- No momento, essa é a única maneira de ela respirar. – Disse a enfermeira gentilmente. – Se ela começar a tomar consciência, podemos removê-lo. Mas precisamos descobrir o que ela ingeriu e quanto.
Gizelle fechou os olhos enquanto as lágrimas corriam pelo seu rosto.
- Amor, por favor. – Ela engasgou. – Acorde e fale comigo. Você tem que voltar para mim, Rafa. Estou perdida sem você.
Ela pressionou a testa de Rafaella e suas lagrimas se misturaram a pele dela.
- Por favor, volte para mim. Eu te amo. Podemos resolver isso, amor. Apenas abra seus olhos. Eu estou te implorando. Não me deixe. Pelo amor de Deus, não me deixe.
Quando ela se afastou, as pálpebras de Rafaella balançaram lentamente.
Gizelly pôde perceber o quão difícil era para ela simplesmente abrir os olhos. E então viu o verde brilhando e as pupilas contraídas ao máximo. Ela estava claramente desorientada e o pânico surgiu em seus olhos.
Uma alegria inundou Gizelly e ela se voltou com entusiasmo para dizer à enfermeira, mas elas já estavam se movendo, monitorando seus sinais vitais antes de tirar o tubo. Rafaella lutou, entrando em pánico e se engasgando. Gizelly agarrou sua mão e a apertou o quanto sabia que não a machucaria.
- Não lute contra isso, amor. Apenas dê-lhes alguns minutos. Vai acabar logo, eu juro. Eles tinham que colocar um tubo para ajudá-la a respirar.
As lágrimas encheram os olhos dela, que se arregalaram e então se concentraram em Gizelly.
- É isso ai, amor. Apenas se concentre em mim. Olhe para mim e respire. Apenas respire, por mim. – disse Gizelly, com a voz entrecortada.
Poucos minutos depois, quando o tubo foi removido, Gizelly teve de se afastar por algum tempo para que eles pudessem garantir que Rafaella conseguia respirar por conta propria. Eles colocaram uma cânula de oxigênio em sua narinas para substituir a máscara de oxigênio que tinha acompanhado o tubo em seu tórax. E, então, finalmente, eles se afastaram para permitir o acesso de Gizelly mais uma vez.
Rafaella lutava para manter os olhos abertos. Gizelly podia ver a tensão que causava a ela. Diversas vezes ela piscou vagarosamente, como se tivesse escorregado de volta á realidade, mas Gizelly avançou, exigindo que ela ficasse acordada e ficasse com ela.
- Gizelly. – Ela sussurrou, sua voz quase desaparecendo.
- Sim, amor, eu estou aqui.
Gizelly pegou sua mão e colocou o rosto perto dela, para que ela pudesse vê-la e senti-la.
Rafaella levantou uma mão sem força, tocando seu rosto úmido, onde havia pouco corriam lágrimas, e franziu a testa.
- Eu não entendo. O que aconteceu? – Ela sussurrou. A confusão pesava em seus olhos e ela procurou rapidamente ao redor, digerindo aquele ambiente hospitalar e toda equipe médica no quarto dela.
- Amor, você teve uma overdose. – Gizelly disse gentilmente. – Precisamos saber o que você tomou e a quantidade para que eles possam ajudá-la. Você tem que lutar, Rafa. Eu não posso, não vou, desistir de você ou de nós duas. O que aconteceu pode ser corrigido. Eu te amo. Podemos passar por isso, eu juro. Não importa para mim. O que aconteceu, por que você fez isso, isso não importa. Você é a única coisa que importa.
Os olhos de Rafaella se arregalaram e ela lutou contra a lentidão de suas pálpebras. Sua boca se abriu e ela tentou falar. Ela fechou os lábios e, em seguida, estendeu a mão para Gizelly, urgente, grénetica.
- Gi...
- O que, minha vida? Fala comigo. Luta contra isso. Por favor, por mim. Por nós.
- Eu não fiz isso. – disse ela ferozmente. – Eu não tomei nada. Eu não faria. Você tem que acreditar em mim.
