- Introduction.

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Certa vez, em terras bonitas e de bom ar, havia um reino tranquilo, próspero e alegre, o reino de Areumsan. O Rei e a Rainha vinham de dinastias conhecidas por possuírem bom coração e boa liderança, qualidades que sempre eram passadas de geração em geração. O casal real tivera dois filhos que refletiam isso muito bem: Christopher, o mais velho, com 12 anos, sempre foi muito responsável, corajoso mesmo sendo pequeno, seu pai sempre achou isso adorável e até o levava para encontros oficiais para que ajudasse a arquitetar estratégias. Por outro lado, o caçula Felix, de 7 anos, era um menino doce como uma cereja, sempre ajudando a todos no castelo, ele possuía um ar extremamente alegre e colorido que encantava todos a sua volta. Os dois irmãos eram um ótima dupla, completavam um ao outro. “Eles serão ótimos governantes.” Dizia o Rei.

Entretanto, os ventos sopram e as tempestades muitas vezes chegam antes que se possa fechar as janelas.

Em uma noite fria, um exército que pertencia a uma ordem sem nome e sem bandeira invadiu as terras de Areumsan. Eles chegaram de sorrateiro no início da madrugada, se infiltraram nas casas e, pouco a pouco, chegaram ao castelo que ficava ao pé da montanha no norte do reino. Uma vez lá, domaram a guarda real, e em questão de horas, antes mesmo do amanhecer, o reino havia sido tomado por inteiro. Incluindo a família real.

Dois homens do exército entraram no quarto do Rei e da Rainha, que dormiam profundamente em meio ao caos silencioso. Antes que conseguissem se dar conta do que estava acontecendo, o Rei foi morto com uma espada atravessada em seu peito. A Rainha acordou com a invasão e conseguiu sair do quarto, apesar de ser golpeada no estômago durante a fuga.

"Deixe-a ir, há veneno nas espadas, ela não irá longe." Disse um dos homens.

A Rainha não pensou duas vezes e foi em direção ao seus maiores tesouros. Os príncipes. Ao chegar no quarto dos meninos, ela tomou cuidado para não fazer barulho e evitar que o exército desconhecido a ouvisse e os acordou.

"Mãe? O que está acontecendo? Que barulho todo é esse?"

"Prometo que explico depois. Agora temos que sair daqui, rápido, Christopher, vamos."

A Rainha pegou Felix, ainda adormecido nos braços, e empurrou seu filho mais velho até o corredor fora dos quartos. O fim daquele corredor levava a um lance de escadas que iam até os fundos do térreo do palácio, o único lugar que a Rainha pensou que ainda não estivesse tomado pelo exército e por onde eles conseguiriam escapar. Mas antes que chegassem ao fim do corredor, Christopher escutou sua mãe tossindo, ao se virar, viu a rainha ajoelhada no chão, com seu irmão em seus braços e sangue pingando de sua boca até o pijama de Felix. Uma visão que ele jamais esqueceria.

"Chris, querido, corra o mais rápido que puder para fora do castelo, vá até a praia, uma caminhada de algumas horas para leste vai te levar até o reino de Norangsan, chegando lá, diga seu nome e de onde vem, mostre isso a eles." A rainha então tirou o colar que usava e deu a seu filho mais velho. "Vão saber quem tu és e irão ajudar você e seu irmão, agora vá, por favor." E então passou Felix para o colo de Christopher.

"Mas m-mãe, você... você... não pode ficar aqui."

"Christopher Areum Bang, faça o que eu estou mandando."

A contragosto, o príncipe colocou o colar ao redor de seu pescoço, pegou seu irmão e correu o mais rápido que podia para o térreo. Entretanto, o temor da Rainha era real, todo o palácio já havia sido tomado pela ordem sem nome, inclusive a saída dos fundos.

"Acabou para vocês dois."

"Fique longe. De mim. E do meu irmão."

"Não há nada que você possa fazer, pequeno rapaz."

Os homens que estavam no portão foram em direção aos irmãos. Christopher tentou ao máximo defender a si mesmo e ao seu irmão, até que sentiu um golpe forte em seu rosto, e então, tudo ficou turvo e escuro.

Os guardas golpearam os príncipes e deixaram os dois desacordados. A líder da ordem sem nome teve pena dos garotos, e pediu para que o exército não os matasse, apenas apagassem suas memórias para que pudessem mandar os meninos para lugares distantes sem o perigo de que os príncipes voltassem para retomar seu reino. Assim eles foram levados até o feiticeiro mais conhecido do reino, o qual foi obrigado a mexer com a cabeça de Christopher e Felix. Porém, o feiticeiro não cedeu ao pedido do exército e os enganou. Aquele não era o fim do reino de Areumsan.

Na tarde seguinte.


Christopher acordou, seu rosto queimava, mas estava com curativos, o que não deixava ele sentir que tipo de lesão havia sofrido. Ele não sabia onde estava, mas a primeira coisa que veio a sua cabeça foi seu irmão.

FELIX!!! – Ele sentou na cama que estava e gritou.

O quarto estava escuro, e o fato de um de seus olhos estar coberto não ajudava muito.

FELIX!!!!! – Ele gritou nova mente, se levantando e tentando andar pelo lugar onde estava.

Então, a porta se abriu e o pouco de claridade que invadiu o quarto fez com o que o olho de Christopher ardesse por alguns segundos.

— Olá, menino?

— Q-quem é você? Onde eu estou?

— Achamos você jogado na areia da praia mais cedo, não podíamos deixá-lo lá. Aqui é o reino de Baramsang, sou a Rainha Helena Eunji, vou cuidar de você de agora em diante. Consegue me dizer quem é?

— Chris... Christopher.

— E seu sobrenome?

— Eu não... me lembro.

— Tudo bem. – Suspirou a Rainha com um sorriso em seguida. – Vamos abrir um pouco essa janela, você precisa tomar um ar.

Helena abriu as cortinas e a janela do quarto, trazendo luz ao cômodo.

— Pode ficar aqui quanto tempo precisar para descansar, principalmente com esse machucado em seu rosto, se sentir fome ou precisar de qualquer outra coisa é só pedir ajuda a algum dos guardas, eles estarão sempre andando pelos corredores.

A Rainha deu um beijo rápido na testa de Christopher, que havia se sentado novamente na cama, e deixou o quarto, fechando a porta atrás de si.

O menino ficou mais um tempo sentando, observando a vista que tinha do novo reino em que estava, tentando se lembrar de tudo o que podia, mas a única coisa que vinha a sua cabeça era a última visão que teve antes de ser golpeado.

"Vá, por favor..."

Ele passou a mão por seu pescoço, mas o colar não estava ali, na verdade não havia colar nenhum em sua posse, teria aquilo sido um sonho? Não, não tinha como. Ele se lembrava muito bem do que tinha acontecido.

— Felix...

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⏰ Última atualização: Dec 17, 2020 ⏰

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