Capítulo 48

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Pv.Ludmilla

Eu assistia a cena mais linda que meus olhos podiam contemplar, Brunna amamentando Theo. Ela tinha um sorriso enorme no rosto enquanto passava os dedos no rosto de Theo que olhava para ela com os olhos atentos.

-- Você está com muita fome.-- Brunna disse baixinho.

-- Estou mesmo.-- Disse divertida e ela riu negando.

Theo soltou seu seio esquerdo e tentou se erguer para procurar de onde minha voz saiu, me aproximei com um sorriso e ele voltou à mamar enquanto me olhava.

-- Ele tem os olhos meio acinzentados, eles vão ficar assim?-- Perguntei olhando para ele que sorriu leve me fazendo suspirar abóbada.

-- O médico disse que todo recém-nascido fica com os olhos cinzas até algumas semanas.-- Tirou os cabelos de Theo da testa.

-- Ele vai ter seus olhos, se não tiver, vamos ter que fazer outro filho até que ele saía com seus olhos.-- Ela riu.

-- Se ele tiver meus olhos, então quero que ele tenha o seu sorriso.-- Disse sorrindo e eu assenti.

-- Ótimo então.-- Me inclinei selando nossos lábios e uma enfermeira entrou.

-- Como está o pequenino?-- Perguntou sorrindo com uma placa na mão.

-- Bem faminto.-- Brunna deu ênfase no bem.

-- É normal, porém temos que impedir.-- Disse pegando Theo do colo de Brunna que fez um bico. -Ele não pode ficar muito tempo se alimentando, a barriguinha dele é pequena ainda para muito leite.-- Assenti e ela embrulhou Theo na mantinha azul e assinou alguma coisa na placa antes de caminhar até o meio do quarto. -- Ah, Sra.Oliveira, você precisa sair para que Brunna descanse.-- Assenti e ela saiu levando Theo consigo.

Olhei para Brunna que bocejava como um bebê sonolento, sorri e ela riu abraçando o próprio corpo.

-- Você tem mesmo que ir?-- Perguntou piscando os olhos várias vezes.

-- Eu só vou em casa, tomar um banho, comer alguma coisa, e vou voltar para ficar com você, Lari e Paty estão aí.-- Ela assentiu mordendo o lábio. -- Você vai ficar bem?-- Ela assentiu ainda mordendo o lábio.
-- Brunna?-- Chamei quando ela desviou o olhar.

-- Eu vou ficar bem ok?-- Perguntou balançando as mãos no ar, seus olhos estavam cheio de lágrimas, sorri e me agachei para ficar do tamanho da cama.

-- Amor eu volto.-- Sussurrei e ela puxou a gola da minha camisa.

-- Não quero ficar longe de você.-- Disse e as lágrimas desceram por si só.

-- Vai ser rapidinho amor, eu prometo não demorar, por que você não dorme nesse período de tempo?-- Ela negou com um bico enorme e eu enxuguei suas lágrimas.

-- Eu quero que você fique comigo.-- Fungou ainda com um bico.

-- Tudo bem, vou chamar a Parte para ela ir lá em casa tudo bem?-- Perguntei e ela negou. -- Ok, vou ligar pra ela então. -Ela assentiu e eu peguei meu celular.

Brunna ainda segurava minha gola com força, como se não quisesse que eu saísse dali.

-- Oi Paty, pode ir lá em casa buscar algumas roupas pra mim? Preciso tomar um bom banho e Brunna não quer me deixar sair.-- Ouvi a risada de Patrícia.

-- Tudo bem nega, eu vou sim.-- Desligou e eu guardei o celular.

-- Tudo bem agora?-- Brunna soltou a gola da minha camisa e eu fingi que ia correr e ela abriu o berreiro. -- Ai meu Deus, eu estou brincando.-- Comecei à rir. -- Amor para de chorar, ei, está me assustando.-- Ajeitei minha blusa.

-- Você é uma idiota.-- Disse soluçando.

