“Alma perdida, bruxa amaldiçoada. Pagar pelos pecados sujos e lascivos é seu dever, e queimar no fogo do inferno também faz parte”
Suspiros pesados, altos ou baixos, não importava como eles fossem, eles sempre carregavam apenas um sentimento consigo: decepção.
Decepção, nojo, amargura, desanimo, apreensão, ansiedade, perturbação, mágoa; todos esses sentimentos sempre vinham logo atrás de um suspiro dado por alguém aleatório e sem importância. A confusão destes sentimentos causava caos em qualquer um, que já esperava uma notícia péssima indo em sua direção, como se a fada das tempestades estivesse planejando fazer o céu cair em cima da cabeça das pessoas. Sem aparentemente se importar com quem seria afetado com suas ações e quais seriam as consequências que chegariam logo depois que tudo acabasse.
Claudia nunca chegou à receber nenhum suspiro pesaroso com comoções ruins, ou olhadelas e conjecturas que exibiam descontentamento consigo ou demonstramento de desgosto, como uma forma indireta de dizer que ninguém sentiria sua ausência ou inexistência naquele vilarejo pacato liderado pela igreja.
Não. Logicamente não. Ela era a garotinha de ouro, um exemplo de bom comportamento e espírito para várias pessoas.Mas deixou de ser no atual momento.
Desde à infância, ela era uma boa garota. Sem algum histórico de reclamações sobre si ou enfrentamentos e mágoas passadas. Ela era apenas doçura, e possuía uma inteligência invejada e uma personalidade adorável. Ninguém conseguia odia-la ou manter um pequeno rancor de si. Tudo era resolvido de forma rápido e pacífica, envolvendo uma boa conversa, como ela sempre preferia.
Ninguém conseguia odia-la ou ter nojo da pequena garota. A morena era simplesmente uma garota doce, com sonhos quase atingindo às nuvens e que possuía um desejo em seu ínfimo de explorar o mundo. Todos à amavam.
Até agora.
A de cabelos negros como as penas dos corvos, traçava planos e mais planos, sempre mantendo suas ambições e utopia no topo de tudo que passava na mente avoada e sonhadora. Nada mas lhe importava, à não ser seguir todos os seus sonhos possíveis e cuidar de sua família.
Ah, a sua família. Ela era tudo que Claudia mais amava na vida. Seu pai, Viren, e seu irmão, Soren. Eles dois eram as duas jóias mais raras de se encontrar. E ela jamais os deixaria para trás, e eles também nunca à abandonariam. Era uma promessa. Uma promessa de família que, de maneira alguma, seria quebrada.Ou era o que ela pensava.
Com o passar do tempo, Claudia foi crescendo, e se tornou uma senhorita tão bela quanto uma flor escondida nas entranhas da floresta que circundavam o caminho do pacato vilarejo até à cidade. Tão gentil e formosa, logo começou à receber pedidos e mais pedidos sobre cortejos e encontros à luz do luar. O que ela, obviamente, negava.
Negava por ter segredos tão obscuros que até uma gárgula malcuidada em Notre Dame sairia voando em pleno e desprezo. E também...
Porque bons cavalheiros não se relacionavam com bruxas. Elas tinham almas perdidas, e os “pobres” homens perderiam as suas se tivesse algo com uma bruxa.
Claudia nunca se permitiria à tal ato, visto que fizera uma promessa de nunca se relacionar com alguém — uma promessa que só tinha valor para um certo grupo de pessoas.
E assim permaneceu, ao longo dos meses. Bem, até agora...
A de cabelos negros continuou sendo quem era, uma garota adorada por todos e gentil. Mas do dia para à noite, isso mudou. Agora, todos apenas desejavam o exílio desta em algum buraco no fim do mundo; visto que descobriram seu segredo. Descobriram que ela era uma bruxa!
Uma bruxa. Alguém que mexia com magia, algo vindo das profundezas obscura do inferno e que havia sido criado pelo diabo. Oh, a igreja estava do pacato vilarejo estava horrizada com o esse fato escândaloso.
Mas, não era só isso. Não, não não, havia mais um segredo que ninguém esperava ser revelado.
De boca em boca, foi contado uma mera história de que a morena nunca havia se relacionado com nenhum homem da aldeia por ser... Alguém inaceitável. Alguém que beijava bocas de mulheres nibidinosas, um erro da sociedade, mulheres que não deveriam existir.
Em sua cabeça sonhadora, permutava o pensamento de como descobriram seu terrível segredo, mas não fazia sentindo fazer perguntas e mais perguntas sobre isto, já que se encontra acorrentada sendo levada por guardas à uma prisão à beira mar. Aonde se sabia da existência de piranhas famintas e outros tipos de predadores.
Claudia sabia que a sociedade e pessoas que faziam parte desta eram ruins, mas não ao ponto de prende-la em um calabouço sujo à beira mar. Agora, ela iria fenecer, primeiro seu corpo e depois sua alma, apenas por ser o que era: uma bruxa maldita.
Presentemente, ela se encontrava enjaulada na beira do mar, com uma mecha branca singela em seu cabelo — evidenciando o uso de magia — e completamente destruída mentalmente. Só restava esperar qual julgamento receberia: viveria presa para sempre, sem comer ou beber água, até restar apenas os seus ossos que seria dado às piranhas para morder e chupar até ter sua fome saciada? Ou seria jogada à forca ou na fogueira? — esta última opção era a mais viável.
Enfim, isso não importava mais. Ela era uma mulher morta agora. Uma mulher com alma morta e sendo crucificada por um motivo idiota: ser quem era.
oi :)) voltei
queria deixar essa oneshot da claudia de dragon prince (um desenho ótimo da netflix que eu recomendo) baseado num surto da madrugada que tive semanas atrás — e só tive coragem pra finalizar essa one hoje.
enfim, espero que tenham gostado. até mais!!!
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━━ FENECER, dragon prince.
FanfictionClaudia sabia que a sociedade e pessoas que faziam parte desta eram ruins, mas não ao ponto de prende-la em um calabouço sujo à beira mar. Agora, ela iria fenecer, primeiro seu corpo e depois sua alma, apenas por ser o que era: uma bruxa maldita. ㅤ...