Gizelly olhou para ela em estado de choque.
- Minha vida, você desmaiou. Você quase morreu. Você tem que nos dizer o que aconteceu.
- Eu não sei o que aconteceu!
Sua voz se elevou, histérica. Ela ficou agitada e um alarme disparou, fazendo com que uma das enfermeiras corresse para frente.
- Senhor, você precisa sair agora. – Disse a enfermeira rapidamente. – Ela não está recebendo oxigênio suficiente e seus sinais vitais então caindo.
Gizelly foi deixada de lado enquanto a equipe médica se agrupava em torno de Rafaella. Eles colocaram uma máscara sobre o rosto del, mas ela lutou contra a máscara e contra o grupo.
- Gi! – Chamou em pânico.
- Estou aqui, minha vida. Estou aqui!
- Eu não fiz isso! Por favor, você tem que acreditar em mim. – Ela soluçou. Em seguida, Gizelly foi empurrada com mais firmeza para fora do quarto. Manu estava lá para tentar empurra-la e volta no momento em que Gizelly foi forçada a sair.
A porta foi fechada bruscamente na cara dela e ela se virou, esmurrando a parede.
Manu e Harianny a agarraram antes que ela pudesse socar a parede novamente. Elas forçaram as costas de Gizelly contra a parede que tinha acabado de socar e Manu ficou de frente a ela.
- Calma, amiga. Você tem que manter a calma.
Gizelly se desvencilhou e andou de volta para a sala de espera, as outras vindo logo atras.
Assim que chegaram a sala, Gizelly voltou até Harianny.
- Onde está a Bianca? – Gruniu Gizelly.
Os olhos da moça se alarmaram.
- Eu não sei. Eu não dei a mínima para ela quando vi a strª Rafaella no chão. Minha única preocupação era ela. Quando os paramédicos chegaram e nos encaminhamos para a ambulância, ela ainda estava na casa;
Gizelly pegou seu celular e apertou na discagem rápida. Antes mesmo de receber a saudação do outro lado da linha, ela falou.
- Quero que encontre Bianca Andrade o quanto antes, não importa o quanto isso vá me custar, contrate quem for necessario para acha-la. Trate de encontrá-la e a traga até mim. – Gizelly rugiu. – Eu não dou a mínima para o que você tiver que fazer. Traga-a cá agora. A enfermeira disse que a deixou na antiga casa de Rafaella, se ela não estiver la, coloque essa cidade de cabeça para baixo, mas a traga aqui. Estou no hospital Israelita.
- Pode deixar. Vou me certificar de que terá o que deseja. – Disse a outra pessoa, do outro lado da linha.
- Faça isso. – Disse Gizelly, de forma sucinta. Finalizando a chamada.
Gizelly estava fervendo de raiva. Seus dedos se enroscavam e desenrolavam enquanto ela tentava remotar o controle.
- Rafaella diz que ela não fez isso. Ela não tomou nada.
As sobrancelhas de Manu franziram.
- Você acredita?
- Claro que sim, eu acredito nela! – Gizelly explodiu. – Você não a viu. Quando ela ficou consciente, ela estava com medo e confusa pra cacete. Você devia ter visto a cara dela quando eu disse a ela que teve uma overdose. Ela ficou histérica. Os sinais vitais despencaram. Eles me empurraram para fora. Mas ela disse que não tomou coisa alguma. Não sabia de que diabos eu estava falando. Ela me perguntou o que aconteceu.
- Então que porra é essa? – Manu exigiu.
Gizelly expirou e depois inspirou profundamente, acalmando a respiração. Ela precisava se controlar. Ela tinha que ser forte para Rafaella.
-Significa que, se ela não tomou essa merda, então alguém deu a ela. E Biancaera a única pessoa além dela e da enfermeira naquela casa, e não acredito quetenha sido Harianny.
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Era você
FanfictionUma romântica incurável que não consegue manter um relacionamento, mas que sonha muito viver um clichê digno dos livros de Jane Austen. Uma Solteira convicta, em quer sua felicidade estar em não manter laços afetivos com suas companheiras de cama. ...