*Esta obra é uma adaptação autorizada. Todos os créditos são da autora original @LouTommo-Styles.*
– Você vai me dizer o que aconteceu? – perguntei para ele.
Max ainda não tinha me soltado, eu ainda estava no seu colo, contra a parede.
– Eu vou te proteger, é isso – ele resmungou.
– Max, você não pode fazer toda essa cena e não falar nada. Me conta o que está te perturbando, podemos resolver isso juntos – falei segurando seu rosto entre as minhas mãos.
– Confie em mim.
– Eu confio – ele respondeu – completa e cegamente. Então por que não me conta o que houve? – Max me colocou no chão a contragosto – Por favor.
– Max, talvez o Tuly tenha razão, é melhor ele saber – Pawat aconselhou.
– Não! – Max foi categórico, então se virou para mim – Você não precisa saber das merdas que acontecem na minha vida. Você não merece estar no meio de tudo isso.
– Maxiin, se você está no "meio de tudo isso", eu quero saber. Você disse que quer me marcar, me fazer seu companheiro, então divida as coisas comigo.
– Você lembra o que aconteceu comigo? – Krist perguntou – Lembra o que aconteceu quando resolveram me proteger e não me contaram toda a verdade? – Max concordou – Eu tenho certeza que você não quer que isso aconteça com o Tul – Max me apertou ainda mais em seus braços.
– Eu não sei o que aconteceu, mas eu prometo que posso aguentar. Se nós vamos ser parceiros, eu também quero fazer parte do seu mundo — falei – apenas conte.
– Certo – Max se sentou no sofá, me levando com ele e me fazendo se sentar no seu colo. Ele estava tão transtornado, que não me importei de Ohm, Singto e Krist estarem vendo isso. Aliás, eles se sentaram no outro sofá, de frente para nós – Tuly, lembra daquele leilão que o alfa que te atacou falou que Pleng queria fazer? – Max parecia escolher com cuidado cada palavra.
– Sim, por que?
– Porque – ele respirou fundo – Pleng realmente o fez.
O choque foi enorme. Eu sabia que Pleng era desprezível, mas me leiloar? Me tratar com um mero objeto?
– Você tem certeza? – perguntei hesitante.
– Tuly – Ohm falou – aquela caixa que estava escondida no armário da Pleng, estava repleta de recebidos e comprovantes bancários. Você sabia que Pleng tinha contas em diferentes bancos? – 0 que? Não! – respondi aturdido – A única conta que ela tinha era em conjunta comigo. Ela nem gostava de ir no banco.
– Eu encontrei pelo menos três contas, sendo que duas são em bancos internacionais fora da Inglaterra – quanto mais Ohm falava, mais assombrado eu ficava – Não somei o exato valor total ainda, mas juntas dão milhões de libras.
– Milhões? –– perguntei – assustado.
– Alguns milhões, talvez vários. – Pawat respondeu.
– Desde quando?
– Eu não consegui acesso a todas as informações, mas sei que isso tem, pelo menos, dois anos.
– DOIS ANOS? – eu não podia acreditar naquilo – Eu quase passei fome para a minha filhote ter o que comer! Eu trabalhei sem parar, quase não dormia, comprava roupas em brechós ou bazares beneficentes, enquanto Pleng tinha milhões em contas no banco?
– Tuly, ainda tem mais – Max disse.
– Mais do que isso? – perguntei assustado.
– Para ter certeza de tudo, só se você, o herdeiro direto, assinar uma procuração para que eu resolva tudo sozinho – Ohm explicava – Mas eu tenho alguns contatos em vários lugares e eles me falaram que a última transação bancária foi um depósito muito alto na conta da Pleng. O código usado foi de vendas, Pleng vendeu algo muito valioso.
– 0 que ela tinha de tão valioso assim? – perguntei sem entender.
– Você – Max disse sobriamente. – Tuly, eu me arrependo muito de ter matado Pleng – Max falou baixo – eu deveria tê-lo deixado viver para tortura-lo de novo, dia após dia.
Estávamos no nosso quarto, depois de saber que eu tinha sido vendido e que agora eu precisava de segurança o tempo todo, porque eles não sabiam se meu comprador ia querer vir atrás de mim (Ohm ainda não sabia quem tinha "me comprado"), eu precisei dar um tempo.
Max me levou para o banheiro, ele deu banho em mim. Sem malicias, apenas carinho. Agora estávamos deitados na cama, abraçados.
– Eu não seria contra isso – resmunguei.
Como alguém pode ser tão vil? Ela sempre me tratou como objeto, mas isso? Eu realmente não valia nada!
