Capítulo Único

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Notas do autor:

Essa one surgiu de um pedido especial de Yara Sousa.
Yara, espero que goste. É toda sua, e não esqueça que a one não foi betada e escrita numa tacada só.

Ah, mas uma coisinha para todos os leitores. Apesar de gostar bastante do Shipp, essa é minha experiencia com eles, então desculpem se eles estiverem OOCs demais para vcs.



Boa leitura a todos.



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O Sowa memorial encontrava-se do jeitinho que ele se lembrava. A temperatura mais amena e o tapete de folhas coloridas que se formavam no chão do parque, eram as principais características do outono. E ele adorava tudo aquilo. Também era um convite irrecusável para dar um bom cochilo, como o que seu o esposo tirava enquanto tinha a cabeça repousando sobre suas coxas. O casal descansava sob uma das inúmeras árvores que compunham o famoso túnel de ginkgo biloba arborizado na parte sudoeste do bosque. Cena mais clichê impossível! Gaara riu com o pensamento. No decorrer de quase vinte anos de convivência com Lee. Foram muitos os momentos maravilhosos e semelhantes ao de agora vivenciados ali; O primeiro encontro, quando eram somente dois pirralhos. O primeiro beijo, quando se descobriram mais que melhores amigos. O pedido de casamento, logo após suas formaturas, quando entenderam que suas vidas só faziam sentido estando um ao lado um do outro. Momentos únicos e insubstituíveis, que guardariam eternamente com carinho, em suas mentes e seus corações.

− Uma moeda por seus pensamentos.

A voz de Lee soou como um miado. Acostumado ao timbre grave do outro, Gaara assustou-se com a rouquidão inesperada. Estava distraído olhando ao longe dois garotinhos brincando com um pequeno aviãozinho. A duplinha fazia-o recordar de quando eram eles dois fazendo o mesmo.

— Eles se parecem com a gente nessa idade – Gaara sentiu-se saudoso.

— É. Parecem. Uma fotografia não seria tão idêntica – Rock Lee bocejou e também passou a admirar a cena que encantara seu esposo. O gostoso cafuné nos espessos cabelos negros, deixando-o mais sonolento. De fato os  garotinhos lembravam os dois, a única diferença era o menorzinho que tinha um pouco de dificuldade em acompanhar a corrida do melhor amigo, que não se importava em diminuir o ritmo das passadas (vez ou outra) para que seguissem sempre lado a lado.

– É gratificante ver que nosso menino é uma criança feliz − Gaara estava todo emotivo e foi inevitável não compartilhar o sentimento.

— Sim. E o melhor de tudo, é que ele é muito amado por todos à nossa volta – Lee voltou-se para o marido e lhe deu uma piscadela, em seguida dirigiu novamente um olhar orgulhoso para o filho.

Seu pequeno ninja, como apelidou Adachi desde muito novinho, tinha acabado de completar sete anos no último final de semana. O menino, assim como ele e o outro pai, amava os entardeceres no Sowa. Em especial quando encontrava com Ito, que conheceu ali mesmo há alguns anos. Seu espoletinha em nada lembrava a criança frágil que fora deixado na ONG onde Gaara, na época ainda seu noivo, fazia estágio de assistência social. Rock Lee lembrava (com riqueza de detalhes) a noite em que foi buscar o ruivo após uma ligação onde este chorava muito. Quando chegou na instituição ficou conhecendo a história de Adachi, que tinha perdido a mãe no parto e nascido com uma grave deficiência física. E também de sua avó, uma senhora bastante idosa, que apesar de amá-lo muito não tinha condições de cuidar dele, tampouco prover um tratamento de saúde adequado para o bebê. Sendo assim, a pobre mulher resolveu deixá-lo no lugar. Naquela noite, Lee descobriu um amor tão grande quanto o que ele sentia por Gaara. Foi surreal. Em um curto espaço de tempo, ambos apaixonaram-se pelo garotinho e decidiram que iriam adotá-lo. Após visitas constantes, um longo e difícil processo de adoção. Um mês após o enlace deles veio o melhor presente de casamento que poderiam desejar. A notícia da guarda definitiva do mais novo membro daquela pequena família.

O começo da vida a três foi dureza, mas o apoio da família e dos amigos foi essencial e imprescindível, além do mais, não podiam reclamar de nada, pois a sorte sempre os acompanhou de pertinho. Poucos meses após a conclusão da adoção, Rock Lee conseguiu trabalho como fisioterapeuta num grande hospital de referência no tratamento e reabilitação de crianças com doenças e defeitos congênitos como os que o filho possuía. Algo providencial, pois Adachi teve direito e pode ser tratado pelo ótimo plano de saúde que a empresa do pai fornecia aos funcionários. Uma benção divina. Não tinham dúvidas, principalmente quando podiam constatá-la  diante dos olhos, ao ver seu menininho correndo pelo gramado do parque.

— Ai!

Caindo também.

— Você, vai. Ou vou eu? – Gaara perguntou logo que o chorinho manhoso do filho alcançou seus ouvidos, no entanto, para sua surpresa Ito já havia tomado as rédeas da situação e estava ajoelhado em frente a Adachi com uma garrafinha de água, limpando o joelho dele e finalizando o tratamento vip deixando um beijinho na bochecha do pobrezinho.

— Quando casar, sara.

— Promete, Ito?

— Claro que prometo. Agora, vamos brincar!

Foi impossível para o casal que observava os dois meninos segurar o sorriso. De fato aqueles dois os faziam recordar-se do passado.

Lee tinha razão. Uma fotografia não seria tão idêntica.



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Notas finais do capítulo:

Espero que tenham gostado. 



Amor Maior ( GaaLee)Onde histórias criam vida. Descubra agora