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A noite então se passou para uma nova manhã, eram exatas nove horas quando Thomas me acordou, levantei completamente confuso enquanto bocejava e coçava os olhinhos.

– Por que eu ainda tô aqui?? – ditei confuso e num tom sonolento, eu parecia um zumbizinho.

– Você dormiu aqui bobo, não lembra? – Thomas responde dando um peteleco na minha testa, o que fez com que a mesma ficasse vermelha.

– Au, isso doeu, se bem que... é verdade!!! – num tom de desespero, eu falei, e lembrei que realmente tinha dormido na casa do meu amigo. – A mamãe vai me matar – acrescentei.

No mesmo instante, Larissa surge com uma bandeja, era o café da manhã que a mesma havia preparado, ela havia escutado a parte final da minha conversa com Thomas, e resolveu me acalmar.

– Não precisa se preocupar Tony, eu conversei com sua mãe ontem e ela já sabe que você dormiu aqui, agora comam, mais tarde vocês vão se arrumar pra escola. – Larissa então, após deixar a bandeja em cima de uma mesinha que Thomas tinha em seu quarto, se retirou e deixou as crianças a sós.

Na bandeja, haviam torradas e dois copos de achocolatado, foi então que peguei uma e comecei a comer enquanto observava Thomas que já estava arrumando a mochila para a escola.

– O que acha que pode vamos lanchar hoje na escola? – perguntei já imaginando algo gostoso, o intervalo era a melhor parte da escola.

– Você só pensa nisso, né? – Thomas responde num tom risonho, e foi comer após arrumar suas coisas.

Duas horas se passaram desde que acordamos, já era hora da gente se preparar para a escola, Thomas foi tomar banho primeiro, e em seguida eu fui.

– Ei tonto, a gravata tá errada... – disse Thomas, já arrumado enquanto ia em minha direção.Thomas se aproximou até mim e começou a ajeitar minha gravata, e eu, apenas observava com um pouco de vergonha.

– Você tá vermelho – disse Thomas, enquanto terminava de me ajeitar e ria baixinho.

– O que? não tô não, isso é coisa da sua cabeça. – respondi cruzando os braços, era bem nítida minha expressão naquele momento.

Após Thomas me arrumar, fui até minha mochila e coloquei apenas o caderno, a minha mãe já tinha colocado os livros do dias nela, antes de entregar para Larissa.

O almoço foi legal, almoçamos um bom macarrão com salsicha, era uma das minhas comidas favoritas, eu gostava muito de massa.

– Obrigado pela comida, tia Larissa, estava uma delicia. – agradeci a mais velha, já na porta da casa ao lado de Thomas, já era hora de ir.

Durante o caminho, conversamos sobre várias coisas doidas do espaço, a gente sempre se perguntava o porquê as pessoas não acreditavam em vida fora da terra, tipo, o universo é imenso, seria impossível só a terra ter vida.

Continuamos a andar normalmente e chegou a hora de atravessarmos a pista, aquele deslocamento se tornou um dos meus maiores arrependimentos.

– E foi assim, que eu descobri que as estrelas que brilham forte lá no céu, estão mortas – conversei enquanto andava acompanhado do meu amigo.

– Tony... por que tem pessoas ali que estão correndo pra cá? – perguntou Thomas, um pouco confuso.– Eu não sei, mas acho melhor a gente voltar tamb... – respondi Thomas, até perceber que, era tarde demais.

Naquele dia, eu aprendi da pior forma, que a dor no coração, é a pior que existe.

As pessoas estavam correndo na rua, pois policiais estavam reagindo a um assalto que estava ocorrendo em um banco próximo a onde estávamos, ouve troca de tiros e Thomas, acabou levando uma bala perdida, o garoto caiu na hora no chão, e eu, o que eu podia fazer, o que uma criança de dez anos faria ao ver seu amigo tomar um tiro num dia que devia ser normal? A única coisa que consegui fazer, foi arrastar o corpo de Thomas para trás de uma placa de metal que estava ao meu lado, naquele momento, tudo de repente se apagou e eu só conseguia pensar no meu amigo, como se o tiroteio que estava ocorrendo ali, não existisse.

Quando as Estrelas MorremOnde histórias criam vida. Descubra agora