Capítulo 6

136 66 4
                                    

- Então, quem são vocês e o que vieram fazer aqui? - Questiona novamente Carl, o chefe.

- Eu me chamo Annie e esse é o meu irmão. - Marion respira fundo, aparentando estar nervosa. - Olha, eu entrei aqui sem querer e acabei tendo que me esconder. Ele viu seus amigos tentando me agarrar e me defendeu. Por favor, nos deixe ir embora.

Nesse momento Adam olha para ela e se eles não tivessem em uma saia justa, o homem provavelmente teria erguido uma sobrancelha imprecionado.

- Então matou dois dos meus homens em legítima defesa? Acha mesmo que eu vou acreditar nisso? São quase cinco da manhã, o que estão fazendo aqui?

- Estava saindo de uma festa que fica em um distrito aqui perto e nós dois começamos a discutir, então sai correndo do carro e quando me dei conta já estava aqui. Olha cara, eu passei a maior parte da minha noite em pé me divertindo. Se eu quisesse confusão eu ia procurar meu ex... Só nos deixe ir.

- É, de fato a sua cara parece mesmo de quem se esbaldou até. - Concluí e olha para o Adam. - É verdade que eles tentaram agarrar ela?

- Sim senhor.

- E por qual motivo estava andando armado?

- Eu... - Adam tenta pensar em alguma coisa, mas nunca fora tão bom no improviso quanto Marion.

- Roubamos de um grupo de caçadores. Faz algumas horas somente e então ainda edtava no carro. Se quiser pode procurar em cameras de segurança na região.

O chefe olha para ela e fica a encarando durante alguns segundos, sem dizer nada.

- Deem o fora daqui logo antes que não saiam vivos. - Ele resoira fundo. - Mas se abrirem a boca, eu mesmo vou atrás de voces e os pego.

Marion dá um sorriso largo.

- Muito obrigada, senhor! Eu... Eu posso te dar um abraço? - Nesse momento todos olham para ela completamente sem reações, inclindo o seu noivo.

- Não há necessidade disso. - Falou Carl.

- Eu insisto! - Marion se aproxima dele e o homem mais velho, o braço direito do chefe aponta a arma para ela, mas de fato ela simplesmente abraça o seu alvo. - Você é um homem morto, senhor. - Cochicha no ouvido dele e então tira de dentro da luva o caco de vidro que mais cedo, causara a morte de outro homem e finca em seu pescoço. - Agora, vai! - Sinaliza para Adam.

O noivo, por sua vez, dá uma cotovelada no rosto do homem que estava armado e em seguida outra em seu toráx. Num movimento rápido, ele consegue desarmar o capanga antes que ele apertasse o gatilho e aponta a arma para ele.

- Fica quietnho ai, amigão! - O homem exita e tenta pegar a arma que estava em cima da mesa, mas Marion é mais rápida e a pega, logo disparando três vezes contra seu peito.

Ao lado de Marion, o chefe deles ainda sangrava, porém não estava completamente morto. Marion dispara apenas uma vez contra seu peito, um tiro certeiro no coração e o homem então para de agonizar.

- Tiro à queima roupa, sério? - Fala Adam e sorri. - Bom trabalho!

- Obrigada, mas ainda não acabou. Falta o manézão. - Mal termina de falar e escuta alguma porta se chocando.

- Elimina as provas e eu cuido dele. - Adam diz e sai correndo em direção ao barulho.

O homem corre atrás de sua última vítima que tinha escapado por uma porta de emergência aos fundos. Assim que ele o alcança, se joga em cima do homem que solta um gemido de dor por conta do baque no chão.

- Aonde pensa que vai?

- Cara eu... E-eu não sei quem são voces, mas voce não pode me matar. Eu fiz isso pois precisava do dinheiro e só. Por favor...

Adam engole seco e por um instante, cogita em deixar aquele homem vivo, mas sabia que não podia.

- Foi mal! - Ele leva suas mãos até a garganta dele e preciona. O homem se debate, tenta se soltar das mãos daquele que o enforcava, mas não tinha força o suficiente. Então ele para de se debater, seu corpo amolece e suas mãos se soltam das mãos de Adam. Poucos segundos depois, sai de cima do homem. Pega ele e põe nos ombros, voltando para sala onde Marion se encontrava. - Falta alguma coisa? - Pergunta tirando o homem de si e colocando junto com os demais.

