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aviso: contém gatilho emocional.

-x-

Sasuke se perguntou quantas vezes precisaria estar ali para cansar-se do ciclo dependente de não conseguir passar uma noite sequer sem sentir o corpo do seu rival.

É como uma faca de dois gumes. Não importa o quanto Sasuke tente, em algum momento, ele vai correr atrás, mesmo quando Naruto lhe batia, lhe xingava sem medir a boca suja, usava seu corpo ao bel prazer. Ele sabia que loiro sentia a mesma necessidade. Para ambos, aquilo os feria igualmente.

Sequer havia desvanecido os hematomas da noite passada, e ali estava o orgulhoso Uchiha: empinando de maneira depravada em direção a boca quente do Uzumaki, que lhe chupava com afinco e dedicação. O rebolado era inconsciente, a voz soava como estímulo para o Uzumaki, a necessidade que o corpo nu dissimulava acabava por incitar ainda mais Naruto!

Mordeu fortemente uma das nádegas fartas e vermelhas do Uchiha. A marca ficou, mas isso não importava, pois Sasuke gostava delas. Da forma como Naruto se empenhava em lhe marcar, como se compartilhassem do mesmo sentimento de posse, desejo!

Era mútuo, e como se Naruto lesse os pensamentos de Sasuke, se pôs de joelhos e liberou a ereção necessitada da cueca que ainda usava. Posicionou-se, brincou com a sanidade do Uchiha com vagar e somente quando sentiu-se satisfeito, entrou.

Mais uma vez, ressaltando a mais profunda certeza de Sasuke Uchiha.

"O meu corpo pertence a você. O meu coração, os meus desejos, a minha força. Eu sou seu, Uzumaki, e quero que me tome quantas vezes achar preciso para me provar o contrário, pois eu te odeio mais do que você um dia possa imaginar."

Gemeu dolorido.

Naruto riu histérico.

Acreditava que a única razão para nunca negar um convite de Sasuke, era pela simples razão de ser o Sasuke. Porém a cada dia, a cada noite e a cada vez que se via dependente da satisfação quente do corpo do rival, seus princípios alternavam.

O que estavam fazendo, afinal? A ninfomaníase não explicava um terço da exigência dos corpos entre si. Não era o suficiente. Havia muito além da atração carnal que Naruto não compreendia.

Ou simplesmente não aceitava.

Meteu com força, grunhiu e assistiu Sasuke abrir as pernas e perder a compostura do corpo. Estocava com tamanha força que, além do desejo, raiva acompanhava o baque dos corpos. O Uchiha gemia desesperadamente. Não importa a brutalidade, ou a forma como Naruto lhe dirigia palavras duras, Sasuke se excitava com a reação que o seu coração impunha os sentimentos diversos do seu coração.

Ouviu a risada de Naruto quando os movimentos foram cessando, logo em seguida, as costas foram cobertas pelo peitoral desnudo, e Sasuke gemeu contrariado quando teve o membro longe do seu corpo.

Naruto não aceitava, mas sabia que acatar aos pedidos de Sasuke era consequência do que sentia por ele. De todos os anos que viveram juntos, inseparáveis.

Aquela era uma noite entre milhões, um ínfimo momento que deveria ser considerado importante. Simplesmente, apenas mais uma.

Mas ainda sim, Naruto firmou as mãos na cintura de Sasuke, deitou-o de costas no gramado e deitou sobre ele. Sasuke gemeu cansado, tendo seus braços erguidos a altura da cabeça. Naruto se aproximou, beijou seu rosto, deixou mordidas em suas bochechas. Seu rosto ficou relativamente úmido com o "carinho".

Quando Naruto segurou em suas coxas, ele abriu as pernas, e continuou recebendo agrados no rosto mesmo quando foi novamente penetrado. Ofegou, fechou os olhos e não reclamou quando Naruto fincou as unhas em seu pulso, machucando-o, ao mesmo tempo que teve as duras investidas novamente em seu corpo.

