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Eu não conseguia parar de olhá-la, mas já ela em contrapartida, sequer me destinava um olhar e, quando isso vinha a acontecer, era uma coisa fria, limpa de sentimentos, incapaz de demonstrar que em seu peito habitava o mesmo amor que existia no meu

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Eu não conseguia parar de olhá-la, mas já ela em contrapartida, sequer me destinava um olhar e, quando isso vinha a acontecer, era uma coisa fria, limpa de sentimentos, incapaz de demonstrar que em seu peito habitava o mesmo amor que existia no meu.

─ Sente-se, Ruggero. – Diego mandou.

Passei a língua pelos dentes, varrendo meu olhar pela sala até encontrar o dele, parando em seu sorriso zombeteiro.

─ Estou bem assim.

Diego concordou, então ele mesmo se sentou, depois de deixar a cadeira de rodas da Karol estacionada ao lado do sofá, por fim cruzou as pernas e respirou fundo, estudando minha expressão, como se conseguisse ler perfeitamente cada palavrão que eu pronunciava através do olhar.

─ Vejo que cumpriu o combinado e veio sozinho.

Pisquei os olhos, sem paciência.

─ O que você quer?

─ Primeiramente, fale mais baixo e respire fundo... – Moveu a mão no ar, pedindo calma. ─ Você está suando como um porco.

Enfiei as mãos nos bolsos frontais, me controlando, porque eu sabia muito bem o nível do sarcasmo do Diego e sabia que ele era perito em brincar com as palavras, sempre foi assim.

─ Se você fosse menos sovina e comprasse um ar-condicionado melhor... – Rebati no mesmo tom de gracejo.

De soslaio notei Karol se remexer na cadeira, fitando as mãos.

─ Vou anotar a sua sugestão e quando eu precisar dela, usarei.

─ Fico feliz em ajudar. – Resmunguei.

Soltei o ar devagar, repetindo mentalmente que não adiantava perder a cabeça naquele momento. Não enquanto Karol ainda estivesse ali.

Umedeci os lábios e olhei pra ela.

Nossos olhares se cruzaram.

─ Você precisava ver a sua cara de idiota, Ruggero... – Diego disse, rindo. ─ Que bonito o amor, não é? Só não entendo como você demorou quatro dias para notar que ela não estava bem.

Fechei as mãos em punho ainda dentro dos bolsos.

─ Ah, mas eu sei. – Karol falou, olhando para ele. ─ Ruggero estava muito ocupado fodendo com uma mulher que encontrou por ai.

─ Hum... Isso é ruim. Muito ruim, hein, Ruggero? Que idiotice.

─ Vá se foder. – Rosnei pra ele. Umedeci os lábios de novo e busquei o olhar da Karol, quase implorando. ─ Karol, por favor, você sabe muito bem como as coisas foram... Sabe que...

─ Eu sei? – Ela esboçou incrédula, ou fingindo muito bem. ─ Do que eu deveria saber exatamente, Ruggero? Que você é um mau caráter traidor? Oh, agora eu sei. Ou melhor, sempre soube, mas fui muito burra em acreditar em você.

Monarquia dos Cafajestes (Pausada)Onde histórias criam vida. Descubra agora