Capítulo 17

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Se a música é o alimento do amor, toque.

— Noite de reis

O percurso até o restaurante não acalmou Cesca. Um silêncio

constrangedor tomou conta do carro enquanto Sam dirigia

habilmente na estrada que margeava o lago. Os músculos dos seus

bíceps flexionavam cada vez que ele trocava de marcha. O outro

braço estava apoiado na porta com o vidro aberto, deixando o ar

fresco da noite envolvê-los.

Sam tinha razão. Onde quer que estivessem, o lugar era mesmo

escondido. Ele pegou a direção das montanhas de Grigna.

Enquanto o lago se afastava e a estrada ficava mais íngreme, ela

sentiu seus ouvidos começarem a estalar com a mudança na

pressão atmosférica. Finalmente, quando parecia que estavam no

meio do nada, ele fez uma curva e parou na lateral de uma caverna

do lado do penhasco.

— É aqui? — Havia alguns carros estacionados no gramado,

nada mais. Ela não tinha certeza do que esperava, na verdade.

Alguma coisa mais elegante? Mais pretensiosa? Mais

hollywoodiana?

— A aparência lá dentro é melhor — Sam falou, saindo do

carro. Antes que ela tivesse tempo de abrir a porta, ele estava

fazendo isso, oferecendo a mão livre para ajudá-la.

— Obrigada — ela murmurou, ainda olhando para o topo do

penhasco à sua frente. Segurando sua mão, Sam a conduziu até a

beirada. Só quando se aproximaram é que ela notou como estavam

alto. O lago parecia muito longe, e as luzes das cidades que o

rodeavam brilhavam como pequenos vaga-lumes. À direita havia

alguns degraus de pedra que eles desceram. Cesca se agarrou ao

velho corrimão que havia sido colocado lá anos antes. Sam

caminhou na frente, pois os degraus só davam para uma pessoa,

mas continuou olhando para trás, checando se ela estava bem.

No final, havia um piso de pedra e, na frente, uma grande

caverna. O exterior estava enfeitado com luzes e flores coloridas, e

lá dentro havia mesas e cadeiras, além de um bar no fundo.

— O nome é Grotto Maria — Sam explicou. — Meus pais

vinham aqui quando eu era criança.

— É lindo. — Ela olhou ao redor, sem ter certeza de que já

tinha ouvido falar de um restaurante em uma caverna, mas logo

percebeu por que já estava lotado. As velas cintilavam nas mesas,

fazendo as paredes de pedra irregulares mudarem de cor quando a

luz as atingia. Um burburinho ecoava no ambiente, acompanhado

Um Verão Na Itália - As Irmãs Shakespeare Vol 01Onde histórias criam vida. Descubra agora