– Lou, eu entendo como você deve estar se sentindo – Max disse com cuidado – mas o que Pleng fez diz apenas sobre ela. Diz que ela era um verme desprezível sem respeito por nada. Ela tinha você do lado dela, ela tinha uma família e poderia ter sido feliz, mas escolheu ser uma filha da puta e causar dor – ele respirou fundo – Você ainda continua sendo alguém maravilhoso, eu sou muito sortudo de ter você – eu tinha lágrimas nos olhos.
– Mas eu estou tão cansado das pessoas me machucarem – falei baixo.
– Pessoas que machucam as outras, principalmente por egoísmo, são pessoas medíocres – Max me abraçou – Ninguém vai te machucar mais.
– Eu queria entender o que tem de errado comigo. Meu pai, Pleng ... Eles tinham vergonha de mim, por eu ser um ômega, por eu ser feminino demais, por eu não ser bonito... Eu nunca era apresentado a ninguém, eu nunca ia a lugar nenhum – desabafei.
– Tul, eu vou falar algo bem sério – ele disse olhando nos meus olhos – nunca mais diga coisas terríveis sobre si mesmo. Se esses "alfas" não tiveram a capacidade de ver o quanto você é especial, merecem ir se foder! – sua voz era seria – Você é perfeito do jeito que é, cada detalhe seu é interessante e maravilhoso. E se alguém te disser o contrário, me avise que eu faço a pessoa voltar a razão no soco!
Eu ri, em meio as lágrimas. Max era alguém muito especial, eu tinha sorte por tê-lo.
– Agora você vai se arrumar, nós vamos sair! – ele disse decidido – Krist foi buscar Lin na escola, vou ligar para eles nos encontrarem no restaurante!
– Maxiin, do que você está falando? – eu ri de toda a animação dele.
– Você disse que eles nunca te apresentavam a ninguém e nunca te levavam a nenhum lugar, não é? Hoje nós vamos jantar em algum ótimo restaurante de Bangkok e depois eu vou te levar para conhecer um dos meus negócios. Quero que todos te conheçam e saibam que estamos juntos.
– Por que você está fazendo isso? – perguntei sorrindo.
– Eu tenho orgulho de ter você do meu lado e quero que todos vejam isso – ele disse e me beijou – E também porque aí todo mundo já vê você comigo e vão saber que se mexerem com você, eu os mato – Max sorriu, como se aquilo fosse uma grande ideia.
Eu apenas ri, eu já tinha aprendido que quando o Max tem alguma ideia, não adiantava tentar convencer do contrário.
Quando o Max falou que iríamos em um ótimo restaurante, eu não achei que nós fossemos ir no " Sala Rattanakosin", que é um dos restaurantes mais famosos da Ásia!
– Max, tem certeza? Olha como estou vestido! – eu estava com uma bermuda jeans e uma camiseta cinza.
Eu estava pronto para ir numa rede de fast food, não a um restaurante internacional.
– Tuly, aqui não tem código de vestimenta – Max me falou.
Assim que descemos do carro, ele pegou na minha mão e foi nos conduzindo para dentro.
– Claro, fácil falar, olha o jeito que você está vestido! – Max usava uma camisa branca, jeans escuro e botas – Você parece um modelo que acabou de sair de um desfile! – Max riu alto.
– Você está lindo, não se preocupe – ele beijou a minha cabeça – Pense pelo lado bom, a tala do seu braço é cinza, combina com a sua camiseta – ele escapou rindo do tapa que eu tentei dar nele.
– Reservas? – a beta que estava na recepção nos perguntou.
Ela usava um vestido preto e seu cabelo estava perfeito. Ela olhou Max de cima a baixo, passeando seus olhos pelo corpo dele, mas fez uma nítida expressão de desgosto quando seu olhar caiu sobre mim.
– Eu não fiz reservas – Max disse despreocupadamente.
Na hora em que ele pegou na minha mão, a beta ficou chocada e me fuzilou com os olhos.
– Sinto muito senhor – ela disse – mas estamos lotados, precisavam ter feitos reserva. Mas há algo mais que eu possa fazer pelo senhor? – o tom dela foi nojento, ela deixou bem claro que tipo de coisas ela podia fazer por ele.
Eu confesso que fiquei com raiva, muita raiva! Óbvio que não era ciúmes, não, claro que não! Só fiquei um pouco irritado pela falta de respeito da garota, só isso! Já Max parece ter achado graça e sorriu divertido. Que bom que alguém estava se divertindo, não é?
– Me perdoe – Max falou calmamente – mas você não entendeu, eu nunca faço reservas. Meu nome é Max Nattapol – a garota empalideceu na hora – então, por favor, nos leve até a nossa mesa logo, pois eu e MEU ÔMEGA não gostamos de ficar esperando. Cla... Claro...eu vou... Chamar alguém! – ela se virou para chamar pelo garçom na mesma hora.
