Capítulo 8

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A mulher terminava de fechar a sua pequena mala. Já estava pronta para sair de casa. Olha no relógio para verificar as horas. Como imaginou, ela estava atrasada, então caminha firmemente até o quarto e ergue uma sobrancelha ao ver a cena.

- Posso saber o que está fazendo e que bagunça é essa? - Diz adentrando o quarto.

- Eu tentei dar o nó na gravata, mas acho que me atrapalhei nisso. Pode me ajudar?

- Conner! - Stacy fala rindo enquanto desata os nós mal feitos da gravata do marido. - Você não precisa ir de gravata. Deixa eu te ajudar. - Ela então joga a gravata na cama e abre dois botões de sua camisa. Aproveita e bagunça um pouco o cabelo dele e sorri satisfeita. - Agora sim você é você!

- Achei que se eu fosse assim, você falaria até na minha cabeça. - Conner sorri e abraça a mulher pela cintura, dando-lhe um beijo em seguida. - Está pronta? podemos ir?

- Por acaso está insinuando que eu falo demais? - Concorda balançando a cabeça positivamente. - Faltava apenas a pior mala de todas.

Conner olha em volta e coça a nuca confuso.

- Cadê?

- Bem ali. - Stacy fala mais uma vez virando ele para o espelho, onde ela podia ver o seu reflexo confuso.

- Você quer levar o espelho? - Ela revira os olhos.

- Pelas teias de Peter Parker, Conner! Eu estou falando de você. Pegou tudo o que precisava? Não esqueceu nenhuma cueca?

- Eu ainda não entendo qual o problema com a minha cueca de elefante. Ela é bem confortável.

Provavelmente se estivessem perto de pelo menos mais uma pessoa, Stacy teria uma vontade enorme de esconder o rosto no primeiro buraco que visse. Naquele momento, ela também queria fazer isso. As pontas de sua orelha estavam vermelhas, o que significava que estava com vergonha.

- Por favor, me lembre de jogar aquilo fora assim que voltarmos para casa. Deixar você comprar aquilo foi um erro terrível. - Ela diz o puxando para fora do quarto. - Eu não sei como eu disse sim para você no altar.

- Porque você pode não saber disso, mas você me ama e eu sou um cara sortudo por te ter comigo. - Ele dá um sorriso fofo. Mesmo um pouco atrás dela, ele podia ver o sorriso da loira em estampado em seu rosto.

- É! Pareço uma babá a maior parte do tempo, mas está completamente certo. - Fala com a voz boba.

Stacy e Conner eram literalmente o oposto um do outro, em todos os sentidos. Ela era toda elétrica e afobada. Ele um poço de calmaria. Talvez fosse esse o motivo de se darem tão bem.

O casal carregam o porta-malas do carro e depois disso Stacy entra do lado do motorista.

- Eu não acredito que vou ter que dirigir por quatro horas porquê você tem medo de andar de avião. Seria apenas uma hora de viagem, sabia?

- Eu tenho certeza de que no dia que eu morrer eu vou direto para o céu. O quanto você reclama das coisas não está escrito em lugar nenhum.

- Se arrepende? - Pergunta ela fitando-o enquanto sai com o carro da garagem.

- Então... Já ligou para o pessoal? - Conner questiona mudando completamente de assunto, o que deixa Stacy aparentemente irritada.

- Sim. Estão a nossa espera. - Ela sorri. - Não vejo a hora de reencontrar a May!

- Você gosta muito dela, não é? Como se conheceram? Passam a impressão de serem amigas desde a infância.

- Na faculdade. Era a primeira semana e eu estava completamente perdida. Ela sempre foi mais fechada, mas me ajudou a encontrar a minha turma que, por sinal, era a mesma da dela. Se você visse o quanto ela mudou de lá para cá.

- Em qual sentido?

