Will you find peace in your heart?

01

Para encontrar a paz deve-se dar o primeiro passo: amuletos brilhantes e fina linha.

Harry soube assim que encontrou o amuleto no armazém do Ministério da Magia, escondido entre a papelada parecendo inocente e brilhante, que o objeto mudaria tudo, mas Harry Potter sendo quem era com toda sua cabeça dura, não deixou que o sentimento o impedisse de colocar o colar no pescoço e seguir o dia normalmente até que, em algum momento, ele se esqueceu que estava o usando.

E talvez tenha sido o amuleto que- O que? Oh, entendo. Claro. Seria pretensioso de minha parte começar essa narrativa sem algumas explicações. Você deve estar pensando “Mas Harry Potter já passou uns maus bocados por coisas semelhantes a medalhões brilhantes e cálices dourados!" ou “Mas por que raios Harry seria tão descuidado tendo vivido o que já viveu?”

E a resposta é simples meus leitores convidados, simplesmente pois eu, O Destino, quis que ele o fizesse.

Acontece que, existe uma fina linha na compreensão da vida onde em períodos de tempo coisas acontecem, e em outros nada acontece realmente, Harry procurava um equilíbrio para isso desde o fim da guerra. Decidido a não seguir todo o plano esquemático que Deus e o mundo tinham para ele, ele chamou minha atenção ao deixar de lado a ideia de construir uma vida com Ginny, ter filhos e talvez se tornar Auror.

Harry sempre soube que nunca encontraria o que queria se realmente seguisse por esse rumo.

Então, o que ele fez, foi pegar os planos arrumados que o mantinham numa caixa e quebrar a caixa com uma machadada de coragem, e Harry segurou suas pontas por um tempo, conseguiu facilmente um emprego no armazém do Ministério, levando uma vida simples, decidiu guardar a herança que o pertencia e se mudar para um apartamento singelo no mundo trouxa. Mantinha a humildade ao se esconder de seu título de salvador do Mundo Bruxo e sumir das notícias e tabloides mágicos, a língua do povo o mantinha vivo como uma lenda, mas ele se escondia como uma sombra o máximo que podia.

Não pense que ele se tornou um completo solitário, Harry tinha a família Weasley, Hermione e Rony como o usual em sua vida, algumas amizades feitas no mundo trouxa também. Ele apenas era mais reservado, privado, e acreditava que assim obtinha uma paz temporária, a qual ele pensava que o levaria em breve na certeira.

O que me instigou a intervir foi o pequeno fato de que, por mais que estivesse próximo do que queria, ainda faltava o elemento principal e chave na vida de Harry, e por mais que ele não soubesse, a abstinência da maior ligação de sua alma estava o tornando inquieto. Essa parte de si em falta, não era nada sombrio dessa vez, não. Era uma parte boa de algo perfeito que ele havia deixado escapar, e ele nunca seguiria em frente se não a achasse de volta.

O único problema era que Harry não fazia ideia do que deveria procurar.

Tendo ganhado meu respeito, achei que seria um divertido presente o dar um pequeno empurrão na direção certa, tudo que havia sido preciso foi um amuleto mágico e um Harry com a cabeça nas nuvens, facilmente distraído por coisas brilhantes. Ele colocou o medalhão no pescoço sem nem pensar duas vezes, o que, bem… também foi instinto.

Estava no sangue de Harry Potter a atração pela adrenalina, a pulsação acelerada e a excitação ao entrar em uma nova aventura. Para encontrar o equilíbrio que buscava, Harry só precisava disso em doses mais baixas, mas estava nele ter necessário algo que o trouxesse à beira e o segurasse antes que caísse, ou mais precisamente, alguém.

Eu sei, eu sei. "Que mistério Destino, mas quem é tal pessoa?"

Tal pessoa, Draco Malfoy, de olhos cor prata e cabelo cor de areia, talvez tenha um coração que já não bate mais como bateu um dia, mas ainda tem alma que é fios em brasa prateada e delicados como brisa de madrugada, que se entrelaçados com Harry, formam o encaixe perfeito.