Capítulo 10

150 20 0
                                    

              Sebastian:
Estamos no jatinho particular do meu sogro, é tão estranho chamar Enrico de sogro, pois ele sempre foi o meu amigo.
Estou perdidamente apaixonado por Amora pois esses dias eu estava imaginando nós dois se casando, tendo nossos filhos, pode ser um pensamento imbecil, mas o amor salva as pessoas.
Olho para o lado e vejo Amora dormindo, mexo com ela, para que ela possa comer alguma coisa.
- Amora, amor. Acorda, você precisa se alimentar.
Nos últimos dias andei observando Amora, ela sente muito sono, ela come demais e o mais estanho são as suas vontades. Esses dias ela estava com vontade de miojo com mostarda. Achei muito estranho, mas fiz suas vontades.
Novamente faço de tudo para ela acordar mas nada.
- Ela está em um sono tão profundo. Deixe-a. – diz Cíntia.
- Será, que ela não está grávida? -pergunto para mãe de Amora.
- E se ela estiver?
- Serei o homem mais completo da vida.
- Só ela poderá lhe dizer. E eu amarei ser vó.
- Quem ama ser vó? Sou muito novo para ser vovô. – diz Enrico brincando.
A viajem durou uma hora, descemos e vamos direto para o casarão da família do Enrico. Chegando lá somos todos bem recebido.
- Seja bem vindos meus amores. – diz dona Antônia.
- Aí que saudades de vocês. – diz Sebastian.
- Nós também, e você está lindo, como sempre. – diz Antônia.
- Mamãe. Está é a sua neta.- diz Enrico.
Nesse momento Amora olha para o rosto de Antônia, e algo surreal, me aparece.
Elas são tão parecidas, parece mãe e filha.

       Amora.
Ela parece eu...
Não acredito...
- Papai? Quem é ela? – pergunto para meu pai.
- Ela é sua avó, minha mãe de criação.
- Ela é tão igual a mim. Porque?
Fico sem respostas, entramos e tomamos um café, o clima entre nós está mais ou menos. Preciso entender o porquê disso tudo.
Vejo papai na sala, então chamo ele:
- Enrico. Preciso falar com você.
- Quando ela diz Enrico em vez de pai, é porque o negócio tá feio.
- Porque ela é igual a mim?

            Enrico:
Olho para minha filha, não sei se conto hoje ou mais a noite no Natal, mas tenho medo da sua reação.
- Só um minuto, vou chamar mamãe. – digo me levantando.
Quando volto, vejo Amora ansiosa.
- Filha, Antônia é a sua mãe.
Vejo em seu rosto surpresa.
- Como assim? Não pode ser.
- Pode sim, eu tenho como provar.- diz Antônia.
Mamãe Antônia, pega uma foto, e mostra para Amora, dizendo.
- Esse é o seu pai, e essa eu e você no meu colo. E claro que eu tenho aqui um exame de sangue que é a prova maior.
- Eu andei pesquisando, e claro um investigador chegou até a mamãe. Agora ela pode explicar do porque te abandonar.
Sentamos no sofá eu espero pela História.
- Há muitos anos. – começa mamãe. – Eu encontrei o seu pai, mas sempre fui ambiciosa desde cedo, e o Richard tinha apenas o amor para me oferecer, eu juro que tentei, tentei me acostumar com essa vida, com você. Quando eu larguei o seu pai, eu fiz um plano de quando eu me estabilizasse na vida eu voltaria e pegaria você, mas então as confusões da vida eu me afastei. Quando eu voltei você estava feliz com o seu pai, e eu vi que ele era muito apegado a você. Então deixei que você ficasse com o seu pai. – diz ela enxugando as lágrimas. – Eu me arrependo muito, se eu pudesse voltar no passado, eu voltaria e não cometia o mesmo erro.
- Muita coisa pra assimilar. – diz Amora. – Mas como vocês se conhecerem?
- Bom, quando eu conheci o pai dele, era um adolescente rebelde, que precisava só de cuidados, amor e atenção. Cuidei dele e depois eu me envolvi com o pai dele, e hoje estamos aqui.
- Meu Deus... Tanta coisa. – diz Amora.
- Me perdoa, peço o seu perdão. – diz Antônia.
- Não podemos voltar no passado, não vai fácil te chamar de mãe, mas quem sabe com o tempo. O que importa é vivermos bem e felizes.
Vendo minha mãe do coração se abraçando isso me alegra.
Se eu morrer hoje morrei em paz.

Sebastian : Ele Ressurgiu das cinzasOnde histórias criam vida. Descubra agora