Capítulo 12

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Cheguei perto do balcão que separava a parte da dela do resto da empresa e fiquei olhando. Tinha um monte de papel, provavelmente documentos que eram para ser entregues, a moça estava separando alguns clips de papeis e quando percebeu minha presença fez o que eu já previa, voltou ao trabalho. 

-- Com licença, gostaria de ajuda?

-- Não muito obrigada, eu dou conta.

--Não é o que parece.-- Ela me olhou com cara feia. -- Não devia ter mais uma pessoa aqui com você?

-- Devia mas ele foi demitido há um mês e pouco, "falta de verba".

-- Então vamos, eu te ajudo. -- Olhei no relógio e vi que eu ainda tinha tempo, tipo uns trinta minutos.-- Peguei os de requerimento e os administrativos que eu pego o resto. Pode ser?-- Ela apenas concordou.

Peguei um punhado de clips e deixei sobre o balcão, dei a volta e comecei. Tinha papéis de meses atrás, o setor financeiro estava enfrentado problemas com um possível comprador o setor de vendas estava sem conseguir vender muita coisa. A empresa era especializada em tecnologia avançada, eles projetavam armas para o exercito, claro que eu não concordava, mas meu pai não centralizou a ideia, elaborava projetos de prédios de alta tecnologia, eu tinha orgulho naquela época. Terminamos mais da metade dos documentos que tinha ali.

-- Bom, acho que o resto você pode fazer sozinha. Poderia me dizer se o Sr. Graves Já chegou?

-- Srta. Danvers?-- Concordei.-- B-bom, ele já chegou sim. Está na sala do diretor de departamento financeiro. Ele não costuma a fica na sala da presidência, diz que não merece estar ali.

-- Obrigada.-- Segui em direção aos elevadores, mas do jeito que as estruturas dessa empresa estão é melhor não arriscar e ir de escadas.

Subi, subi e subi, o prédio era alto mas nada que eu não desse conta. Quem eu quero enganar, cheguei no andar do departamento quase que me arrastando, não riam todos já passaram por um dia e se não ainda vão passar.

Vi de longe um homem que reconheci como Otis Grames, ele era um amigo de linga data do meu pai e por isso ficou responsável pela empresa dele todos esses anos, meu pai o considerava uma das pessoas mais confiáveis que ele tinha ao seu redor.  Ele percebeu minha presença na sala e me lançou um sorriso quando me viu.

-- Kara Danvers.

-- Otis Grames, quanto tempo não?

-- Sim muito tempo.-- Seus olhos eram movidos pela emoção.-- Me perdoe... eu não consegui, depois que perdi meu melhor amigo eu não consegui vir aqui e não lembrar dele.-- Seu choro era aberto e todas as pessoas do setor estavam observando nossa interação. -- Toda vez que piso naquela sala eu sinto um vazio enorme, toda vez... 

-- Calma, eu te entendo perfeitamente. Quando comprei a casa novamente eu não passava muito tempo lá, a cada canto que eu virava a cada parede que eu encarava eu me sentia sozinha e desamparada. Mas ai eu descobrir que a dor passa e que o que fica é apenas a saudades. 

-- Eu sinto muito mesmo e fico feliz porque agora você estará no lugar onde deve ficar. Vai ser rápido.

Seguimos para uma anti sala que tinha ali, o interior não era muito atrativo para os olhos, reforma vai ser uma das primeiras coisas que irei fazer. Ele me entregou um o documento de entrega dos bens da empresa, li antes de tudo e depois assinei. 

-- Agora é oficialmente sua. E a mídia?

--Depois eu vejo, ainda não comentaram nada sobre?

-- Não, mas se quiser podemos marcar uma coletiva para amanhã. 

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