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" — Flora, irá mesmo fazer isso comigo?

   — Ainda não entendeu? Quer que eu explique novamente?

   — Eu quero que você fique! Não. Eu ordeno que fique!

   — É uma pena que não me conhece"

Sim, eu sei. Dramático não?

Ainda fico imaginando como essa cena teria acontecido se eu tivesse ficado, ou ter usado palavras e ações diferente. Mas nem de longe me arrependo do que fiz. Deixe-me explicar desde o começo...

Um belo dia de verão, com crianças brincando no parque e até alguns pássaros cantando. Um ótimo dia para as flores fazerem fotossíntese.

Tinha acabado de regar as que ficavam nas vitrines quando uma mulher muito bonita de cabelos vermelhos entra pela porta, eu a conhecia.

— Bom dia Vanessa.

— Bom dia Flora — ela sorri com elegância segurando um grande vaso coberto por algo que ainda não entendi o que seja.

— Gostaria de alguma coisa?

— Gostaria da sua ajuda querida. Faz alguns dias que ganhei uma flor de meus parentes, e fiz tudo direitinho como você me ensinou.

— Então qual o problema?

— Ela já está morrendo — pude sentir a tristeza em sua voz. Ela colocou o vaso um tanto grande em cima da mesa no centro da floricultura, e assim que ela tira aquele pano "misterioso" consegui ver uma bela flor. 

Uma Tomentosa Silene, uma flor simples em tons de lilás porém rara. Apenas se encontram nos penhascos elevados de Gibraltar. Arregalei os olhos ao vê-la.

— Ela está realmente morrendo...me diga exatamente o que fez durando todos esses dias — depois de sua longa confissão — A senhora pode deixá-la aqui por um tempo que logo logo ela estára em um bom estado.

Vanessa saiu tão rápido quanto entrou, dizendo alguns cumprimentos básicos.
Agora era apenas eu e a plantinha, a forte plantinha. Que estava lutando para não deixar a vida pela morte.

Enquanto colocava uma vitamina líquida em sua pétalas, encarava o outro lado da vitrine. Lindas moças passavam com seus saltos altos, com suas bolsas, uma até com um acompanhante.

— Você nem pode se comparar aquelas flores né plantinha...sei como é.
Mas não se esqueça que se é flor, é bonita.
Não importa se você está em um dia difícil, quase morrendo, ou um dia muito bom. O fato de que você continua uma flor não mudará. E para falar a verdade, eu gosto mais de você do que delas.

Quem me visse ali diria que era doida da cabeça, conversando com um flor? iriam chamar o manicômio pra mim. Mas fazia tempo que não me divertia tanto sozinha (+ uma flor).

Depois de dar tudo que a pobrezinha precisava, atender alguns clientes e até ver em quanto tempo a senhora Maria ia perceber que tinha uma abelha em seu ombro, estava pronta para ir embora. Com a minha bolsa e segurando as chaves tranco a floricultura dando uma longa olhada para a fachada.

Soltei um grande sorriso quando no meio do caminho vi um floco de neve cair, depois de algum tempo toda a sua geração fazendo com que tudo e todos ficassem branquinhos. Parei em um banco me sentando, era de frente para um lago quase congelado no meio da cidade. Fecho os olhos e respiro fundo.
O silêncio pode dizer muita coisa se você ouvir com atenção.

No outro dia, estava realmente tudo cheio de neve. Tive até dificuldade de abrir a porta pelo tanto de neve que tinha se acumulado em frente a mesma.  Coloquei luvas e vários casacos indo em direção ao meu negócio.
Chegando lá, dou uma rápida varrida junto ligando o aquecedor e logo molhando minha plantinhas.

— Bom dia florzinh... — ela tinha sumido — Florzinha? — olhei para o chão vendo terra recém derrubada, fazendo um pequeno rastro para até as salas dos fundos onde normalmente eu recebia as mercadoria e encomendas. Um som de algo sendo derrubado me faz pular e meu coração disparar, eu sou muito nova pra morrer!
Me forcei a me acalmar, pegando do meu lado uma pá que ficava na parede.

Ninguém ousa roubar minhas plantas.

Ando na ponta dos pés até a bancada, dando uma rolada no chão (me sentindo a espiã) ouvindo novamente aquele som. Depois de entrar na sala dou uma rápida visualizada para tentando encontrar algo ou alguém, e nada.

— Eu devo estar louca...Talvez nem planta eu peguei.

Tinha soltado a pá no chão e estava prentes a me virar quando uma mão é colocada na minha boca me puxando para trás, logo tudo a minha voltada é coberto por uma grande vazio preto.

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⏰ Última atualização: Dec 21, 2020 ⏰

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