"1) O alfa tem que ser bonito por dentro e por fora"

390 63 45
                                    

"O alfa tem que ser bonito por dentro e por fora (cansei de boy lixo)."

Faz uma semana desde a criação da minha lista com a promessa de encontrar o alfa perfeito para mim e eu já quero desistir.

Lutar pelo meus objetivos é mais complicado do que eu imaginei.

Será que eu devo contratar um couch de relacionamento ou invadir o curso de psicologia e sequestrar Todoroki e Midorya para ouvir meus surtos?

- O miojo vai queimar Pikachu – Desperto das meus desvaneios com o aviso da voz grave, atrapalhando meus importantíssimo lamentos do dia.

- Já voltou do estágio? – Viro em direção a porta, ignorando brevemente a advertência do outro.

Qual é? Eu não consigo fazer duas coisas ao mesmo tempo com eficiência.

Perdão.

- Estou aqui, não estou gênio? – Bakugou, sendo o anjinho perfeito que é, responde debochando do meu raciocínio lento com o seu maldito sorrisinho orgulhoso. E como se achasse pouco, ainda cruza os braços e apoia a sua cabeça na entrada da cozinha para aumentar a sua imagem de alfa "durão descolado" – Eu sei que eu sou lindo de jaleco e todo de branco, mas se você continuar babando para mim, a nossa janta vai queimar.

- Você ainda não respondeu minha pergunta.

- Você ainda não desligou a panela – Okay, entrar em qualquer tipo de batalha com Katsuki é a mesma coisa que pedir para perder a paciência, o orgulho, o tempo e entre outras coisas irreversíveis. E tendo essa informação guardada em minha mente, desligo a panela – ouvindo um riso debochado ao qual eu prefiro ignorar pelo bem da minha sanidade – e coloco a nossa janta na mesa.

Infelizmente hoje é terça-feira e é o meu dia de preparar a refeição.

Como diria um grande filosofo: dias de lutas, derrotas, humilhações e dias de pouquíssima glória.

- Eu diria para você tentar pelo menos fazer um ovo, mas na última vez que eu sugeri isso, você quase colocou fogo na casa – O ingrato se senta na mesa e eu, como uma boa pessoa com boa educação e bastante esfomeada, sentei-me na sua frente – Como você quase coloca fogo na porra da casa tentando fazer a droga de um ovo?

- Essa casa não estava pronta para as minhas habilidades artísticas – Acuso emburrado, fazendo o meu famoso biquinho de bebê irritado porque eu sou um verdadeiro bebê que deve ser cuidado e respeitado. E não tem necessidade Katsuki ficar lembrando toda horas meus fracassos. Posso muito bem ficar me defendendo, porém, percebo um brilho estranho no olhar avermelhado, além do fato de o senhor perfeitinho está brincando com o macarrão – Aconteceu alguma coisa?

- Hm?

- Você está deprimido – Pontuo e Bakugou me olha surpreso, largando o garfo no prato – O que foi?

- Você é um imbecil, como você notou? – Vocês estão vendo como ele me trata? Entretanto, eu vou dar um desconto na minha atuação exagerada porque ele realmente parece abismado com a minha análise.

- Nós moramos juntos a quase três anos Bakugou, até eu sei um pouco sobre você – Recruto estranhamente calmo, sei que o meu companheiro de apartamento odeia se sentir exposto. Ele gosta de ser uma muralha impenetrável com um coração de gelo, mas eu o conheço o suficiente bem para ver seu coração todo derretido – E eu sei que você está tentando fugir da minha pergunta.

- Não estou fugindo de nada caralho, porra é essa? Eu? Fugir? Tá doido? – Aqui vermos claramente um exemplo de alfa fugindo dos questionamentos – Não é nada. É só que...merda – Me assusto quando Katsuki se levanta da mesa num supetão, apenas dando tempo de pegar sua mochila jogada no chão, e anda com passos apressados para o seu quarto, mais conhecido também como sua fortaleza.

