27. Planos para o futuro

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Eu sentia a carícia dos dedos dele em meu couro cabeludo, estava relaxada, quase dormindo quando sinto falta do carinho, abro meus olhos ao sentir o calor humano se distanciar de mim e o mesmo se levantar ao meu lado. Mantenho meus olhos semiabertos, Harry pensa que eu estou dormindo. 

Era um dia frio em Los Angeles, e não temos muito dias assim aqui nessa época do ano, e por incrível que pareça, mais cedo choveu. Estamos deitados juntos em uma das namoradeiras que Harry tem na parte exterior de sua casa, na pequena varanda em frente a piscina.

O homem, meu homem, não se distancia muito, ele atravessa a porta de vidro e vai até a estante repleta de livros que ele tem em sua sala de estar, não vejo qual dos vários ele pega, minha visão não me permite, mas logo ele volta e eu fecho novamente os olhos para não ser descoberta.

Harry se deita novamente ao meu lado e se ajeita para ficar pertinho de mim, como estávamos antes. Com uma espiada, reconheço o livro.

- Ei! Esse livro é meu! - Exclamo surpresa ao ver.

- Jesus cristo! Você não estava dormindo? - Harry leva sua mão ao peito, assustado. Eu luto para não rir.

- Você roubou! - Levanto meu olhar para encarar ele nos olhos.

- Não roubei não, peguei emprestado. - Diz naquele tom convencido dele. - É isso que namorados fazem.

Reviro os olhos para ele, indignada.

- Conta mais. - Sou irônica.

- Já estou no final, olha. - Me mostra a página que estava. - Vou te devolver, relaxa.

- Tá bom, Harry. Pode ficar com você. - Me deito novamente, procurando me aconchegar nos seus braços. - A quanto tempo está com ele? - Um dos meus braços está por cima de sua barriga, lhe abraçando.

- Desde a última vez que dormi na sua casa. - Responde brevemente.

- E eu não senti falta. Você realmente ficou a turnê toda com ele? 

- Sim. Ele conseguiu me dar inspiração. - Marca a página que estava e fecha o livro. - Escrevi uma música quando estava em Nashville, estou tendo dificuldade para terminar, no entanto. 

- Desculpa. - Me refiro por eu estar atrapalhando sua leitura. - Mas então, como é?

- Eu ainda não terminei.

- Mas do que fala, tipo? - Eu insisto.

Harry baixa seu olhar, ele carrega aquele sorriso malicioso nos lábios.

- Você vai ver.

- Ah, não, Harry. - Reclamo, fazendo beicinho. - Agora eu vou ficar curiosa.

- Tem a ver com você. - Ele diz simplesmente.

- Está brincando comigo? Agora não vou conseguir dormir!

- Vai sim. - Harry deixa o livro de lado na mesinha ao lado e vira para mim, ficando de lado e entrelaçando nossas pernas. - Vamos falar sobre o que interessa, como, quando vamos conhecer os pais um do outro e essas coisas. 

- Você realmente quer? - Pergunto confusa. Da última vez nós brigamos por causa disso.

- Você não? 

Eu balanço a cabeça. Essa cena já passou pela minha cabeça muitas vezes, Harry conhecendo meus pais e imaginando como vai ser. Também fico nervosa quando lembro que eu vou ter que conhecer sua família, não sei direito como é, afinal, nunca fiz isso.

- É difícil, todos moram em lugares diferentes.

- Vamos dar um jeito. - Ele responde com o rosto enfiado no meu pescoço. - Quer passar o natal comigo? 

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