O fato de o pai de James ter escolhido uma cidade como Los Angeles para viver, não era em vão. Los Angeles era tudo o que a Pensilvânia não era: liberal, artística, multicultural e quente para caralho. Tem duas coisas que James viria aprender naquele verão sobre a população da cidade dos anjos: Tinha os adolescentes que viviam de impulsividade e hormônios, e tinha os adultos que, em algum momento de seus amadurecimentos, esqueceram-se de que um dia já foram adolescentes.
Não era intencional, mas naquela cidade acabava levando uma vida diferente daquela que levava no seu Estado natal, James procurava o máximo matar tempo fora de casa devido sua relação complicada com o pai, e evitar brigas. Não tinha muitas amizades por consequência das idas e vidas entre os dois estados, então todos os verãos eram como um desafio para conseguir formas de se divertir longe do pai e logo na primeira noite de sua estadia em Long Beach, qualquer diversão era melhor que ficar escutando seu pai gritando com a televisão.
A garota de cabelos loiros e longos, não era tão alta, mas ela contava com características melhores para ajudá-la a se destacar no meio da multidão. Ela era bonita e sabia disso, mas existia certo tom exótico em sua beleza: a distância entre seus olhos era a primeira coisa que alguém notava quando colocava os olhos nela. Esses mesmos olhos eram grandes e de cor castanhos-avelã. A boca era bem delineada, pequena no tamanho, mas cheios em volume.
Essas mesmas características eram motivo de bullying na época de escola e por isso ela se achava esquisita, mas ela disse adeus á esses dias a algum tempo já.
Não carregava nada em seus braços se não algumas pulseiras e a determinação em estar numa discoteca em plena noite de sábado. Usando um sobretudo xadrez, que ela tinha saído de casa com ele para disfarçar um vestido roxo de lantejoulas que usava. Tinha dito ao seu tio que iria apenas dar uma volta na cidade, afinal, no dia seguinte ela tinha que ir trabalhar cedo na cafeteria dele. Uma jovem que trabalhava nos finais de semana apenas não tinha muita diversão nos dias semanais, então essa seria a primeira vez que se enturmaria por Los Angeles junto a outros da sua faixa etária.
Embora o sobretudo tentasse esconder da vizinhança e do tio o que estava por baixo, nem de longe conseguia ofuscar o vestido roxo que tinha exatamente a função oposta: a de chamar a atenção onde quer que ela estivesse, sendo os reflexos das pequenas lantejoulas como pequenos cristais de uma bola de espelhos e ela estava pronta para ser a atração principal do local. Nos pés havia apenas um all-star preto surrado por cima de meias coloridas.
Ao adentrar a grande discoteca, a jovem recebe olhares como uma estrela do cinema recebe aplausos, de todos os lugares e de todas as pessoas. Ela era desejada, sabia disso, nunca quis ser de ninguém, mas sim ter todos ao seu comando. Grande parte dos garotos que eram da região onde ela trabalhava e muitos desejavam chamá-la para tomar um milk-shake, porém nenhum nunca conseguiu o seu "sim".
Andando com o nariz empinado pelo grande salão ao som de qualquer música de fundo que tocasse, ela sabia que causaria nervoso em seu responsável no dia seguinte assim que os rumores viessem com "sua sobrinha estava em festa ontem à noite", mas ela não ligava para rumores desde que tinha saído da casa dos pais. Cruzando os garotos que a encaravam como lobos e as moças que reviravam seus olhos em forma de inveja, afinal ela era apenas "a vadia do momento".
A jovem se direciona até o balcão, ela buscar com o olhar Hunter e quando encontra o rapaz por detrás do balcão, ela cerra os olhos, comprime os lábios e pede uma bebida.
– Uma cerveja, por favor, eu pago a conta no fim da noite. – A loira diz.
– Posso confiar? – Hunter pergunta.
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folklore
عاطفيةUm conto que se torna folclore é passado adiante e sussurrado pelos cantos. Ás vezes, ele é cantado. E ás vezes, ele é reescrito, com outro olhar, por outras pessoas de outras épocas e outros lugares, mas sempre mantendo sua essência de ter suas his...