Amor de Interior • Beauvannah

Sem Reciprocidade

Sidney, Austrália 🇭🇲
20:33 PM

Sentada no sofá central de sua sala, Savannah assistia algum programa qualquer que passava em sua TV, enquanto esperava a chegada de seu marido. A mulher havia regressado primeiro a mansão devido ter poucos pacientes para ser atendido no hospital em quê trabalhava, o que raramente acontecia com a doutora, geralmente era a última a chegar em sua mansão, a qual chamava de casa.

Ao ouvir um barulho de carro vindo da garagem a mulher de cabelos, recém, pintados de tons rosados, trocou seu olhar, da sua televisão, para a porta, não demorando muito para ser aberta revelando James, com sua habitual pasta e uma cara de cansaço.

— Chegou cedo hoje! — Ditou surpreso ao passo quê caminhava em direção ao sofá, onde sua mulher sorria feliz ao vê-lo. — Que modos, boa noite.

— Boa noite. — Se endireitou quando o moreno sentou ao seu lado, começando a afrouxar a gravata. — Bom, cheguei cedo pois hoje, por um milagre, não teve tantos pacientes para serem examinados em meu turno. — Explicou a doutora. — Mas, e o seu dia... Como foi?

— O de sempre... Muita papelada para ser lida. — Massageou as têmporas ao mesmo tempo em que suspirava cansado. — Muitos casos para ser resolvidos e o resto você já sabe. — A encarou.

— O ofício de um advogado. — Brincou fazendo James deixar sobressair uma risada baixa, o quê para Savannah era algo raro, já que os dois só falavam, o possível, do possível. Com a ação inesperada do marido a rosada se aproximou mais do homem. — Se quiser posso fazer uma massagem em você? — Tentou tocar nos ombros de James, este quê ficou tenso e se desviou dos toques da mulher.

— Não precisa. — Se levantou rapidamente pegando sua pasta que estava ao lado onde sentará segundos antes, deixando a australiana nervosa com com as recusas, já conhecidas, de seu marido. — Vou tomar um banho, com licença.

— Precisa ficar, sempre, fugindo de mim? — Retrucou em um tom de mágoa, ficando em pé com as mãos na cintura, enquanto James se virava lentamente, próximo a escada quê levava ao quarto do casal, para olha-la. — Eu só queria pelo menos, pelo menos, uma chance... — Tentou terminar sua fala, mas o bolo na garganta alertando quê o choro viria, a fez parar.

— Você sabe, sabe muito bem... — Passou a mão nos cabelos castanhos sedosos em um ato de impaciência. — Que entre nós, nada, eu disse nada, vai rolar. — Encarou sua mulher que tinha os olhos já marejados, logo suspirou profundamente. — Sempre deixei isso muito claro, Savannah.

E lá estavam eles tocando no assunto, quê era causa de várias e várias brigas entre os dois, novamente.

— Até demais! — Refutou ressentida deixando algumas lágrimas teimosas caírem de seus olhos mais azuis quê o Mar de Ligúria. — Tudo bem, eu já entendi. — Passando a palma da mão a mulher secou o rosto, porém, a vontade de chorar ainda a atormentava. — Não me ama, e nem quer tentar. — Concluiu.

— A amo sim. — Rispidamente a confrontou abrindo os braços brevemente. O homem já estava cansando do assunto. — Eu só não a amo do jeito que você quer. É como uma irmã pra mim Savannah. — A mulher bufou descrente. — Você sabe que só casamos por insistência dos nossos pais!

— Sei. — Cruzou braços nervosa. — Então, por quê casou comigo? Se não me amava, por que aceitou o acordo? Por quê? Hum? — A mulher deixou o choro escapar.