20- Capítulo

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Eu sorri triste olhando para o casal e sai de perto daquela sessão encontrando a sessão de doces.

Acabei pegando alguns pacotes aleatórios e paguei no caixa forçando um sorriso para o atendente que foi super gentil.

Sai da loja e voltei para casa caminhando devagar pensando no que eu faria daqui pra frente. Minha mente estava uma bagunça, eu estava prestes a me formar no ensino médio e não sabia nem que faculdade faria.

Eu defintivamente não estava planejando nada.

Eu acho que o melhor agora é eu focar nos meus estudos e esquecer isso de namorado ou romance. Eu sonho com coisas fofas e românticas que eu vejo em filmes, mas no fundo sei que esse tipo de coisa não vai rolar comigo.

O melhor a fazer é eu garantir um futuro bem sucedido pra mim. O que significa... que eu ficarei no colégio interno. Lá eu tenho ótimos professores e tenho grandes chances de ser aceita em uma universidade. É isso mesmo que farei.

Eu não demorei muito a chegar em casa. Tirei meu tênis na porta e entrei encontrando meus pais e minha irmã na sala.

- Mãe? Pai? - Ambos me olharam. - Eu quero voltar pro colégio.

- O que? - Minha mãe se levantou. - Mas você acabou de chegar.

- Eu sei, eu só... - Minha irmã se levantou.
- Você viu o Pepe? - Ela me olhou com um olhar triste e eu assenti.

- Era disso que você queria falar comigo, não é? - A mesma assentiu olhando pro chão. - Desculpa por não ter escutado você. Você sempre me alertou sobre a Sina.

- Do que estão falando? - Minha mãe perguntou confusa.

- O Pepe me traía com a Sina. Eu cheguei na casa dele e eles estavam... juntos. - Olhei para minha mãe que ficou triste no mesmo momento. Minha mãe adorava o Pepe.

- O Pepefez isso? - Meu pai me olhou incrédulo. Meu pai também gostava dele.

- Sim, mas ta tudo bem. Eu vou ficar muito melhor sem ele. - Sorri fraco para os três. - Mas, então? Pode me levar pra escola?

- Você já vai voltar? - Minha irmã me olhou.

- Desculpa maninha. Mas... eu realmente preciso ficar um tempo longe daqui. Eu prometo que no próximo eu fico com vocês. Mas agora, eu tenho que voltar. - Olhei para os três esperando que me entendessem, e como sempre, eles me compreenderam.

Eu juntei minhas coisas rápido naquela noite e levei também o meu material de desenho. O que mais vou ver é tempo pra isso lá.

Eu me despedi da minha mãe e da minha irmã e meu pai logo me levou de volta ao colégio. Ele havia comunicado a diretora antes, então quando chegamos, havia um dos inspetores me aguardando no portão.

- Pode deixar. Dirija com cuidado. - Sorri para o mesmo e sai do carro segurando minha mala.

O inspetor que eu ainda não havia visto no colégio me levou até meu quarto e disse que qualquer coisa que eu precisasse, era só falar com ele.

Também me disse que ele só ficava no colégio nos fins de semana, o que explicava o porquê de eu ainda não tê-lo visto.

Entrar no quarto do Colégio sem a Nour foi uma das sensações mais maravilhosas do mundo. Pairava até uma paz.

Eu senti meu estômago roncar assim que me sentei na cama, então me lembrei dos doces que eu havia comprado e sai do quarto com eles em mãos.

- Maria? - Me assustei ao dar de cara com Noah no corredor.

- Ai Urrea, que susto! - Falei com a mão sobre o peito. - Quase me matou.

- O que ta fazendo aqui no colégio? Pensei que tivesse ido pra casa.

- Eu fui. - O olhei.

- Tão rápido? - Ele me olhou confuso.
Abaixei minha cabeça e coloquei uma mecha de meu cabelo atrás da orelha.

- É que aconteceram umas coisas e... eu decidi que era melhor voltar e passar o fim de semana aqui. - Forcei um sorriso.

- Ah... que bom. - Ele coçou a cabeça.

- Han?

- Nada. - O mesmo sorriu mostrando os dentes. - Quer dar uma volta pelo colégio? - Assenti e fechei a porta do quarto.

Eu e Noah saímos do grande edifício e começamos a caminhar lado a lado pelo pátio do Colégio mal iluminado. O silêncio daquele momento não era muito bom pra mim, porque eu só revia a cena do Pepe e da Sina na minha cabeça o tempo inteiro.

Por mais que eu não gostasse de Pepe, ver aquilo me magoou, ainda mais vindo da pessoa que eu considerava minha melhor amiga.

Parei de andar quando Noah se sentou em um dos bancos, acabei fazendo o mesmo.

- Olha Maria, eu sei que a gente mal se conhece, mas você pode confiar em mim. - Noah quebrou o silêncio me fazendo olha-lo. - Você está triste e eu não gosto nada disso.

Olhei pra frente respirando fundo.

- É que... eu descobri hoje que o meu namorado me traía com a minha melhor amiga. - Falei olhando para meus pés. - E foi algo tão ridículo porque o idiota teve coragem de olhar na minha cara e dizer que não tinha culpa porque era homem. - Soltei uma risada fraca.

- Eu não sei qual é o problema dele. Ser homem não é desculpa. - Noah falou me fazendo olha-lo novamente. - Não fique triste por causa de um cara que não sabe ver o valor que você tem.

- É difícil quando se tratam de pessoas que você confia desde sempre. - Falei baixo olhando para o chão novamente e senti Noah se aproximar.

Lentamente o mesmo se aproximou e me abraçou cuidadosamente. Noah colocou uma de suas mãos na minha cabeça a empurrando lentamente contra seu peito.

- Eu sinto muito. - Noah inclinou seu rosto me dando um beijo na cabeça. - Só, não fica triste. Você triste parte meu coração.

Senti algo estranho no peito quando ouvi as palavras de Noah e ergui meu rosto encontrando o seu que estava bem perto.
A sensação que eu estava sentindo aquecia tanto o meu peito. E estava começando a queimar conforme o Noah se aproximava.

Nossos rostos estavam a ponto de se chocarem quando senti sua respiração bater em mim. Aquilo iria acontecer. Eu iria beijar Noah, o cara mais gato que já vi.

Xoxo Gabi 🌸

No Colégio Interno { ADAPTAÇÃO URRIDALGO }Onde histórias criam vida. Descubra agora