- Em todos! Hoje em dia ela é muito mais confiante nela mesma do que antigamente. Sem falar do Adam que parece que nasceu para eles ficarem juntos! - Ela sorri. Toda vida Stacy se orgulhou de ser amiga de Marion. Não eram tão populares na faculdade, mas sempre tiveram uma a outra.

A conversa flui entre os dois como se não vissem há anos. Sempre era assim. Stacy normalmente mais falava do que ouvia, mas mesmo assim Conner sempre estava interessado nessas histórias sobre a juventude da esposa.

Estavam casados havia cerca de um ano e meio. Ela o conhecera em uma festa, organizada pela empresa dela. Um encontro bem casual, se Conner não tivesse esbarrado nela e derramado todo o vinho de sua taça, no vestido dela. A quantidade de "elogios" que Stacy praguejou em cima dele deixou ele e todos os outros de queixo caído, mas não no bom sentido.

Já estavam na metade do caminho quando a loira para o carro no acostamento.

- Qual é o problema? - Perguntou o homem de olhos intensos.

- Acho que o pneu furou. Tem um barulho estranho vindo da roda.

- Deixa, eu vou ver para você. - Sorri e sai do carro, então anda em volta do mesmo procurando o problema, mas não encontra nada. - Não tem nada de errado. - Fala examinando com cuidado o último pneu que faltava.

- Tem certeza?

- Si... Espera! Achei. Parece um prego. - Ele levanta uma sobrancelha. - Quer que troca agora, ou acha que dá para aguentar?

- Embora eu te ache completamente sexy quando está trocando o pneu, acho que se a gente for mais devagar conseguimos chegar lá.

- Mas e se estourar?

- E se não? - Ela sorri. - Troca de lugar comigo, eu quero dormir um pouco antes de chegarmos.

Conner concorda e passa para o lado do motorista enquanto Stacy vai para o banco do passageiro. Desse modo, eles continuam o trajeto, ansiosos para chegar na casa de seus amigos.

Enquanto isso, na capital inglesa, Marion e Adam arruma todas as coisas que precisavam. O natal era sempre a melhor época do ano para ela.

- Estou tão feliz que eles aceitaram vir! - Ela fala toda empolgada.

- Dá para perceber. - Ele responde rindo. - É muito bom ver você sorrindo desse jeito! Parece que você fica mais iluminada.

- Sabe o quanto essa data significa para mim, não sabe? Não vejo a hora da véspera chegar.

- Mas isso é daqui dois dias! Se acalma, ou vai acabar passando mal daqui a pouco. - Desenrola mais um pouco do fio de pisca-pisca e entrega para ela. - Vai mesmo decorar a casa por fora também?

- Mas é claro que sim. Esse ano o troféu de casa mais bonita tem que ser meu.

- Outra vez? Ninguém mais tenta competir com você.

Os dois riem.

- Não me importo! Essa decoração vai ficar impecável, então para de falar e começa a estender o fio em volta da parede.

- Sim senhora capitã. - Adam bate continência, oq faz Marion rir.

- Com licença?

Marion e Adam param o que estão fazendo e olham para a calçada, onde uma moça jovem estava parada, olhando para ambos.

- Sim. Podemos ajudar em alguma coisa? - A mulher diz se levantando e batendo as palmas da mão para tirar a sujeira delas.

- Bom, eu sou nova aqui, então estou meio perdida. Podem me ajudar a encontrar essa rua? - Entrega um papel a ela.

- Você já está nela, querida. - Sorri educada e olha o papel novamente. - Quer saber onde é esta casa? - A menina afirma e Marion devolve o papel. - Aquela casa da esquina, mas ela está desocupada.

- É isso mesmo. Estou de mudança para cá. Obrigada pela ajuda é...

- Marion! - Estende a mão para a garota. - E você?

- Sarah. - Diz ela apertando a mão da nova vizinha. - Foi um prazer conhecê-los. Ah! A sua casa está ficando muito bonita. - E então se retira, puxando sua mala e indo para a nova casa.

Assassina de Luxo [Concluído]Onde histórias criam vida. Descubra agora