-- Obrigada, saiba que eu acho o mesmo.-- Joguei meus cabelos para o lado. -- Vou sentar aqui.-- Puxei a cadeira para perto da cama.
-- E esperar Patrícia.-- Deitei a cabeça no meu braço apoiado na cama e fiquei fitando Brunna enxugar as lágrimas que desciam desenfreadas.

(...)

Já haviam dois dias que Brunna estava no hospital, íamos para casa hoje. Theo era uma caixinha de surpresa, ele sorria apenas para mim e Brunna, quando ele via outros rostos, ele ficava com carinha de choro, era muito fofo.

Ele era um bebê bem quietinho, não chorava, não era chatinho, ele não chorava quando estava com fome, sabíamos quando ele está com fome porque ele fica resmungando, quando ele está com sono, bate no peito de Brunna com um pouquinho de força e quando está naquela situação -dentro da fralda- ele coloca o polegar na boca.

-- Acho que ele está com sono.-- Brunna disse no banco do carro com os olhos fechados, Theo batia em seu peito com força.

-- Já estamos chegando.-- Falei passando a marcha. -- Brunna, não é por nada sabe? Mas não acha que o Theo tem alguma deficiência vocal?-- Olhei no retrovisor ela me encarando.

-- Vamos ir em um otorrino depois, não é mamãe?-- Brunna fez uma voz de bebê que me deu vontade de parar o carro para aperta-lá.

Alfred abriu o portão para que eu estacionasse o carro e logo estávamos descendo no jardim.

-- Olha só a sua nova casa.-- Brunna falava enquanto andava com Theo no colo. -- Eu quero que você corra muito nesse jardim, só não pode quebrar as coisas da mamãe.-- Dei risada e toquei sua cintura para entrarmos em casa.

(...)

Brunna andava de um lado para o outro, procurando sua roupa preferida, enquanto eu encarava a peça que estava em cima da cama, recentemente ela tem sido esquecida assim.

-- Ludmilla.-- Gruniu. -- Me ajuda amor.-- Bateu as mãos aos lado do corpo e eu suspirei apontando para onde sua roupa estava. -- Ah merda.-- Gritou indo até lá. -- Por que não me avisou que estava aqui?

-- Porque queria ver quantos anos você iria demorar para achar.-- Ela revirou os olhos e vestiu a blusa rapidamente depois a calça.

-- Eu preciso que você se mexa, pega o Theo pra mim.-- Levantei e fui até a cama pegando meu filho que dormia tranquilamente.

-- Mais alguma coisa?-- Ela olhou ao redor.

-- Não, mais nada.-- Assenti e saímos do quarto.

Estávamos indo para a casa de Patrícia aqui em Miami, Patrícia decidiu se mudar para cá, afinal ela não conseguia ficar longe de mim. Mas a surpresa era que Lari havia vindo também, e Brunna não sabia disso, então ela ficaria muito feliz.

Estacionei em frente à casa de Paty e descemos juntas, Brunna olhava a vizinhança com um sorriso maravilhoso, a casa de Patrícia era muito, muito linda, não tinha como não babar, eu que escolhi.

-- Patrícia.-- Brunnaa gritou me dando Theo e correndo pelo jardim em encontro da minha, minha, minha amiga.

-- Bru.-- Ela gritou de volta e elas se abraçam com força. -- Que bom que vocês chegaram, estávamos esperando.-- Patrícia disse sorrindo.

-- Estávamos? Você está com alguém?-- Brunnaa pergunrou curiosa.

-- Claro que ela está querida.-- Lari disse da porta e Brunna abriu a boca incrédula.

-- Lari.--  Gritou quando viu Larissa com um sorrisão encostada na porta.

Elas se abraçaram também com força e Patrícia já veio roubando Theo dos meus braços, que fez a mesma cara de choro, mas não chorou de forma alguma. Entramos, sentamos e começamos à conversar animadamente.

Portrait (Brumilla)Onde histórias criam vida. Descubra agora