Capítulo 44 ✔

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— Gabriel, não faz isso

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— Gabriel, não faz isso. Por favor, abra essa porta.

Ouço a desesperada voz de Alysson do outro lado da porta pelo terceiro dia consecutivo. Qual a parte do “eu quero ficar sozinho” eles ainda não compreenderam? Não fui claro o suficiente?

Aqui estou, encarcerado pela solidão e pela meia-luz, pois todas as cortinas estão fechadas e não desejo encontrar os brilhantes dias de verão que consome a cidade lá fora tão cedo, deixando a escuridão tomar posse de tudo e construir os seus pilares, destruindo todo fiapo de esperança que ouse se erguer dos escombros.

— Deixe-me entrar, irmãozinho, por favor. Você não pode se destruir assim outra vez. Escuta... Você fez tudo que podia. Você lutou muito. Só que... Só que não deu, Gabriel e você precisa entender que nada disso é culpa sua.

Levanto a cabeça, engolindo a furiosa vontade de quebrar os punhos e chorar, e finalmente abro àquela maldita porta.

— Seja breve, Alysson. Estou ocupado.

Rosno e volto a perambular pelo meu escurecido apartamento, entrando em meu quarto tão vazio e frio com Alysson em meus calcanhares.

— Gabriel, você não pode... O que são todas essas malas?

— Não lhe parece óbvio?

Alysson arregala os olhos para mim, parece aturdida e muito confusa.

— Você vai viajar, é isso?

— Quem sabe?

— Por que não atendeu nenhuma de nossas ligações? Nossos pais estão tão preocupados, irmão. Você não tem ideia do inferno que estamos vivendo.

Sorrio de forma meio sinistra, sem qualquer rastro de humor em mim.

— Sim, claro. Ao contrário de vocês, vivo um paraíso.

— Perdão, juro que não foi isso que eu quis dizer. Perdão.

— Chega desse papo meloso, Ally. Vá direto ao ponto, caso contrário... bem, você sempre foi inteligente e acredito que conheça a saída como todos.

— Você foi vê-la?

Sinto como se acabasse de passar uma lâmina por minha pele.

— Não quero falar sobre isso. — Estalo, incomodado com aquilo.

É claro que fui atrás todos estes dias e foi humilhante de muitas maneiras.

Tenho agora, uma dívida com a minha adorável tia postiça. Se não fosse por ela, jamais teria acesso ao cemitério do qual Anna foi precocemente enterrada.

— Entendo. Me desculpa ter vindo aqui te incomodar, Gabriel. Mas quero que saiba que nunca vou desistir de você. Talvez naquela época eu fosse nova demais, mas agora é diferente. Tudo mudou.

Amores Proibidos - Vol. 1Onde histórias criam vida. Descubra agora