Eu estava sonhando. Sonhos confusos. Uma hora eu estava no corpo de um bebê, que tudo observava e ouvia. Outra, estava no corpo de um homem em meio a batalhas. E outra mais, eu estava no corpo de uma mulher, fazendo uma batalha com magia, essa era muito empolgante!
Mas, o que mais me incomodou foi o seguinte sonho:
Eu estava em um navio. Parecia o Argo II, mas era menor e possuía uma sereia na frente, acho que ela estava segurando um tridente na mão, não conseguia ver direito. Havia 6 pessoas ali, observando a água, mas não consegui reconhecer 4 delas, essas pareciam embaçadas... mas, as outras duas pessoas eram homens que eu não conhecia, na verdade um aparentava ter a minha idade, mas algo dizia que ele era muito mais velho que eu, e ele observava Helena com interesse... Parecia estar amando ela. O outro, um homem com porte de lutador de MMA, me encarava. Mas não encarava de uma forma do tipo "quero lutar com você" ou "vou te matar", ele me encarava do tipo "estou aguardando suas ordens, você é a minha senhora. Eu obedecerei você" , e isso me incomodava muito.
Esse mesmo sonho se repetia as vezes entre os outros. Percebi que o sonho em que eu era a bebê, na verdade eu só estava sendo eu mesma, eram lembranças (só não sei como as tinha).
E então um novo sonho começou:
Eu estava no corpo do homem. Ele estava lutando. Lutava contra duas moças com asas.
As moças diziam algo como "mataremos você e levaremos teu corpo para Miguel". Uma lança voou contra mim, mas desviei rapidamente e ataquei uma delas, mas a outra perfurara minha perna.
E então acordei com alguém me sacudindo e me chamando.Percy: ei, Kaayra, acorda.
Kaayra *falando com sono*: acordei...com dor de cabeça...mas acordei
Percy: vai, levanta, você vai se atrasar.
Kaayra: pra que?
Percy: a três dias você começou a ter aulas especiais com Quíron e o Nico. Hoje você tem aula com Quíron de... qual o nome daquilo mesmo?
Kaayra: língua dos anjos....
Percy: isso, agora vai lá pra sua aula, te vejo mais tarde. Qualquer coisa passa na enfermaria pra pegar remédio pra dor de cabeça.
Kaayra: tá, até mais tarde...Ele saiu do chalé e eu de minha cama. Desde o dia que recebi minha missão sem data para ser concluída (amém), Quíron e Nico começaram a me dar aulas especiais. Com Quíron eu aprendia a língua dos anjos (coisa que eu não via muita utilidade, mas tinha que aprender mesmo assim) e com Nico eu aprendia a batalhar como um anjo, a pensar como um anjo e a suportar ver e ouvir espíritos (eu só me perguntava como ele sabia que os anjos lutavam daquela forma que ele ensinava).
As aulas com Nico eram divertidas, era fácil lutar do modo que ele queria que eu lutasse e também era fácil suportar a voz de espíritos, ali no acampamento não havia muitos. Com Quíron era meio sem graça. A língua angelical era interessante e até que fácil, mas ele me passa diversos tipos de tarefas para fazer pro dia seguinte, e isso cansa muito.
Saí do chalé e fui para a Casa Grande. Eu devia ir comer, é claro, mas de uns dias pra cá minha fome vinha diminuindo. Talvez fosse por medo da missão ou algo do tipo. Na Casa Grande fui recebida carinhosamente pelo nosso diretor.Sr. D: o que faz aqui, angelical?
Kaayra: bom dia pro senhor também. Vim ter aula com Quíron.
Sr. D: ele tá na sala. Vê se não quebre nada ali dentro.
Kaayra: sim senhor....E apenas entrei. O Sr. D vinha sendo um pouco menos gentil, menos ainda do que ele já era, mas eu não me importava mais. Entrei na sala da Casa Grande e encontrei Quíron me aguardando e preparando lição.
Quíron: olá criança.
Kaayra: bom dia...
Quíron: parece incomodada com algo
Kaayra: bah, não é nada. Vamos pra aula logo...*******
Hoje teríamos caça a bandeira, finalmente minha atividade favorita! Mas, por conta dela, cada semideus tinha que sentar-se obrigatoriamente em suas mesas próprias, ou seja, filhos de Poseidon na mesa de Poseidon, os de Atena na de Atena, de Ares na de Ares e assim por diante. Eu estava muito confiante com esse caça a bandeira, Quíron conseguiu fazer com que os times ficassem bem balanceados, não ficando todos os mais fortes de um lado e tals. Ou seja: SERIA EMOCIONANTE!
