Capítulo 12

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[Lucca Zarmora]

—Eu não vou conseguir passar o seu aniversário contigo porque vou estar na concentração, então achei que seria legal adiantar e comemorarmos agora.

Explicou com mais detalhes, dando partida e saindo do acostamento. Eu até tinha me oferecido pra dirigir já que ele não gostava, mas, aparentemente, não saber o lugar pra onde iríamos fazia parte do plano também, então ele recusou.

—Estamos indo comemorar meu aniversário então? – Perguntei fazendo uma careta.

—Sim... Você ficou emburrado porque eu não vou estar presente no dia do seu aniversário ou é aquela mesma bobagem de sempre de não gostar de aniversário?

—Os dois.

Ele sorriu, mas eu continuei emburrado, apenas para não dar o braço a torcer que eu tinha gostado bastante da ideia de ficarmos sozinhos no meu aniversário, diferente dos outros onde passávamos com a nossa família.

Eu não via muito do caminho que fazíamos por estar muito escuro e também por ser constantemente distraído por suas mãos que permaneciam na minha perna e vez ou outra pegavam nas minhas mãos para levá-las até a boca e beijá-las. Mas quando levantei meus olhos e olhei pela janela através dos vultos das árvores passando, eu reconheci algo.

—Vamos sair de Madrid?

—Sim, mas só até Ávila.

—Vamos pra praia?

Berrei arregalando os olhos e sorrindo otimista e ligeiramente mais animado.

—Não tem como guardar segredo de você, né?

—Alberche? – Insisti feliz demais para deixar que a provação dele me afetasse.

—Aham... um atalho até uma praia privada ali perto.

Sorri mais uma vez porque os planos estavam ficando cada vez mais interessantes. Eu, ele, sozinhos e uma praia privada, cada palavra era recebida com uma enorme satisfação enquanto eu me dava conta delas.

—Tudo bem, você me convenceu.

[...]

Eu não sabia explicar em que momento, mas no meio de toda aquela animação e expectativa, eu acabei cochilando com a cabeça encostada na janela e os pés no painel, enquanto a direção tranquila do Murilo me embalavam. Precisei de mais de uma tentativa dele para me acordar e ainda assim só voltei a consciência completamente quando ele me chacoalhou.

—Que foi?

—Chegamos.

Olhei em volta meio desnorteado e vi uma grande espaço aberto com alguns carros enfileirados estacionados, tipo um estacionamento.

—Seu carro vai ficar aqui? – Perguntei saindo do carro junto com ele.

—Vai, é o mais seguro, mas vamos ter que caminhar um pouco até a marina.

Fiquei observei-o tirar uma bolsa grande do porta malas e depois trancá-lo, enfiando a chave no bolso antes de começar a caminhar do lado.

—Fico pensando, quando você planejou tudo isso? – Perguntei curiosamente.

—Enquanto você dormia.

Tive que parar e encará-lo boquiaberto, fazendo um esforço para lembrar das últimas vezes que dormi tranquilo, enquanto ele provavelmente estava acordado planejando coisas pra me deixar feliz.

—Devo me preocupar?

—Um pouco.

Riu abertamente e se aproximando acabou por me abraçar fortemente por trás, enchendo meu pescoço de beijos, enquanto continuávamos caminhando daquele jeito.

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