– Precisava de tudo isso? – perguntei para ele que riu.
– Ah qual é? Foi divertido! – ele se defendeu, então me abraçou – E não é como se você não quisesse voar no pescoço dela.
– Não tenho a menor ideia do que você está falando – respondi.
– Não mesmo? – Ele provocou mordendo o meu pescoço.
– Sr. Nattapol – um garçom nos chamou, me salvando – por aqui, por favor.
Nós seguimos pelo salão do restaurante, a maioria das mesas estavam ocupadas, muitas cabeças se viraram para nós, nos encarando.
Eu sei que na verdade estavam olhando para Max, não tinha como um homem daqueles passar despercebido. Ainda mais um Alfa Lúpus Puro!
– Já vão pedir? – o garçom perguntou.
– Apenas nos traga a entrada – Max falou – Estamos esperando convidados, quando os pawats chegarem, os traga direto aqui, por favor.
– Certo – o garçom se retirou.
– O que está achando Tuly? – Max perguntou passando a mão pelo meu cabelo.
– Ainda é estranho, eu nunca estive em um restaurante – respondi – e as pessoas não param de olhar para cá.
– Normal – Max se aproximou ainda mais de mim, pegando na minha mão e entrelaçando nossos dedos – elas sempre olham, espere até Ohm e outros chegarem, aí piora.
– Esqueci que estou acompanhado de um famoso Alfa Lúpus – eu o provoquei e ele riu.
– Resolveu dar as caras – uma voz nos interrompeu. Era um homem mais velho, mais de 40 anos, um alfa com cabelos castanhos – Tanto tempo sem aparecer, até tive esperanças que finalmente tivesse morrido. Eu fiquei chocado com as palavras daquele homem, mas Max pareceu se divertir.
– Olá inspetor Suchart, quanto tempo não nos vemos! Ainda esta obcecado por tentar me prender ou resolveu viver a sua vida e deixar a minha em paz? – Max perguntou sorrindo, o homem não achou graça.
– Depois de tanto tempo, te encontro jantando em um restaurante conhecido. Não sei se você é muito corajoso ou muito estúpido.
– Estou apenas jantando com meu companheiro, inspetor. E se o senhor for nos incomodar, receio que terei que chamar a segurança.
– Companheiro? – o homem me olhou, me medindo de cima a baixo – Encontrou um ômega para destruir a vida dele – Max ficou sério – também vai larga-lo quando ele não te servir mais? Vai o impedir de fazer o que?
– A única pessoa que está me impedindo de fazer alguma coisa é você, que está nos impedindo de continuar o nosso jantar – eu falei.
O tal inspetor se surpreendeu com as minhas palavras, já Max sorriu.
– Ômega atrevido! Como ousa a...
– Suchart– Max falou sério – saia daqui agora e não se atreva a incomodar meu companheiro de novo. Se você acha que fiquei bravo quando ameaçou Krist, você não vai me querer na sua frente se importunar o meu Tul, entendeu?
Sucart nos olhou feio e apenas saiu, voltando para a sua mesa que era longe da nossa.
– Me desculpe por isso – Max me falou – o inspetor Suchart é só um oficial que subiu na polícia puxando sacos e tem uma certa obsessão comigo.
– Você fez algo para ele te odiar tanto?
– Eu não fiz nada – Max falou tão maliciosamente, que eu tive certeza que ele pode não ter feito nada, mas foi o culpado pelo o que aconteceu.
– Papais – Lin veio correndo até nós, ela me abraçou e me beijou, depois foi a vez do Max, que também a pegou no colo.
–E aí? – Singto perguntou enquanto se sentava. Krist e Ohm se sentaram também. Pawat parecia sério.
– Impressão minha ou eu acabei de ver o Suchart? – Ohm perguntou e Singto começou a procurar em volta, também parecia tão bravo quanto Ohm.
– Sim, ele já veio nos encher a paciência – Max falou enquanto ajudava Lin com o cardápio – Tuly o colocou no lugar dele.
– Tul? – Singto riu – Esse é o meu garoto!
– Seu o que? – Max perguntou na mesma hora.
– Isso vai ser divertido – Krist riu.
– Tio Sing – Lin o repreendeu – Papai Tul é do Papai Max. Você já tem o tio Ohm e o tio Kris, não seja egoísta!
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Look After You
FanfictionTul foi obrigado a se casar com Pleng, uma Alfa que só queria uma vida fácil e ter muito dinheiro para gastar, a única coisa boa desse casamento, foi a vinda de Phailin, sua pequena filha. Por mas que Tul implorasse para Pleng se afastar do crime...