Capítulo Único

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Notas: Estou fanficando que nem uma doida, alguém me pare hahahaha


O Que Poderia Dar Errado? 

Uma das piores coisas de ser um estrangeiro em um país com uma cultura muito diferente da sua, é que havia coisas e lugares que você não faz ideia de como funciona. 

Hinata estava há alguns meses no Brasil, pra dizer a verdade, um ano e alguma coisa. Tinha aprendido muito coisa, já estava quase fluente, mas ainda era difícil entender como esse povo funcionava. Quer dizer, depois de um ano e alguns meses, ele tinha pego a manha, mas ainda era difícil.

Mas hoje, ele estava num dia em que nada causaria estranhamento nele. Tinha começado as olimpíadas de 2016, e quem estaria ali no país tropical? Kageyama Tobio, seu namorado, levemente rabugento e irritadiço, mas ainda assim, seu amado namorado. Não tinha muito tempo que eles assumiram um relacionamento, quer dizer, Hinata praticamente obrigou Kageyama aceitar o seu amor; depois de uma balada que Pedro, seu colega de quarto, o arrastou e o fez beber até a última hora de cerveja do fardo que ele e seu grupo de amigos havia comprado, ele saiu um pouquinho fora de si. 

Cantando Evidências, com gritos de bêbados sem causas no fundo, e um nariz entupido pelo choro, ele se declarou. "Você é o amoooooor da minha vida, seu retardado." "Eu amo vooooxe, idiota. Eu sou completamente boiooola. Sabe, boiola é tipo, um boiola, sabe?" 

Kageyama tinha acabado de acordar, e estava indo para o treino juvenil para fazer os testes para conseguir uma vaga como levantador oficial do time nacional japonês. No metrô, parecia que todo mundo olhava para ele, mas era só a sua vergonha que gritava mais alto. Ele tentou falar baixo, e pedir pra Hinata calar a boca, mas a cada vez que ele fazia, mais Hinata gritava do outro lado.

"E nessa loucura, de dizer que não te quero. Vou negando as aparências, disfarçando as evidências… SEU CORAÇÃO! Kageyama, eu te amoooooo" "Eu tô com saudade de você brigando comigo por causa das boladas que eu te dooooooou. Sabe, as boladas com as bolas de vôlei hahahahaha e não com as minhas bolas hahahahaha não foi isso que quis dizer, é que eu tô um pouquinho, sabe? Bêbado" 

Depois da cena ridícula, e de ter caído na sua primeira ressaca, Hinata acordou na manhã seguinte querendo se jogar do prédio mais alto do Rio de Janeiro. A vergonha tomava conta do seu ser, porque não bastava ter feito tudo e mais um pouco na noite anterior, ele ainda precisava lembrar de tudo e com detalhes. 

Mas foi depois de ver o nome de Kageyama aprontando na tela do seu celular, é que a vontade de correr pra ilhas Maldivas e se afogar, apareceu. Da primeira vez, ele recusou a chamada, correndo para o quarto de Pedro e pedindo a sua ajuda. 

"Atende essa merda, Hinata, são nove da manhã ainda" foi o que ele disse, e se embolou na coberta. Otaku maldito, na hora de enfiar a cerveja guela baixo, ele enfiou, né? 

Hinata voltou ao quarto morrendo de vergonha, e a atendeu. Na hora, parecia que ele tinha virado um hamster, de tão fina que a sua voz saiu quando falou "oi". 

Kageyama foi direto, perguntando o que tinha sido o episódio da noite passada. E se Hinata antes era um hamster, agora ele era um hamster com retardo mental, pois sua fala foi tão gaguejada, que ele parecia ter voltado aos seus três anos de idade. 

Ao fim de tudo, Kageyama conseguiu fazer Hinata desembuchar seus sentimentos, e ele não teve outra escolha senão aceitar aquela merda de declaração malfeita. Talvez ele não tivesse a oportunidade de novo, então ele apenas aceitou. Não era motivo de orgulho ter um web-namoro com um mexerica, mas ele estava realmente avançando, e bem, depois de uma ano e meio apenas na troca de mensagens, eles agora poderiam finalmente pôr o bagaço pra bater. 

O Que Poderia Dar Errado? (KageHina) Onde histórias criam vida. Descubra agora