Um Milagre Entre Semideuses

Capítulo 11 - Kaayra

Ok, primeiro de tudo: eu não morri. Como eu sei disso? Basicamente: sonhos.
A maioria era com alguma luta, até parecia que eu era filha de Ares com isso... Mas, de qualquer forma, os sonhos eram, provavelmente, lembranças de meus pais, que eu também descobri os nomes por meio de um sonho (confuso, eu sei). Mas também tive um sonho com um anjo extremamente branco usando uma túnica, e eu lutava contra ele. Foi interessante.
Também descobri coisas sobre mim mesma. Descobri meu nascimento e o tempo que fiquei com meus pais verdadeiros (confuso também, eu sei. Até porque é impossível alguém ter lembranças de quando nasceu e tals, mas eu tinha). O sonho de uma das lembranças era assim:

Shamira: calma Ablon, você sabe que esses rituais demoram...
Ablon *segurando um bebê no colo*: mas já está demorando demais! Já fazem 3 dias que estamos fazendo isso e nenhum deus respondeu!
Shamira: você está sendo pessimista demais, querido.
Ablon: eu só estou preocupado... não quero me separar dela, mas também não quero que ela seja caçada por anjos como nós somos as vezes...
Shamira: eu sei querido...
Ambos olharam o bebê. Ambos ME olharam. Eles transmitiam amor apenas pelo olhar, era perceptível isso. E então, uma luz azulada brilhou no desenho do chão e um deus apareceu. Poseidon, eu reconheci. Percebi que Ablon ficou tenso vendo ele aparecer.
Poseidon: isso é novidade, uma feiticeira nos tempos atuais?
Shamira: Poseidon, o rei e deus dos mares...
Poseidon: sim. *me sento no chão* do que precisam? *vejo o bebê* Hmm... isso é um filho meu por acaso?
Ablon *fica em posição meio defensiva*: não.
Shamira: não é, mas... precisa tornar-se filha sua.
Poseidon: uma menina, que linda. Já tem nome?
Shamira: chamamos ela de Kaayra, mas não demos um sobrenome a ela, já que não temos um...
Poseidon: compreensível....
Shamira: senhor Poseidon, preciso que nos dê um pouco de seu sangue para misturá-lo ao de nossa criança.
Poseidon: por quê?
Ablon: pois ela corre perigo vivendo conosco.
Poseidon: ah, entendi. Você é um anjo renegado que é caçado?
Ablon: sim...
Poseidon: está bem. Eu dou um pouco de meu sangue para vocês.
Percebi que ambos ficaram surpresos com isso. Provavelmente esperavam que Poseidon pedisse algo em troca, mas ele apenas fez um corte pequeno no braço com uma das facas que estava perto dele, tirou o sangue pingando-o na faca. Ficou em sua versão romana, pegou a outra faca e fez a mesma coisa. E em seguida voltou a versão grega.
Shamira: o senhor...não quer nada em troca?
Poseidon: não....não quero. Assim como vocês, eu tenho uma criança pela qual eu faria de tudo paprotegê-la.
Ablon *estranhando*: tem... certeza?
Poseidon: sim. Mas se quiserem fazer algo por mim por conta dessa criança, dê a ela o sobrenome de "Lótus", creio que combina.
E dizendo isso ele sumiu.

Esse sonho continuava, mostrando outras coisas, mas sempre estava meio embaçado em umas partes. Tive também um sonho num navio. Na verdade era uma trirreme grega azul com a conhecida sereia na frente, agora eu conseguia perceber que a sereia tinha asas, ri com isso. Na trirreme estava 5 pessoas além de mim e dessa vez eu conseguia perceber melhor quem era. Eram Valdez, Helena, Hazel e os dois caras que eu não conhecia, além disso, um dos dois estava com um corte no pescoço. Dessa vez eles estavam falando.

Leo: Bruta Montes
O cara com porte de MMA bufou.
Urakin: já disse, meu nome é Urakin.
Leo: que seja, pode me ajudar aqui na casa de máquinas, Bruta Montes? Tenho que terminar uns ajustes para passar pelo Panamá e chegarmos na Amazônia.
Urakin: garoto irritante....

Helena e o outro cara riram disso. E então, nesse mesmo sonho, eu vi Jason. Ele estava ali, observando a cena, como um fantasma. E então Jason me olhou e sorriu. Ouvi ele sussurrar "é hora de acordar". Em primeiro momento não entendi, mas o sonho começou a embaçar todo até sumir, entretanto, Jason continuava ali, sorrindo.
Abri os olhos e vi várias pessoas ao meu redor. O fantasma de Jason ainda estava ali, por cima de Hazel, que percebi que estava mais perto. E de novo ouvi ele sussurrar para mim.

Jason: olá, Cachinhos do Mar, belas asas. (Nota da autora: esse azul da fala de Jason é para representar um fantasma. Que ele descanse em paz)
Kaayra: *sussurrando* Jason...?
Jason: Acho que você já sabe para onde ir e quem levar nessa missão, certo?

E dizendo isso ele sumiu. Todos me olhavam. Ouvia eles conversar. Hazel e Frank estavam de um lado meu e Helena do outro, Will e Nico estavam mais perto de minhas pernas. Ouvi Percy e Annabeth conversando com Quíron mais longe. Comecei a me sentar, sentia algo pesar em minhas costas e doer.

Kaayra: preciso ligar pro Valdez...
Hazel: calma, você precisa descansar.

Ela me fez deitar com cuidado e soltei um gemido de dor. Hazel pediu desculpas e vi Percy, Annabeth e Quíron, na cadeira de rodas, se aproximando de mim.

Percy: até que enfim acordou, como está?
Kaayra: oi.. eu tô bem.. com fome, mas bem.
Annabeth: eu vou até a lojinha trazer algo para você comer.
Kaayra: obrigado.

Ela saiu e Quíron me olhou nos olhos intensamente. Ele sabia que eu tive vários sonhos e sabia que foi com algo da missão.

Helena: você me deixou preocupada!
Kaayra: *sorri e olhei para ela* mas eu tô bem!
Helena: nunca mais me assuste assim...
Kaayra: ok, desculpa. Agora vou me levantar...
Percy: não é uma boa...

Ignorei ele e fiquei em pé, quase caí para trás, mas algo tocou o chão e me segurou em pé. Olhei para cada um ali, vendo que nenhum deles havia me segurado.

Kaayra: certo. Por que sinto algo pesado nas minhas costas e o que foi que me fez ficar em pé ainda?
Percy: suas asas saíram.
Kaayra: ah...por isso... A dor nas costas
Helena: suas asas literalmente rasgaram suas costas.

Annabeth voltou com um saco de marshmellows de café, meus preferidos. Abri o saco e comecei a devorar os marshmellows.

Will: tava só um pouco faminta.

E todos riram disso, até eu mesma. Olhei para Quíron e ele ainda estava sério, me olhando. Os outros também perceberam e olharam a Quíron.

Quíron: E então...?
Kaayra: *suspiro* já sei quem vai comigo.