Capítulo 44

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Pv.Ludmilla

-- Ludmilla.-- Eu ouvia Brunna me chamar de longe mas não conseguia responder. -- Ludmilla.-- Me sacudiu.

-- Huuuum...Brunna, deixa eu dormir.-- Bati em sua mão que fazia carinho no meu cabelo.

-- Amor eu estou com fome.-- Me sentei ainda de olhos fechado e joguei o cabelo para trás.

-- Que horas são?-- Perguntei quase dormindo sentada.

-- Três da manhã.-- Abri os olhos arregalando-os.

-- E você me acorda à essa hora? Amor eu tenho que trabalhas às seis.-- Me joguei para trás.

-- Eu estou com desejo Ludmilla.-- Disse com a voz embargada, suspirei e me sentei.

-- O que você quer comer?-- Perguntei tentando abrir os olhos.

-- Sanduíche de peito de peru com duas bolas de sorvete de maçã verde.-- Abri o olho esquerdo.

-- No copo?-- Ela negou.

-- No sanduíche.-- Fiz cara de nojo.

-- Certo, isso é meio nojento mas tudo bem, vou pegar.-- Levantei devagar e desci para a cozinha.

Nunca mais na minha vida irei tomar sorvete de maçã verde nem irei comer sanduíche de peito de peru, isso é tão nojento, Brunna querer misturar as coisas me deixa enjoada.

Fiz tudo e coloquei em um prato, subi às escadas e entrei no quarto, Brunna estava sentada encarando a barriga. Me aproximei e coloquei o prato no colo dela.

Sua cara de prazer ao comer aquilo me deu mais vontade de vomitar, levantei devagar calçando minhas sandálias novamente e fui para o banheiro lavar o rosto, não ia conseguir dormir mesmo.

Voltei para a cama e ela havia devorado tudo, fiquei incrédula olhando para ela que lambia os dedos sujos de sorvete.

-- Sabe o que eu queria agora?-- Perguntou me encarando.

-- Ainda não tenho poderes de ler mentes.-- Disse me enfiando no edredom.

Brunna se aproximou de mim e começou à beijar meu pescoço, eu estava cansada demais para sentir excitação naquilo. Suas mãos começaram à me acariciar e eu podia chamar isso de assédio.

-- Eu estou cansada.-- Murmurei e ela continuou, mordendo ali. -- Brunna.--  Resmunguei começando à me sentir excitada.

Seus lábios trabalhavam ali, como seus dentes mordiam também, sua mão desceu até meu volume e eu não consegui impedir que ela fizesse aquilo, eu já estava bem animadinha para quem queria negar isso.

Sua barriga era a única coisa que nos impedir de colar os corpos, mas se não fosse por isso, acho que já estávamos transando como loucas.

-- Ludmilla.-- Ela chamou contra meu pescoço. -- Eu preciso de você.-- Enfiou a mão por dentro do meu short e eu mordi os lábios com os olhos fechados.

Ela afastou os lábios do meu pescoço e espalmou as mãos ao redor do meu rosto, tomando meus lábios em um beijo caloroso, chupei seu lábio inferior e ela se afastou roçando nossos nariz, suspirei e ela deitou.

-- Perdi o tesão.-- Abri a boca incrédula.

-- Que?-- Perguntei com a voz falhada.

-- Perdi o tesão ué.-- Disse simples me olhando.

-- Agrrr, merda.-- Me levantei e fui direto para o banheiro.

(...)

Cheguei no trabalho parecendo um zumbi, mas eu realmente não me importava, eu fazia tudo por Brunna, até se ela me pedisse para buscar tacos no México eu o faria. Só quero que minha filha nasça com saúde, eu tenho convicção de que é uma garota e terei essa confirmação ainda hoje.

Das últimas vezes que fomos ao obstetra, o bebê estava com as pernas cruzadas, muito ousado, espero que esteja de pernas bem arreganhadas hoje, porque quero passar na cara de Brunna que minha filha irá se chamar Valentina.

Eu havia acabado de sentar na poltrona quando meu celular tocou, o peguei vendo o número de Brunna e atendi rapidamente.