- Apenas os cacos de vidro do lado de fora. Não achei uma pá nem nada que pudesse tirar.

- Estava de luvas, certo? - Marion concorda apenas balançando a cabeça. - Vamos incendiar.

- O que? Ficou louco?!

- Um acidente de perecurso Marion. Esse lugar vai explodir e pronto.

- Mas não vamos conseguir sair daqui a tempo.

- Mas não vamos conseguir sair daqui a tempo. – Ela insiste, mas Adam parecia continuar firme em sua decisão. Ela então o olha, finalmente entendendo o que ele queria dizer. – Não! De jeito nenhum nós vamos fazer isso.

O homem a olha. Suspira e por alguns segundos olha ao redor, então volta sua atenção para a mulher.

- Escuta May, eu tenho um plano, mas para isso terá que confiar em mim. Sei que as coisas não saíram exatamente como esperado hoje. Isso faz parte do que escolhemos fazer, certo? Vá para o carro e vá para a casa. Se eu não chegar dentro de duas horas, ai sim você pode ficar preocupada. Não será a primeira vez que vamos fazer isso.

- Eu sei. - Ela engole seco. - Mas dá última vez eu quase te perdi. Não posso passar por isso de novo.

- Eu vou voltar inteiro para você. Tem a minha palavra. - Ele sorri tentando confortar a mulher e recebe um abraço. - Eu te amo, okay?

- Eu também te amo! Promete que não vai me assustar?

- Prometo que eu vou tentar!

Marion suspira, mas de fato aquilo precisava ser feito. Beija seu noivo e pega tudo aquilo que ela tinha recolhido. Sai do galpão com uma dor enorme no coração, com medo de nunca mais ver Adam outra vez. O plano dele era simples: causaria uma explosão no local para que tudo não passasse de um terrível acidente entre o pessoal. Isso poderia custar a vida de Adam, uma vez que ele teria que ficar para explodir o local. Esse era o medo da mulher.

Ela entra no carro, joga as coisas no banco de trás e o liga. Não queria partir sem seu namorado, mas também não tinha outra opção. Dirige cerca de um quilometro de distância dali. Sentia o baque da explosão, mas não seria tão intenso. Estava decidida que ficaria ali o tempo que precisasse até que pudesse ir para casa com Adam.

Quando menos esperava, escuta um barulho. Um estouro. BOOM! Seu corpo estremece. Suas mãos ficam frias, talvez até suadas. Parecia nem sentir o sangue correr pelo seu corpo. Ficara com a visão embasada, mas mesmo assim olha pelo retrovisor. Uma grande quantidade de fumaça logo atrás do carro. Marion uma vez prometera a si própria que não deixaria seus sentimentos, medos, angustias tomarem conta dela outra vez, mas naquela situação era tudo o que ela conseguia sentir. Sua respiração havia ficado pesada e começou a esfregar as mãos uma na outra, como sempre fazia quando estava nervosa, sem contar o coração disparado.

Dez minutos...

Vinte minutos...

Quarenta e cinco minutos...

Nenhum sinal de Adam ainda. Cogitou a possibilidade de ir atrás dele, mas não podia. Se teve uma coisa que aprendeu sobre seu segundo trabalho, é que não se deve dar corda para a polícia. Continuar abaixada no carro, ainda era a melhor opção, mesmo que uma parte dela dissesse ao contrário. Na verdade, ela já tinha perdido a noção do tempo, mas podia ver que de vez em quando ainda passava um carro ou outro por ali, para ver o que tinha acontecido.

Mais alguns minutos e escuta alguém bater na janela do carro. De novo o coração da mulher volta a acelerar com tudo. Respira fundo e mais uma vez a pessoa do lado de fora bate, mas dessa vez ela resolve se levantar um pouco para ver quem era e torce com todas as suas forças para ser quem ela estava tanto desejando.

Assassina de Luxo [Concluído]Onde histórias criam vida. Descubra agora