Capítulo 43 ✔

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“... tornou-se tudo o que eu perdi e tudo que eu esperava
Mas eu devo seguir em frente
Sempre um
Nunca quebrado...”

JAKE BUGG.


Apoio a cabeça na parede e fecho os olhos, soterrado na escuridão, ferido na carne e na alma.

Sinto um líquido estranho fugir pelos cantos dos meus olhos sem nenhuma permissão, correndo muito silenciosamente por meu rosto e tentando a todo custo ir parar o mais longe possível do monstro que sempre fui, falecendo tristemente pelas minhas vestes.

Talvez tudo não passe de uma grande e mirabolante mentira? Seria tudo uma paranoia cruel da minha mente sempre tão atormentada?

Mas são especulações patéticas demais, eu sei. Já atravessei este inferno antes. Posso lidar, erguer a cabeça e até mesmo mentir para todos, dizendo algo como “não se preocupem comigo. Eu estou bem. Juro que estou bem.”

Posso ser forte, inquebrável, um homem que mereceu este golpe tão doloroso e insano da vida. É, eu posso.

Abro os olhos e corro minhas mãos pelo cabelo, olhando para o nada, ainda sem acreditar, chorando como em raras ocasiões da minha fodida vida de professor. Dói demais. É tão dilacerante, sufocante e insuportável.

Sinto como se o clínico assoalho do hospital estivesse repartindo-se, rachaduras surgindo pelas paredes, fragmentos de concreto caindo do teto e todos os edifícios desta imperfeita cidade, desabando como se fossem castelos de areia frágeis demais para suportar o violento sopro mortal do vento ou as brutais ondulações dos terremotos.

Dores pulsam através do meu crânio, esticando-se por cada fibra do meu corpo. Lágrimas e náuseas sufocam o meu corpo, e arde, latejando em cada canto. Como tudo perdeu o sentido?

 Respirar nunca me pareceu uma ideia tão horrível e desprezível. Quê diferença isto faz neste momento?

Aqui estou eu, fraco e sozinho, com os meus traumas mais profundos. Nada parece fazer sentido. Onde está você, amor?

As cores não existem mais, foram distorcidas, consumidas pela pura escuridão. Onde estão todas as luzes? Por que tão apagadas, distantes e mortas? E o céu que nos esperava, lindo e azul? Onde foi parar a felicidade, o amor? O que aconteceu com nós dois?

Levantei-me com muita dificuldade, destruído de todas as maneiras possíveis e impossíveis, desejando ardentemente voltar para os limites de horas atrás, bem ali na primeira dança de sua festa de formatura.

Anna estava tão radiante, linda, os olhos emocionados e felizes. Todo o meu sonho resumia-se em seu precioso sorriso. Tão doce e sincero... O que aconteceu, amor? Por quê?

Levantei os meus olhos que tanto insistem em arder e vislumbro o meu grande rival, que deixou danos terríveis em mim, andando com determinação, impassível e ao mesmo tempo, profundamente afetado.

Amores Proibidos - Vol. 1Onde histórias criam vida. Descubra agora