-- Oi amor, o que aconteceu?-- Perguntei preocupada.

-- Estou sentindo dores.-- Disse com a voz embargada.

-- Muito forte?-- Ela fez um som positivo. -- Quer ir no médico?-- Perguntei já levantando.

-- Não vou te atrapalhar?-- Sorri.

-- Você nunca atrapalha princesa, vou te pegar já já.-- Desliguei o telefone e capturei minha bolsa novamente e saí do prédio.

(...)

Brunna mantinha as pernas cruzadas na sala de espera, balançando-às nervosamente.

-- Ainda está sentindo dor?-- Perguntei acariciando sua mão.

-- Acho que é algum tipo de cólica, mas merda, eu nunca senti essa droga de dor, é muito forte.-- Me olhou com os olhos marejados.

-- Amor não chora, eu não sei o quanto dói, mas você tem que colocar na sua cabeça que não é nada de ruim ok? Deve ser uma cólica normal mesmo.-- Ela assentiu rapidamente e suspirou várias vezes.

Seu rosto suava muito, as vezes ela cantarolava uma música de funk e aquilo estava me fazendo querer rir, mas se eu o fizesse, perderia todos os meus dentes.

-- Brunna Gonçalves, o Dr.Martins vai te receber agora.-- Nos levantamos devagar e entramos em uma sala muito branca, chegava a doer os olhos.

-- Bom dia casal.-- Ele disse sorrindo.
-- É ótimo vê-las novamente.-- Assentimos. -- Qual o probleminha Brunna?-- Ela suspirou.

-- Estou sentindo dores.-- Disse apertando minha coxa com força.

-- No pé da barriga?.-- Ela assentiu e ele sorriu. -- É normal, é cólica, vai de muitos casos, pode ser normal ou um alerta mas, no seu caso não se preocupe, seu bebê está saudável como eu disse na última vez.-- Suspiramos aliviadas. -- Vamos fazer a ultrassonografia logo?-- Assentimos.

-- Espero que essa pestinha esteja com as pernas abertas.-- Falei nervosa vendo Brunna sentar na maca.

--;Acha que será uma menina Sra.Oliveira?-- Assenti sorrindo. -- E os nomes?-- Brunna revirou os olhos.

-- Vai ser Valentina.-- Falei estufando o peito.

-- Na verdade vai ser Theo Dr.Martins, mas Ludmilla teima em dizer que é uma garota.-- Ele riu.

-- Sua intuição pode estar certa Brunna, afinal você é a mãe.-- Ela me olhou e me deu língua. -- Mas as intuições também erram.-- Assenti sorrindo.

Ele colocou o gel na sua barriga e passou no aparelho, em poucos segundos a imagem do bebê estava se formando na tela.

-- Hum...Aqui é a cabecinha.-- Disse apontando e eu sorri assentindo. -- Os bracinhos. -- Brunna sorriu.-- Deu risada. -- É uma menina.-- Ia gritar mas ele interrompeu. -- Não não, é um menino. -- Disse mexendo o aparelho e tentando focar a imagem.

-- Ah, chupa Ludmilla.-- Brunna sussurrou e o Dr.Martins riu tirando a máquina.

-- Então doutor?-- Ele me olhou sorrindo e olhou para Brunna.

-- Podem comprar os enxovais azuis e verde, o lindo e saudável Theo está se desenvolvendo bem.-- Brunna gargalhou e apontou o dedo na minha cara.

-- Intuição de mãe amor, intuição.-- Dei risada e me inclinei selando nossos lábios.

-- Eu te amo, obrigada por isso, vou continuar amando-o mesmo sendo um garotão.-- Ela riu.

-- Claro que vai, é seu filho, e ai de você que não ame, tu fez, quem vai parir sou eu.-- Dei risada e o médico riu também.

-- Vou passar um gel para você usar quando estiver com cólica, é muito bom.-- Ele disse e Brunna assentiu.

Suspirei olhando para sua barriga e ela apertou minha mão puxando minha atenção.

-- Eu te amo.-- Sussurrou e eu mordi o lábio tentando conter minha felicidade.

Portrait (Brumilla)Onde histórias criam vida. Descubra agora