pelo visto não há outra maneira, então.

E então a menina se virou, e vi seus cabelos se mexerem como eles fazem quando estamos na água.
Em suas costas, estava escrito "Nori", com um símbolo muito bem detalhado, ao lado do nome. Foi então que eu vi, eu não estava na terra. Não estava em Jwiet, não estava pisando na superfície. Eu estava no fundo do  mar.
Antes que eu pudesse me explicar ou dizer algo, a menina se virou para me falar sobre alguma coisa, mas eu interrompi antes.

- Se chama Nori?
- Chamo. Por quê?
- Vi nas suas costas.
- Óbvio. Por quê quer saber meu nome?
- Nori, eu sinto muito incomodar vocês. Mas estou sendo sincero, não sei o que está acontecendo. Não sei. Não sei. Eu não sei.
- Você levou a conversa de manter a cabeça erguida muito ao pé da letra. Olhe para baixo.

Foi aí. Eu nunca vi algo parecido.
Nori não tinha pernas, mas uma calda. Uma calda roxa, realçando em todos os tons, e quando olhei para mim, não estava diferente. Bem, apenas a cor. A minha era Azul, um azul escuro, mas ainda vívido.

- Você deve ser Naveen.
- Como sabe?
- Todos sabem. Esperamos muito tempo por você.
- Desculpe. Há um engano. Tudo há. O que aconteceu? Não sou daqui, sou humano e...
- Eu sei.
- Não vai me explicar?
- Eu, não. Mas elas, sim. Até.
E então ela saiu nadando e eu não tive forças para chamá-la, porque ao me virar, um grupo de 5 mulheres me aguardava.
Uma preta, outra branca, a do lado era asiática, e uma era indígena. A do meio, é inexplicável, ela carrega todas as raças, juntas. Se olhar para ela procurando qualquer uma, vai achar.

- Naveen...?
- É ele? - a asiática disse, baixo.
- Acho que sim.
- Eu não esperava ele assim.
- Eu, então.
- Será que ele vai entender?
- Sei tanto quanto você.

Elas se aproximam devagar de mim, todas com a felicidade estampada no rosto. Sorrindo.

- Naveen... que surpresa divina você aqui.