A tempestade costuma castigar a cidade de Dreamland e não é uma novidade a nenhum de seus habitantes. Mas, atrasada para a aula de literatura do senhor Raymond - a brilhante, encantadora e jovem Anna Hayes não esperava contar que justamente naquele...
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Eu abro os olhos com um sorriso que parece impossível morrer tão facilmente.
A noite passada foi simplesmente maravilhosa, quente, única e inesquecível. Ainda lembro da forma que me amou, ali na orla da praia perdida de Dreamland, sob as estrelas que iluminava o mar tranquilo e próximo de uma bela e crepitante fogueira.
Antes de partimos, pudemos nadar despreocupados pelo imenso mar azul, só nós dois e a lua, acima de nós, sorrindo ao ser revelada pelo amontoado de nuvens.
As coisas parecem finalmente encontrar seu rumo depois de tantos desacertos, de rivalidades, de ódio, de mentiras e de segredos tão obscuros.
E pensar que houve uma verdadeira guerra entre os Raymond.
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— E se não gostarem de mim? — Eu pergunto.
Acabamos de parar nas proximidades da magnífica estrutura arquitetônica da família Raymond e um sorriso suave brotou no rosto do meu professor.
— Meu receio é justamente o contrário. Pensei “e se ela detestá-los?” sabe, alguns aqui conseguem ser bem irritantes quando querem. Meu conselho? Ignore estes. Fora isso, não há nada para se afligir. É muito difícil não gostar de você, Anna. Impossível, eu diria.
Enzo segura os meus olhos, muito confiante de si, enquanto me encoraja a fazer o mesmo.
Dou um pequeno sorriso, ainda nervosa sobre o fato de finalmente conhecer sua família. Oh, Deus, lá vamos nós!
Passeamos pelo grandioso jardim ornamentado de mãos dadas até alcançarmos o refinadíssimo par de escadas que se erguem pelas extremidades até a espaçosa sacada.
Raymond aperta o botão da campainha e volta a olhar para mim.
Eu estou distraída e ansiosa, olhando em volta sem prender-me a nada.
— Só seja você mesmo. — Sussurra-me.
— Eu não poderia ser tão eu quanto estou sendo agora. — Sussurro de volta e tenho a impressão que sorriu.
Uma bela e ruborizada loura de cabelo entrançado nos recebe e seu rosto se ilumina como o amanhecer quando bate os olhos em cima do meu professor. Não sei se eu deveria rir ou zangar-me, mas opto por simplesmente ignorar a reação óbvia dela.
