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"Wuhaaaaaaaaaaa!!!"

O choro de um recém-nascido ecoou pela pequeno quarto. Um homem de cabelos negros e olhos alaranjados sorria, olhando o pequeno bebê que tinha nos braços, e logo se virou para a mulher deitada no futon, visivelmente cansada pelo parto.

"Eiko! É uma menina!" disse o homem enquanto derrama lágrimas de felicidade.

Eiko sorriu ficando do mesmo estado do homem ao seu lado. O homem coloca a bebê adormecida há beira da cabeça da mulher.

"Qual será o nome dela?"o homem diz enquanto, gentilmente, sorri para as duas pessoas mais importantes para si.

"E que tal... Kiyoko?" perguntou a mulher.

"Acho que combina perfeitamente." concordou sorrindo.

•°•°•°•

Lentamente abri os meus olhos tentando me acostumar com a luz solar. Olhei em minha volta e estava num berço bastante simples mas ainda assim era bonito graças às flores vermelhas que o decoravam.

O quarto era pequeno e não tinha nada de especial além de alguns brinquedos com formatos de flores e objetos para a higiene de um bebê durante um período antigo do Japão. O chão é feito de tatamis e as paredes são feitas de shōji.

" 'Quando eu voltar a ver aquele desgraçado vou fazê-lo arrepender-se de ter feito isto!' " pensei enquanto me remexia para tentar acalmar a minha raiva.

O shōji se abre e uma linda mulher de cabelos albinos e olhos verdes, com um kimono preto com flores vermelhas e um haori branco com o mesmo padrão de flores do kimono, entra e caminha até ao berço em que estou.

Ela gentilmente pega em mim e começa a amamentar-me.

" 'O design dela é muito familiar... É como se eu tivesse num anime ou manga.' " fiquei a pensar um pouco até que me apercebi. " 'Isto é muito parecido a Kimetsu No Yaiba, mas não tenho provas o suficiente para saber se é mesmo. Parece que tenho de esperar para descobrir...' "

•°•°•°•

Atualmente tenho 5 anos e tenho 4 irmãos, sendo que eu sou a mais velha. O segundo mais velho é o Haru e temos 1 ano de diferença, os gêmeos Natsu e Fuyu que têm 2 anos e a nossa nova irmãzinha Aki que tem apenas 1 mês.

Depois de ter reencarnado, comecei a pesquisar sobre o mundo em que comecei a viver, chegando na conclusão de que tinha realmente sido reencarnada no mundo de Kimetsu No Yaiba, para a minha infelicidade.

" 'Aquele verme maldito não podia ter-me colocado num anime mais seguro?' " pensei apressando o passo.

Além dessas pesquisas também quis começar a aprender sobre outras coisas. A minha "mãe", Yamazaki Eiko, me ensina a cozinhar, costurar e tocar alguns instrumentos musicais, como por exemplo a flauta transversal e o biwa. Com o meu "pai", Yamazaki Tsukiyomi, irei aprender a como forjar metal e a pegar corretamente uma espada.

"Aneki, estás bem?" disse o meu otouto apertando um pouco a minha mão. Virei um pouco a minha cabeça para olhar o menor de cabelos negros.

"Não te preocupes, Haru, não é nada." respondi dando um sorriso.

Neste momento, estamos a voltar para casa depois de termos "brincado", mesmo que para mim fosse como se eu tivesse a fazer babysitting, com umas crianças na vila que fica próxima à montanha em que vive a minha família.

" 'O que é quê as pessoas têm com as montanhas? Isso parece um íman para problemas...' "

"Tadaima!" dissemos em uníssono quando chegamos na pequena casa.

"Okaeri!" disse a nossa mãe enquanto tinha Aki a dormir nos seus braços. " Onde está o vosso pai?"

"O Otousan disse que ainda vai demorar um pouco até ele voltar." respondi enquanto entrava na casa." Será que deveria começar a preparar o jantar?"

"Ainda és muito nova para isso. Não te preocupes eu vou começar a preparar."

"Então eu cuido da Aki."

"Não."

"Mas não podes fazer tudo sozinha."

"Humm... Então enquanto vou pôr a Aki no berço vocês os dois podem pegar nos ingredientes?"

"Hai!"

•°•°•°•

"Tadaima." disse uma voz masculina, visivelmente cansada.

"Tu." disse a minha mãe, sorrindo, enquanto uma aura negra a rodeava. " Porque deixas-te os nossos filhos voltarem sozinhos?"

"E-Eu...-" tentou dizer enquanto recuava um pouco. Ele olhou para nós com cara de súplica e nós simplesmente continuamos a comer.

A nossa mãe o agarrou pela orelha. Ela vira-se para nós com uma aura gentil e disse-nos" Continuem a comer nós já voltamos." A aura dela muda novamente para uma mais escura e nos deixa sozinhos.

"Ele vai ser castigado denovo, não vai?" o Haru perguntou.

Um longo suspiro saiu dos meus lábios enquanto abanava lentamente a cabeça. "É sempre a mesma coisa..." depois de dizer isso ambos suspiramos.

Pouco tempo depois eles voltam, a nossa mãe com um sorriso grande enquanto o nosso pai tem a cara coberta de ferimentos.

" 'Ela é realmente muito assustadora.' " engoli seco enquanto pensava nos possíveis castigos que ela daria para nós se nos comportássemos mal, e certamente naquele momento não era a única a pensar nisso.

"Otousan, você nunca apreende." disse suspirando vendo que ele apanhou de novo. Levantei-me e fui buscar um kit de primeiros socorros, quando voltei comecei a tratar dos seus ferimentos. E voltamos a comer.

"Já que estamos aqui reunidos preciso avisar que o vosso avô vem amanhã nos visitar." disse o nosso pai como um sorriso quase imperceptível.

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"Nandato?!" eu e o meu irmão gritamos o mais baixo possível para não acordar os nossos irmãos.

Foi assim que vivemos os nossos dias em paz. Até 6 anos depois...

𝚁𝚒𝚜𝚎 (Em Hiato)Onde histórias criam vida. Descubra agora