Nove

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E era inevitável a surpresa por saber que estava de frente para o pai da Sarada, o homem que havia me demitido sem ter a audácia de me conhecer para tomar uma decisão tão radical assim. Mas também, era impossível não ignorar o quanto ele era bonito e o fato de ele está aqui atrás da filha e podendo ter em mente que eu poderia tê-la sequestrado só contribuía para o meu nervosismo. Não sabia que meu coração batia acelerado era por saber que eu poderia sair daquele quarto de pensão presa ou se era por que eu não conseguia agir normalmente na presença de homens bonitos.

- Senhor... Uchiha – minha voz soava baixinha enquanto sentia meu rosto queimar de vergonha com seu olhar penetrante, fitando-me de um jeito que me deixava constrangida. Todos os argumentos que eu tinha em mente havia evaporado e eu agia como uma colegial boba. Odiei-me por isso.

- Papai – a voz surpresa de Sarada me fez voltar a realidade e me recompor, quando finalmente os olhos daquele homem focaram para dentro do quarto.

- Sarada.

Felizmente consegui tomar controle da situação e comecei a explicar o ocorrido, enquanto dava dois passos para trás:

- Senhor Uchiha, deixe-me explicar... a Sarada apareceu aqui hoje de manhã, eu já estava preparando para levá-la para casa.

E novamente eu era alvo daqueles olhos ônix, me fazendo sentir-me estranha, cocei meu braço em nervosismo.

- Eu vim levar você para casa – ele disse, voltando sua atenção para filha, ignorando o que eu havia dito, assim como minha presença.

Franzi o cenho.

Sarada pulou da cama e veio correndo até mim e agarrou com força a minha cintura.

- Eu não vou para casa com você, eu vou ficar com a Sakura! – A sua voz saiu alta e nervosa, me apertando mais, pegando tanto a mim como o pai de surpresa.

Parece que ele não esperava aquela reação da filha. Apenas retribui o abraço, tocada com a reação de Sarada, mas também me sentindo entre um fogo cruzado. Gostava de saber que Sarada gostava de mim, mas sabia que seu pai não me queria por perto, mas também ele não havia até agora me acusado de sequestro, o que me aliviava por hora.

Depois de recuperar da reação surpresa, o cenho do senhor Uchiha franziu e sua voz soou baixa, com um leve sotaque diferente, não era um sotaque da região, parecia um sotaque de fora, que só elevava de acordo quando ele falava:

- Sarada, não discuta, você fugiu no meio da noite. Não tem consciência do quão preocupado eu fiquei com você? Pensei o pior.

- Você não gosta de mim!

Eita. Aquela foi na lata. Sarada havia me feito de sua fortaleza, seu escudo protetor para jogar sua frustração em seu pai.

- O que você disse?

Era inevitável o quando ele ficou mexido com que sua filha havia dito, a acusação de Sarada era séria, alegando que ele não a amava. Mas eu podia enxergar que só pelo fato dele está aqui, era impossível tomar aquela acusação como verdadeira. Mesmo não demonstrando e parecendo frio, algo me dizia que o senhor Uchiha daria sua vida pela filha.

- Senhor Uchiha, não é melhor vocês dois conversarem um pouco? – Seus olhos negros me fitaram. - Eu saio para dar mais privacidade a vocês.

- Eu não quero que você saia. – Disse Sarada, me apertando mais. – Não quero ir com ele.

Agachei-me, ficando a sua frente, segurando seus ombros com minhas mãos, e fitando seus olhos aflitos e marejados que apertava meu coração, eu disse:

The SecretOnde histórias criam vida. Descubra agora