Capítulo Único

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— Eu sei o quão difícil isso pode ser, – ela da uma pausa, apertando as mãos de Olivia com as suas.  o conflito de sentimentos... mas o coração quer, o que ele quer. – A ruiva finaliza, com um sorriso simpático pintado no rosto.

Já fazia uma semana que isso havia acontecido e, mesmo tentando ocupar sua mente com o trabalho e outras coisas banais, a cabeça de Olivia sempre lhe trazia de volta à esse diálogo, até que ela resolveu tomar uma atitude sobre isso.

Ela precisava falar com Alex e isso não poderia esperar até o dia seguinte.

Era tarde da noite quando Olivia agarrou seu casaco e calçou suas botas, saindo pela porta da frente de seu apartamento a caminho de Upper West Side, atrás do que poderia lhe dar paz para sua cabeça finalmente poder descansar, ou mais um motivo para ser perturbada por sua mente durante a madrugada.

Passava da uma da manhã quando saiu com seu SUV em direção ao apartamento da loira, seus dedos tamborilavam o volante em nervosismo e ansiedade enquanto repassava em sua cabeça tudo o que falaria para ela e como falaria. 

Havia um tempo que Benson tentava compreender o que sentia pela promotora, e, só soube que esse sentimento ultrapassava os limites da amizade, quando se pegou de coração partido após vê-la ir embora noite à dentro para um estado diferente e é claro que isso assustou a detetive. Desde então, tentava se convencer que não era nada de mais e que, talvez, era apenas algum delírio da sua cabeça pelas noites mal dormidas devido ao trabalho.

Porém, quando Babs - uma ativista lésbica de um dos últimos casos que havia investigado - lhe beijou e disse o que disse, que a máscara que Olivia havia vestido inconscientemente caiu por terra.

Desde então, tentava esquecer esse sentimento que agora percebia não ter ido embora, mas sua mente não lhe deixava em paz por um segundo, principalmente quando Alex estava por perto.

Era como se um pequeno motor fosse ligado em seu cérebro, e, por muito pouco, Olivia não jogasse a bomba no colo da mais nova.

E, bem, o que ela tentou evitar a semana inteira, ela não conseguiu guardar essa madrugada.

Aquilo já a estava a sufocando por muito tempo e a morena queria se livrar daquilo logo, afinal, o "não" ela já tinha.

Quando finalmente chegou em frente ao prédio onde a promotora morava, hesitou por alguns minutos e todas suas inseguranças caíram em seu colo.

E se ela não gostasse dela da mesma forma? E se Alex não gostasse de mulheres daquele jeito? E se tudo desse errado e depois a situação ficasse estranha e a amizade delas nunca mais fosse a mesma?

Ficou bons minutos ali, ponderando se deveria entrar ou não, até decidir que, já que já estava ali, era melhor arrancar o band-aid de uma vez, seria dolorido mas necessário. Então, respirando fundo, Olivia saiu de seu carro e caminhou em direção à entrada do prédio; como ela já era conhecida pelos porteiros que ali trabalhavam em ambos os turnos, não precisou ser anunciada.

Em passos contados, ela andou até o elevador, que pareceu demorar uma eternidade até chegar ao térreo. Quando a caixa metálica finalmente aterrissou, Benson quase pulou dentro da mesma, apertando o botão do andar de Alex mais vezes que o necessário.

Sentia seu coração saltar dentro de seu peito conforme os números no painel do elevador aumentavam, suas mãos não paravam de suar e as malditas borboletas em seu estômago não lhe deixavam pensar no que havia pensado à alguns minutos sobre o que falaria para Alex quando a visse.

Tentou conter sua ansiedade, respirou fundo uma, duas vezes, três vezes e, estava prestes à chegar ao número cinco quando um pequeno "ring" se foi ouvido, anunciando que ela havia alcançado o andar selecionado. 

decisão | cabensonOnde histórias criam vida. Descubra agora