A catedral

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Joui jouki é filho de um casal de japoneses bem ricos que se instalaram no Brasil a mais de 10 anos atrás para construir mais uma filial da empresa de telefones da família e por isso ele sempre teve uma vida extremamente farta de benefícios financeiros sempre tendo a desposição casas enormes para passar as férias, mordomos para o fazerem comida e jardins exuberantes para suas caminhadas matinais, mas ao se tratar de sua relação com a Família faltava principalmente afeto entre ele e os pais, já que sua irmã, ao contrário deles, ainda mandava emails perguntando de sua não acadêmica.

Tinha somente um momento em que Joui tinha seus pais totalmente para si por mais de quinze minutos em um dia e este dia era o sagrado domingo em que estes iam para a igreja da cidade rezar, já que não havia uma igreja separada da comum. As vezes seu pai dizia que isso era um ato de bondade ao da família ao se misturar com o resto do povo. Nessas horas Joui concordava sem nem mesmo entender o assunto.

Quando ele ia para lá ficava ao lado de sua mãe tão calado quanto possível para não desagradar ela, já ela sempre ficava o tempo todo em um silêncio mortal, lábios cerrados e uma feição neutra olhando para frente, mas pelo menos ela ainda segurava sua mão um pouco e o respondia algo se ele perguntasse de forma educada, já seu pai ficava ao lado de sua mãe com uma postura tão impecável que deveria ser considerada um crime, não falava nada e dificilmente olhava para o filho, mas quando olhava mostrava um micro sorriso baixo e contido que fazia o pequeno Joui se encher de alegria, porém até os dias bons tinham partes ruins.

Joui as vezes se sentia culpado por descer de seu carro, entrar pelos enormes portões super esculpidos daquela igreja e rezar, pois sagrado ou não, o garoto realmente não acreditava em nenhuma das palavras citadas encima do altar por Dante, o Padre, desde que ele ouviu falar sobre os boatos da internet que em outras regiões meninos beijavam meninas e meninos na boca, a noite era uma criança e era tudo bem não acreditar em deus.
Ele poderia dizer que se sentia com mais culpa ainda nos dias que o amigo famoso de seus pais ,Christopher, trazia seu filho para exercer o papel de coroinha na missa, pois toda vez que Joui via ele no altar a cena inteira era só dele como se as cores dos vitrais fossem consumidas por sua presença. Tudo ficava preto e branco enquanto ele era uma anjo caído que guardava em si o arco iris inteiro.

O jovem não entendia o porque sentia tanta admiração pelo filho de Chris já que nunca havia sequer falado com o homem ou o visto sem ser a trabalho. Joui também não entendia o porque de Erin ter terminado o relacionamento deles quando o coroinha se tornou um assunto frequente nas conversas deles.

Estranhamente o fim do namoro não o abalou como ele esperava porque ,talvez, no fundo de sua consciência, ele já soubesse que a paixão desenfreada a qual sentiu por Erin tinha mudado de alvo repentinamente, mas por se sentir incapaz havia escondido a a sete palmos do chão.

Um domingo qualquer, Joui foi a igreja com seus pais como era de costume e para seu azar, ou sorte, dependendo do ponto de vista, Kaiser estava ao lado do altar da igreja organizando diversos objetos para dar início a missa... Os olhos de joui percorriam as esculturas da igreja em busca de se desvencilhar da imagem Kaiser, mas era praticamente impossível não o olhar.

Kaiser tinha um olhar baixo que era banhando por olheiras e uma enorme cicatriz de queimadura por metade de seu rosto estranhamente encaixando perfeitamente com seu rosto puxado, seus cabelos escuros estavam presos por uma bela trança feita a mão que permanecia ao lado do peitoral de Kaiser inabalável por sua movimentação, a barba rala e as vestimentas limpas e impecáveis. Joui olhou para suas mãos apreensivo...ele sentia como se tivesse em uma corrida insana contra um corsa, um dos carros mais estilosos sabe história, e toda vez que ele olhava o carro chegava mais perto de o bater.

Repentinamente no meio da reza os olhos de Kaiser se encontraram com os de Joui, e o castanho facilmente poderia dizer que entrou em combustão. As bochechas de Joui ficaram vermelhas como tomates e ele de viu na obrigação de disfarçar sua vergonha o mais rápido possível, entretanto Kaiser percebeu e por um milésimo de segundo ele demonstrou estar, ao menos um pouco, intrigado pelo Japonês. Este se destacou para o coroinha por seu moletom vermelho. Não havia mais ninguém ali que usasse vermelho se não ele.

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