Oneshot - PangWave - The Gifted

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Depois daquele assombroso dia, nunca mais fomos os mesmos. Pang mudou, nossos amigos mudaram, eu mudei... nossa relação mudou. Aquele dia eu estava com ele, estava com Pang, e pude ver a frustração em seu rosto... mesmo não tendo o potencial da N'Claire, era visível sua frustração, seu desespero. Mesmo sem demonstrar, ele estava chorando por dentro, porém por fora estava apenas sem sentimentos, vazio, um pedaço de seu coração havia se quebrado, ou nesse caso... havia explodido, literalmente.

Pang era o mais próximo da Namtarn, e definitivamente o que mais sofreu com sua perda... todos ficamos tristes, ela era uma ótima amiga, muito inteligente, estudiosa, e o que mais a fazia brilhar... ela tinha um bom coração, ela era boa! Mas depois daquele dia.... tudo isso acabou.
Pang não ria, não chorava, e mesmo eu dividindo meu quarto com ele, ainda não conseguia o ver demonstrando fraquezas... até mesmo eu demonstro em meus piores momentos, principalmente quando tive minha crise de identidade depois de perder o total acesso a tecnologias, que era minha maior paixão... mas Pang me ajudou!

Ele foi atrás e me fez prosseguir quando eu mesmo já havia desistido, ele me ajudou a seguir em frente, e mesmo antiguidades não sendo meu maior amor, elas podem ser um ótimo hobby e passa tempo.

-O que está fazendo? - recebo a pergunta do meu amigo que já estava me olhando a um tempo, pelo visto o hobby preferido dele nos últimos tempos tem sido me observar concertando relógios antigos.

-O mesmo de sempre... por que você fica sempre me encarando?

-Algum problema? - logo ele me rebate. Eu costumo criar intrigas com ele mas depois daquele dia eu diminui a frequência, esse é o nosso jeito de lidar um com o outro desde sempre mas sei que até brincadeiras dos melhores amigos devem ter limites.

-Não, tudo bem... eu sei que você gosta da visão. - Logo minha estratégia funciona, tirando os olhos de mim ele se volta para o seu celular e acaba fechando a cara que antes mostrava um mínimo sorriso de canto de boca de costume. -É sério, tudo bem por mim. - ignorado - Eu vou ter que ir aí pra você parar de fingir que tá tudo bem? Você precisa falar com alguém, pode não parecer mas eu me preocupo com você! - digo agora desistindo do relógio, coloco meus óculos na mesa e e dou total atenção para o ser que estava no momento jogado em minha cama.

-O que quer que eu fale? Quer que eu fique te olhando? Tudo bem. - disse levantando, pegou uma cadeira que estava no canto do quanto e a colocou atrás da minha, aproximando seu rosto do meu. -Bom assim?

-Pang. - respondi firmemente, mas ele continuou. -Pang! - o mesmo. -Pang! Você pode.... - fui surpreendido por um beijo, ele passou a segurar minha cabeça com uma de suas mãos, enquanto a outra o ajudava a se manter na cadeira, mas logo me afasto pra tentar compreender.

Não é que tenha sido ruim, ou que eu não gostasse, eu apenas não entendi... foi... inesperado.

-Pang? - falei em tom de pergunta, dessa vez mais calmo. E agora, seu olhar era indecifrável.

-Nem assim você para de falar?

-Você...

-Sim, Wave, é por isso que eu te observo tanto... você me acalma... eu... não quero falar agora... eu só...- viro completamente a cadeira e o beijo rapidamente, não sei o que sinto mas sei que gosto disso... eu nunca gostei de ninguém antes, nunca amei ninguém.... não sei colocar em palavras o que sinto, mas sei que quero Pang, quero agora!