BÔNUS 1

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2 ANOS SE PASSARAM...

Dois anos se passaram desde o casamento da minha filha e o lançamento do livro da Natalie que fez muito sucesso. Era 20 de fevereiro, e um vírus perigoso estava rondando  Wuhan na China e espalhando rapidamente para o mundo. Um dos primeiros países a sofrer gravemente com o vírus foi a Itália. As autoridades de saúde brasileiras vem negando o fato e que o Brasil sofrerá grandes consequências com o vírus, mas isso é totalmente equivocado. O Brasil pode sofrer situações devastadoras com a propagação do vírus. Após a reunião com todos os diretores de hospitais públicos e particulares e autoridades estaduais e municipais para o que deveríamos fazer se entrarmos nessa pandemia, uma série de decisões importantes seriam tomadas. No dia seguinte da reunião eu e o doutor Rodolfo sentamos para conversar junto com o jurídico, o RH, o setor de compras e os donos do hospital.

Dono 1: E então doutora Pugliese diante desse quadro assustador, o que acha que devemos fazer?

Eu: Nos prevenirmos disso tudo. Comprando EPI's suficientes para uma superlotação e atendimentos em massa. Treinamento de suporte ventilatório, higienização com todos do hospital. É um gasto muito grande, mas a partir do momento que o primeiro caso for diagnosticado aqui no Brasil e principalmente aqui no Rio de Janeiro, as coisas tendem a se alastrar com muita rapidez, e isso pode expor o hospital, os funcionários a esse vírus que ninguém sabe como tratar com eficácia.

Dono 1: Doutor Blummer?

Rodolfo: Eu concordo com a chefe Pugliese. É um gasto grande, mas quando isso se propagar tudo ficará mais caro, mais demorado, além das empresas que agirão de má fé. Não podemos correr esse risco.

Compras: Podemos fazer um negocio com nossos parceiros, comprar tudo em grande escala e consignado. O que não usarmos devolveremos sem ônus.

Dono 2: Sim, se conseguirmos essa parceria com eles, o quanto antes é melhor. Não podemos arriscar.

Dono 2: Vamos deixar o hotel aqui perto, de sobreaviso para os funcionários do hospital. Não podemos colocar nossas famílias em risco. – foi uma reunião de 5 horas definindo o que faríamos. Fui pra casa muito tarde.

Nat: Oi amor.

Eu: Oi amor. Estou exausta.

Nat: Imagino, vai tomar um banho vou esquentar algo pra você comer.

Eu: Ok, obrigada amor – a beijei. Subi tomei banho coloquei pijama fui ver meus filhos, todos dormiam, menos a Alice. – Oi filha.

Alice: Oi mamãe – me deu um beijo.

Eu: O que está fazendo?
Alice: Projetando. Na verdade corrigindo algumas coisas, tenho que apresentar amanhã pra um cliente.

Eu: Ah tá. – conversei um pouco com ela e fui jantar. A Alice hoje trabalha com a Natalie e é uma excelente engenheira. – Hum... O cheiro tá ótimo.

Nat: Fiz o que você mais gosta – era parmegiana.

Eu: Que delicia amor – a beijei – Obrigada.

Nat: E ai, como estão os ânimos por lá?

Eu: Tensos. Hoje decidimos nos precaver. Comprar todo material de proteção de higienização, aumentar os leitos de UTI. Conseguimos mais 30 respiradores pra essa UTI improvisada. O andar da pediatria, neonatal, maternidade e cardiologia será isolado. A entrada vai ser por dois elevadores isolados, para que os médicos da área não tenham contato. Estamos nos cuidando para não sair do controle.

NATIESE EM: A CULPAOnde histórias criam vida. Descubra agora