𝐁𝐘 𝐓𝐇𝐄 𝐌𝐎𝐎𝐍 || junhao.

Golpe de estado.

GUIA DE LEITURA.

Itálico em primeira pessoa = pensamentos dos personagens.
Negrito em primeira pessoa = pensamentos do lobo.
Itálico: citações/detalhes pertinentes.

Olhos verdes = medo.

Olhos vermelhos = raiva.

Olhos amarelos = mentira.

Olhos roxos = desejo.

Olhos azuis = tristeza.

Olhos rosas = amor.

— Junhui, você tem certeza de que está em condições de sair, filho? — Já era a sétima vez que o pai do rapaz perguntava.

Ninguém que acompanhou o estado do alfa estava colocando fé naquela decisão repentina de comparecer ao Baile Anual mesmo que estivesse amarrado na cama e sedado há menos de três dias atrás. De repente o rapaz mudou de água para o vinho e começou a cooperar com os cuidadores sem tentar agredi-los, seu lobo parecia tranquilo e era até meio estranho o jeito que ele parecia tranquilo em relação a tudo que aconteceu.

Até mesmo um psicólogo foi chamado para conversar com o jovem Wen a fim de captar algum sinal de amnésia ou insanidade causados pelo uso de feitiços ou pelas agressões, mas o relatório e os exames neurológicos mostraram que ele estava lúcido e são como nunca. O rapaz conseguiu a permissão para sair depois de repousar por mais um tempo, mas mesmo assim sua família ainda estava preocupada.

— É claro que tenho, papai. Quero ver meus amigos, as visitas não são o suficiente. — O alfa murmurou enquanto encarava o pai pelo espelho, sendo maquiado e penteado por três empregados ao mesmo tempo. O canto de seus lábios subiu minimamente num sorriso para tranquilizar o ômega, já que estava tendo lip tint aplicado.

— Tudo bem, mas eu me preocupo com você, Jun... — Xiaofen alcançou a mão do filho e a alisou com o polegar, sorrindo pequeno. O homem já estava pronto, mas ainda sim estava ali sentado esperando por seu primogênito.

— Vou ficar bem, papai. Prometo. — Piscou, beijando as costas da mão de seu progenitor antes de ficar quieto para que terminassem de lhe arrumar.

Por estar amarrado o alfa não tinha nenhuma mensagem no celular de seus amigos que sabiam de sua situação, então se contentou a responder algumas mensagens de colegas de classe preocupados com seu sumiço repentino ou se atualizar nas redes sociais. Postou uma foto de como estava e bloqueou o celular, descendo as escadas quando estava pronto.

No carro, até mesmo seus outros familiares estavam lhe encarando. Adele sentou do seu lado e lhe encarou, fingindo estar interessada no que o rapaz fazia no telefone para se aproximar mais de si e poder conversar consigo bem baixinho — o que era difícil graças ao falatório.

— Não sei o que você tá planejando mas nem ouse. — A garota murmurou baixinho, recebendo um olhar curioso. — Não me olha com essa cara, Wen Junhui, eu te conheço.

— Só quero sair um pouco do meu quarto, oras.

— Junhui, você odeia comparecer ao Baile Anual. — A Wen apontou, fazendo o alfa encarar os próprios pés em nervosismo. — É por causa daquele rapaz, não é?

Ao receber o silêncio como resposta, a garota apenas suspirou e balançou a cabeça em negação, alisando as costas do primo lentamente sem dizer mais nada. O rapaz continuou mexendo em seu celular tranquilamente, mas parecia estar um pouquinho nervoso.