13.
Jiang Cheng ainda não acreditava na revelação que o mais velho lhe havia feito, continuava completamente mudo enquanto processava a informação e procurava pela coisa mais acertada a se falar naquele momento. Mas nada parecia certo o suficiente para ser dito naquele momento, na verdade, a grande vontade do mais novo era a de fugir para longe do outro e esquecer tudo, — inclusive Lan Xichen.
"O mais acertado a se fazer é ignorar, como se nada tivesse acontecido", ele pensou. Tendo em conta toda a situação catastrófica em que se encontravam, falarem sobre algo aparentemente insignificante não era uma prioridade. Eles precisavam de se unir para destruírem o Reino de LanlingJin e QishanWen, recuperando os seus Reinos e vingando a morte e o massacre do seu povo e dos seus entes queridos. E quando eles vencessem aquela guerra, Jiang Cheng iria desaparecer da vida de Lan Xichen como se nunca se tivessem conhecido.
Os dois caminharam debaixo da tempestade, lado a lado e num completo silêncio. Wanyin deixava-se ser guiado pelo mais velho, este que lhe explicou rapidamente o motivo pelo qual não poderia ir para o Reino de QingheNie e revelar para os demais que afinal estava vivo. Teria que permanecer em silêncio e longe de todos, alimentando a história de que estava morto para que todos acreditassem e ninguém destruísse o seu plano. Lan Xichen podia imaginar o quanto o seu irmão estava sofrendo com aquela notícia, porém não poderia correr o risco de envolver mais alguém naquela mentira. Jiang Cheng havia sido uma exceção e isso por que o tinha reencontrado por um mero acaso e deixou o seu lado mais emotivo tomar conta da situação.
Depois de algumas horas caminhando, finalmente chegaram.
— Seja bem vindo.
Wanyin observou a pequena cabana abandonada que estava situada no meio de uma imensidão de arvoredos e ervas verdes, estas que não eram cuidadas e por isso se encontravam altas o suficiente para esconderem metade do corpo dos dois homens altos.
— Você... — murmurou, voltando o rosto na direção do mais velho e olhando-o confuso. — Você tem ficado aqui?
— Não é tão ruim quanto parece, o interior é bem acolhedor.
O jovem Príncipe ficou em silêncio, olhando o rosto sorridente do mais velho que claramente estava se esforçando para manter um sorriso falso no rosto. Lan Xichen poderia tentar enganar-se com aquele sorriso forçado, porém não conseguia enganar o mais novo que conhecia tão bem seu o sorriso sincero.
— Não se esforce tanto.
— Do que você está falando? — questionou o mais velho, claramente confuso com a declaração alheia.
— Do seu sorriso forçado, não precisa de fazer isso na minha presença.
— Eu não...
— Olhe, se quer tanto enganar-se, tudo bem, mas não tente fazer isso comigo por que não vai resultar. — interrompeu Wanyin, rolando os olhos e dando de ombros.
O jovem Rei ficou em silêncio por breves instantes e soltou um suspiro, desfazendo o sorriso forçado e deixando que a sua expressão habitualmente sorridente fosse substituída por uma expressão que demonstrava quais as verdadeiras emoções que assolavam o seu peito: tristeza, preocupação, medo e raiva.
Wanyin ergueu a sobrancelha e soltou uma risada:
— Acho que não somos tão diferentes no final das contas.
— Somos mais parecidos do que imagina, Wanyin.
— É, tanto faz. — resmungou, tentando demonstrar a sua típica indiferença, ainda que naquele momento fosse difícil por que ele não se sentia tão indiferente assim no que dizia respeito ao mais velho. — Vamos entrar ou quer continuar a tomar um banho de chuva?
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[XICHENG] - Coroa Vazia
Hayran Kurgu(HISTÓRIA TEMPORARIAMENTE EM HIATUS, POIS ESTÁ EM REVISÃO) Jiang Cheng viveu toda a sua vida imerso na responsabilidade de ser o herdeiro legítimo à coroa do Reino de YunmengJiang, completamente absorto das restantes coisas da vida que o rodeavam, i...