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Ao chegar em casa, eu fui para o meu quarto, eram exatas cinco horas da tarde, removi minhas roupas e fui direto para o banheiro e depois de um belo banho, vesti minha roupa casual e fui falar com meus pais que estavam no quarto deles, completamente cansados, o trabalho exigia muito deles.

– Como foi o primeiro dia de aula? – disse meu pai num tom de exaustão

– Foi legal, o Thomas me apresentou a escola inteira, é muuuito maior que a que eu estudava antes – respondi o mais velho.

A minha mãe estava tão cansada que não conseguia falar direito, ela apenas me olhou com um sorriso no rosto.

– Ei, mãe, pai, eu posso ir na casa do Thomas pra gente fazer as atividades juntos? eu não entendi muito bem o assunto e o Thomas, ele é um gênio!! – perguntei para os mais velho e sai após aprovação de ambos.

Ao sair do quarto dos meus pais, eu voltei para o meu e fui em direção a minha mochila para pegar o caderno de atividades, foi então que sai correndo para casa de Thomas, a rua estava ficando escura já, e eu tinha um pouco de medo do escuro.

Já em frente a casa de Thomas, eu toquei a campainha e espero até alguém abrir a porta, estava com as mãos juntas enquanto uma expressão de timidez era formada no meu rosto, eu não era de ir muito pra casa do meu amigo, sempre era ele que ia na minha.

– Olá, Tony, o Thomas tá lá em cima, deve estar fazendo alguma engenhoca doida, sabe como ele é. – ditou o pai do Thomas que me atendeu.

Eu apenas acenei com a cabeça e entrei, retirei a sandália e fui correndo em direção ao quarto do meu amigo, no caminho era possível escutar barulhos, era Thomas brincando com seus brinquedos enquanto encenava suas ações com a boca.

– Ah, Anthony, não vi você ai, bom... vamos pra lição? – ditou Thomas rapidamente escondendo algo de mim, ele parecia envergonhado.

– Ei, o que é isso? – perguntei curioso enquanto me sentava ao lado dele.

– Bom, é uma boneca... – Thomas me respondeu enquanto amostrava o novo brinquedo dele.– Mas isso é brinquedo de menina, não? – perguntei de um jeito inocente, o que fez com que Thomas ficasse mais envergonhado ainda.

– A mamãe disse que não, brinquedo é brinquedo, então... – disse Thomas ainda envergonhado.

– Então pega essa boneca aí e vamos atrás do doutor Kappers. – ditei enquanto pegava uma pelúcia do Thomas e então começamos a brincar.

Eu e Thomas sempre faziamos aventuras com bonecos diferentes, mas sempre com o mesmo vilão, o doutor Kappers, que sempre estava lá para nós arruinarmos seus planos malditos.

Uma hora e vinte minutos se passaram desde que começamos a brincar, esquecemos completamente da lição de casa, até que Thomas lembrou e me alertou, ficamos totalmente nervosos e sentamos na cama para começar a lição.

– Eu não tô entendendo nada... como posso saber quais são os movimentos da terra? Geografia é realmente chato... – enquanto pegava os livros, eu não parava de reclamar, ler era chato.

Thomas gentilmente segurou minha mão com a dele e a deslocava para um parágrafo onde respondia minhas dúvidas, olhei para ele com uma cara de tonto, e inflei as bochechas, fiquei surpreso, ele achou tudo tão rápido.

– Os movimentos mais importantes que a Terra realiza, são a rotação e translação, os quais influenciam na formação do dia e da noite, no clima e paisagens do planeta. – Thomas me respondeu calmamente enquanto sorria, ele tinha paciência para me ensinar.

Fizemos a lição juntos e juntos capotamos na cama, estávamos totalmente "bagunçados" na mesma. A mãe de Thomas apareceu e ficou surpresa com o que viu ali.

– Crianças... – com um leve suspiro, a mesma recolhe os materiais dos garotos e os ajeita na cama, pois na situação que estavam, era capaz dos dois acordarem com uma dor imensa no pescoço.

A mãe de Thomas se chamava Larissa, e ela fazia serviços de manicure e pedicure, a minha mãe uma vez foi lá e também, foi nesse dia que eu conheci o Thomas, ao mesmo tempo que nossas mães, se tornavam boas amigas.

Larissa ao ver que eu estava dormindo, foi até a casa da minha mãe, tocou a campainha e a própria Marta atendeu, elas bateram um papinho.

– Tem certeza que não tem problema? O Tony as vezes pode ser meio sapeca. – ditou Marta.

– Tá tudo bem, já estou acostumada a lidar com crianças sapecas. – Larissa respondeu e então começou a aguardar Marta, que foi buscar o uniforme escolar e a mochila de Anthony.

Quando as Estrelas MorremOnde histórias criam vida. Descubra agora