Naruto gemeu de maneira arrastada contra a bochecha de Sasuke. Adorava estar dentro de Sasuke.

- Geme o meu nome - mandou, indo fundo repetidas vezes, mas Sasuke se limitou a apenas gemer manhosamente. Naruto meteu mais forte, ao mesmo tempo que apertando o pulso e soltando a respiração pesadamente - Geme, sua cachorra insaciável! Geme a porra do meu nome!

Sasuke gritou contido quando os movimentos não vacilaram. Apertou as mãos em punho, dolorido. Não obedeceu. Gemeu xingamentos e pedidos de misericórdia, mas não o nome de Naruto.

- M-Me sol...

- Você é uma cachorra, Sasuke, e cachorras não mandam. Elas obedecem!! - com força, Naruto afundou-se sem piedade, até mesmo arrastando as costas nuas de Sasuke pelo gramado. Este, que gemeu e soluçou.

Não convinha de nada pedir para ele parar, mas também não é como se esse fosse seu verdadeiro desejo.

- Eu... Odeio você - murmurou, abrindo os olhos e fuzilando os azuis cintilantes. Via o seu próprio reflexo naquele mar infinitivo, brilhante, e o seu único erro aquela noite foi se mostrar tão transparente.

- Você não me odeia - Naruto garantiu. Sorriu, soltou o pulso de Sasuke e desceu a mão para alcançar seu rosto. Entre a unha havia sangue da carne rasgada, que ele passou pela maçã do rosto do Uchiha - Você odeia saber que me ama - descendo ainda mais a mão, Naruto capturou a ereção negligenciada do corpo abaixo do seu, e continuou metendo lentamente quando punhetou o falo. Abaixou o rosto e sorriu contra o lóbulo de Sasuke, ouvindo-o gemer ao sussurrar despretensiosamente: - Assim como eu o amo...

- Não... Eu odeio você, eu te odeio, eu te odeio tanto... - Sasuke murmurou num fio de voz.

Tentava convencer a si próprio, da desgraça que era o Uzumaki sobre si.

Fechou os olhos e sentiu lágrimas quentes saírem sem que pudesse evitar.

- Eu o amo - Naruto sorriu e aumentou o toque no pau. Ouviu Sasuke gemer trêmulo e sem forças - E eu sei que você me ama tanto quanto.

Sasuke se surpreendeu com o toque. Geralmente Naruto não o beijava ou tocava em seu pau, e a mudança de temperamento estava fazendo Sasuke render-se aos poucos. Gemeu e arrepiou. Estava perto. O toque ficou firme e as estocadas voltaram no ritmo. Respirou profundamente repetidas vezes, e então sentiu o líquido quente e espesso lhe invadir com força. Gemeu, e segundos depois, gozou forte na mão de Naruto.

Quando Naruto saiu de si, e levantou-se, Sasuke deitou de lado e passou a palma no rosto molhado de saliva e lágrimas, além do próprio suor. Ficou de costas para o loiro, e o Uzumaki sabia que ele estava chorando.

- Até quando vai ficar nessa, Sasuke? - ele disse irritado quando subiu a calça e fechava os botões - Perdedor...

- Eu odeio você - Sasuke disse com mais convicção, mas ainda sem olhar para trás - Sai de perto de mim.

Naruto não disse nada mais e fez como o ordenado. Apertou os olhos e saiu irritado.

Por que Sasuke não podia simplesmente aceitar? O que o impedia? Qual era o problema entre eles?

Sasuke chorou, como em todas noites.

Naruto estava certo. Ele era um perdedor. Ele não sabia como poderia vencer o próprio coração. Mas não era só isso... Sasuke era uma verdadeira cachorra, pois no dia seguinte, no mesmo horário, no mesmo ponto de encontro, ele já sentava fervoroso no pau de Naruto. E gemia, e apanhava, e não se arrependia.

Estava decidido: odiaria Naruto até o seu último suspiro, se pudesse tê-lo daquele mesmo jeito todas as noites.

Meia-noiteOnde histórias criam vida. Descubra agora