Como se eu fosse deixar isso acontecer.

Levanto-me da mesa também, e a passos apressados, consigo alcançar o mais alto. Não sei o motivo de tanta frustação emanando nos seus feromônios, porém eu realmente não me importo em abraçá-lo por trás e tentar acalmá-lo.

- Kacchan – Tá, essa talvez não seja a melhor forma de chamar um Katsuki Bakugou com raiva, entretanto, eu sou um ômega amável, ao qual estou emprestando meu calor humano num abraço, sentindo as costas largas descer e subir por conta da respiração acelerada e ainda me prestando o papel de pensar numa solução convincente.

- Porra Kaminari – Aviso de perigo, ele chamou meu nome - Me larga cacete. Tem medo de morrer não inferno!?

- Vai agir feito uma pessoa normal e me contar o que aconteceu invés de ficar assim? – Escuto um suspiro antes de Katsuki se virar, fazendo o aperto das minhas mãos na sua cintura desaparecer por completo. As orbes escarlates de perto parecem tão exaustas que meu coração se apertou com a visão.

Agora que eu percebo a presença do óculos de leitura no rosto do mais velho e nossa, o desgraçado é realmente bonito com qualquer coisa.

- Eu não quero falar – A postura do alfa agora parece mais abatida do que defensiva e eu não sei se isso pode ser considerado bom.

Ainda dá tempo de eu chamar Todoroki e Midorya?

Tento vagar pela minha consciência para lembrar alguma informação útil para colaborar com o meu desespero no momento. Hoje é terça, dia do estágio no plantão do hospital de Tokyo. Bakugou quer trabalhar como neurocirurgião, ele tem 21 anos, é do signo de touro, no caso pertence ao elemento Terra, é possessivo, teimoso, mas realista. É construtivo, determinado, firme, mas por vezes inflexív-

- Eu juro pelo capeta, se você estiver tentando analisar minhas caraterísticas por alguma porra de horóscopo, eu te jogo pela janela filho da puta.

- Como você descobriu!? Você ler mentes!? – Me afasto em um pulo do corpo do outro por puro medo do possível poder telepático funcionar por aproximação – Eu estou correndo risco de vida, não é?

- Eu já lhe amacei, não percebeu não seu imbecil? – Recrutou irritado – E não, eu não sei ler mentes, só consigo ver a sua cara de retardado e descubro que estupidez você está pensando – Abro a boca para responder essa ofensa realista, porém ele é mais rápido em retornar a palavra – Você vai ficar sendo inconveniente até eu abrir o bico, não é?

- Você já sabe a reposta Kacchan~ - Seguro o riso quando vejo o tique nervoso da sobrancelha loira por causa do apelido. Céus, era muito irritar Bakugou sem correr um risco de vida real.

- Um pirralho do setor de doenças cardiovasculares me deu um desenho – Katsuki aperta com mais força a alça da mochila entre os seus dedos – Ele falou que eu era algum tipo de super-herói.

- Que meigo.

- Ele não apareceu hoje.

Demoro para entender o problema de uma criança ao qual não é do setor dele não aparecer na ala. E quando eu digo demorar, é demorar mesmo, demorar tempo o suficiente para as bochechas do alfa se tornarem rubras de constrangimento e desviar os suas íris intensas para o chão.

- Você está preocupado com ele! Oh meu Deus! Que fofo! Kacchan está todo preocupadinho com o garoto só porque ele lhe deu desenho!

- VAI SE FUDER PIKACHU DE MERDA – Grita e sai com toda sua fúria para seu quarto. Ouço a porta da sua fortaleza fechar num estrondo, entretanto, o sorriso nos meus lábios não sai de jeito nenhum.

Bakugou é adorável. 

As dez medidas (Kamibaku)Onde histórias criam vida. Descubra agora