Parte 23

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Minha cabeça esta entrando em curto circuito sério.

Cinco meses que não nos vemos e a saudade só cresce, fico admirando ela falar toda vez que me liga ou que consigo ligar.
Só que minha vida virou de pernas para o ar, depois que Candelária voltou.
Ela teve a cara de pau de esconder que estava grávida de um filho meu e ainda por cima perdi quase três anos da vida dele por culpa dela.
- Ruggero quando vai conhecer o Yago?
Me pergunta, ela esta sentada no meu escritório.
- Você levou tanto tempo para me contar porque agora esta com pressa?
- Eu te contei faz um mês, e não se moveu.
- Eu vou conhece-lo, mas na minha casa.
- Não. Ela grita.
- Qual o problema? Você vai leva-lo a minha casa Candelária.
- Mas meus pais querem saber quem é o pai e já contei que você vai aparecer la em casa.
- Tudo bem eu passo la mais tarde, mais que fique claro, eu só estou indo até la para conhecer meu filho nada mais.
- Tudo bem. Ela sai não muito satisfeita, mais o que ela queria.

Tento me concentrar no trabalho mas não consigo, pego o celular e ponho na foto de Karol, fecho os olhos e respiro fundo isso tudo é loucura, eu pensei que passaria mais eu a quero tanto que chega a doer.

Termino algumas planilhas para o mês e controlo a hora cinco e meia, vou me apressar não quero jantar na casa deles, sei bem o que os pais de Candelária vão querer fazer e isso esta fora de cogitação.

Assim que entro em sua casa, seu pai me recebe com um abraço e a mãe com um sorriso acolhedor, encaro a figura pequena que vem correndo no corredor, ele para bem perto de mim e me abaixo para ficar na sua altura.
- Você é o meu papai.
Faço que sim e ele me abraça.
Sinto o cheirinho de nenem e isso desperta algo em mim, seus cachinhos pretos e olhos redondos são tao familiares.
Brinco um pouco com Yago e pergunto se ele quer conhecer a minha casa, nesse momento Candelária aparece.
- Mamãe eu posso conhecer a casa do papai? Ela sorrir.
- Claro que pode filho.
- Até porque, vai ser a casa de vocês não é mesmo? Fala a mãe dela.
- Mãe... Repreende Candelária.
- Sua mãe tem razão, quando vai levar sua família para viver com você, esse menino precisa do pai presente e a mãe dele tambem.
- Me desculpe senhores, mas acho que temos um engano aqui. Afirmo.
- Ruggero espere, não..
- Não, eu sou o pai dele sim, mais eu e Candelária não temos nada, a muitos anos e nem vamos ter.
- Como é que é?
- Isso mesmo que o senhor ouviu, não sei o que Candelária falou para vocês, mais depois que ela me deixou e foi embora eu segui minha vida, e só fiquei sabendo do Yago a pouco tempo.
- Mas... Mas ainda podem recuperar o tempo perdido. Fala a mãe, isso esta me saindo ainda mais difícil.
- Não será possível.
- Porque não? ela é mãe do seu filho, vocês poderiam se casar ainda.
- Eu ja estou de casamento marcado senhores, sua filha não significa mais nada para mim, como a senhora mesmo disse ela é a mãe do meu filho mais nada, não se preocupem eu vou assimi-lo.
- Isso não se faz rapaz minha filha não é uma qualquer. Fala o pai.
- Ela tivesse pensado antes de ter ido embora e me abandonado na cama de um hospital, senhores eu não tenho obrigação nenhuma com a filha de vocês, com o Yago sim, então se me derem licença.
Encaro Candelária com um olhar mortal e ela se encolhe mas me segue.
- Porque disse a eles que estavamos juntos.
- Eu não disse.
- Mais foi isso que eles deram a entender.
- Eles só queriam que eu me casasse com o pai do meu filho.
- Chegou tarde não estou disponível.
- Mentira.
- O que?
- Ela foi embora, vocês não estão juntos.
- Isso não é da sua conta, converse com seus pais Candelária entre eu e você não vai existir nada entendeu.
- Eu não vou desistir. Ela sussurra.
- Como é?
- Ainda amo você, te quero de volta e sei que ainda sente algo por mim.
- Ficou louca, escute bem eu não sinto nada por você.
- Não me perdoou é porque sente algo.
- Sinto muita pena de você é o que eu sinto, se poupe Candelária eu ja perdoei você e só tenho a agradecer porque se não tivesse me deixado eu não teria me apaixonado de verdade.
-  Não sabe o que diz, é a mim que você ama sempre amou. Tenho que rir.
- Ok, isso foi patético, deixe o Yago na minha casa amanhã.
- Eu vou esta com ele.
- Não, meu contato é com ele, você não entra em nada, não a quero na minha casa então dê o fora antes de eu chegar.

Ela me encara com fúria e eu só lamento por ela, dou as costas e entro no carro, preciso de um banho e de uma ligação, só ela pode me acalmar nesse momento.
O telefone chama, chama e ninguém atende, droga Karol onde se meteu?
Então como se respondesse meus pensamentos ela me liga de volta.

- Oi menino mal.
Acabo sorrindo porque o apelido ficou. Um cara aparece entregando uma cerveja e beija sua bochecha fazendo meu sangue ferver.
- Relaxa amigo, sou o amigo gay da minha gata aqui. Karol rir e acabo rindo tambem.
- Alguém esta com ciúmes.
- Morrendo principalmente depois de umas fotos ai.
- Você não gostou? Pergunta.
- Oh eu adorei, eu e a torcida do flamengo. Bufo e ela gargalha.
- Como você esta? Ela pergunta seria e tenho a leve impressão que ela pode ver nos meus olhos.
- Estou bem. Minto.
- O que tem feito de novo? Mudo de assunto.
- Acabamos o musical finalmente, estou finalizando dois contratos que ainda me prendem aqui.
- Espere isso quer dizer que...
- Que não renovei contrato com ninguém, estou com um projeto legal e espero que dê certo, então em breve vai ter que aguentar minha cara de novo.
- Isso é sério? Ela sorrir mordendo os lábios.
- Então vai me contar o que está acontecendo ou vou ter que ir até ai?
- Acho que vou ficar com a segunda opção, ao menos vou poder te tocar.
Ela suspira.
- Preciso de você Karol, preciso muito.
- Eu sei... Me espera ok.
Assinto ela beija a mão e toca a tela e eu faço o mesmo.
Não consigo negar mais, eu a amo e estou sofrendo pra caralho ficar longe.

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