Nós fizemos nossas oferendas, jantamos e Quíron fez o anúncio. E então as armaduras de cada um apareceram na mesa, junto dos elmos com penachos. Mas... onde estava o meu elmo e armadura!?Kaayra: Percy, cadê... cadê as minhas coisas..?
Percy: desculpe Cachinhos do Mar... Quíron achou que... não era uma boa você participar dessa vez
Kaayra: por quê!?
Percy: Quíron acha que não é seguro... você é competitiva demais
Kaayra: lógico! É o caça a bandeira! Não tem como não ficar ficar competitivo!Annabeth se aproximou de nós ao ver que estávamos quase discutindo por conta disso. Ela, como sempre, iria ficar no mesmo time que Percy, então meio que queria garantir que o namorado estivesse inteiro.
Annabeth: achamos que, agora que seu potencial angelical está sendo liberado, você ficará ainda mais competitiva... além de estar ficando mais forte que a gente. Agora vamos Percy, estamos ficando atrasados para juntar com nossa equipe. Até mais tarde Kay...
Virei de costas para eles e fui até Quíron para reclamar. Onde já se viu dizer que alguém não pode participar do caça a bandeira!?
Kaayra: Quíron
Quíron: sim criança?
Kaayra: eu quero participar do caça a bandeira!
Quíron: sinto muito criança, mas desta vez não deixarei...
Kaayra: mas...
Quíron: não se preocupe, tenho uma função importante para você.
Kaayra: *ficando um pouco animada com isso* e o que é??
Quíron: Frank e Hazel estão vindo para o acampamento, preciso que você receba-os na casa grande.E meu mundo foi por terra... sabia que não tinha como discutir, não com Quíron, então simplesmente perguntei onde devia ficar e ele disse para eu ir para Casa Grande e ficar na varanda de frente pro mar.
Então eu fui. Com Quíron não dava para discutir, ainda mais essas coisas... mas eu queria tanto, tanto participar do caça a bandeira... é a atividade mais divertida... tudo bem que hoje eu não estava nas minhas melhores condições, já que eu estava com dores nas costas e parecia piorar a cada hora, mas ainda assim... é o caça a bandeira! É injusto eu não poder participar...
Enquanto eu estava sentada na varanda, olhando o mar e esperando o Fai e a Hazel, essa dor nas costas parecia piorar, mas eu estava ignorando porque, bem, eu sou levemente masoquista.
É como o Ban, de Nanatsu no Taizai, diz: eu sinto dor para mostrar que estou vivo. Mas essa dor estava tão grande que estava me deixando ofegante; vi um barco se aproximando, devia ser os dois romanos mais incríveis do mundo chegando. E foi nesse instante que eu senti algo rasgando minhas costas, não sabia o que era, mas estava rasgando e estava doendo muito.
Eu estava gritando de dor e chorando, mas ninguém estava próximo para me ajudar. O Senhor D deveria estar ali, mas acho que ele havia saído para uma reunião ou algo do tipo, ou seja, ninguém viria me ajudar.
A dor estava me deixando zonza e com a visão turva. Senti minhas costas rasgando, em dois locais, e algo saindo dela, o que só ajudava a piorar a dor e desconforto. Sentia meu sangue escorrendo por minhas costas. Caí de cima da grade da varanda em que estava sentada, não tinha mais forças para me manter ali. Tentei me levantar ou me arrastar, mas não conseguia me mover mais. Vi o barco romano atracar na praia, tentei gritar por ajuda e tudo que escutei foi o sussurro da minha voz, não tinha mais forças. Comecei a perder a consciência e a dor foi diminuindo, sentia algo me cobrindo e me mantendo quente, mas esse algo também estava ficando sujo de meu sangue. E, por fim, minha consciência se foi. Não via nada. Não ouvia nada. Não sentia nada. Então... é assim que é morrer?
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Um Milagre Entre Semideuses
FanfictionQue os deuses greco-romanos, egípcios e asgardianos existem, todo semideus já sabia. Uma semideusa em especial sempre se perguntou se outros deuses, de outras religiões (principalmente o Deus com D maiúsculo), existiam também ou não. Nessa nova aven...