Capítulo XVII (Travel to Flam)

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ELIJAH MIKAELSON

Planejar essa viagem de última hora foi fácil, pôde parecer difícil para April, mas eu consegui rapidamente alugar um jatinho particular que conseguiu fazer uma rota de vôo que saí pela manhã. Ser vampiro tem suas vantagens e eu vou aproveitá-las com April. Sei que após essa viagem muitas coisas vão mudar.

Após nossa breve ida as compras, voltei para o complexo a fim de arrumar minhas malas. Sou chato com essas coisas e eu sei especificamente o que precisarei ou não na viagem. É um lugar frio, agradável. Vamos ficar um uma casa que April conseguiu e de lá vamos fazer algumas coisas. Espero que consigamos aproveitar. Nós e o lugar.

Depois de tudo pronto, apenas duas malas e a quantidade só passou de uma por conta dos casacos que são grandes e ocupam muito espaço na mala. Desço para comer algo.

Assim que cruzo o corredor, dou de cara com Marcel que sai e nem me nota. Realmente muito distraído para um vampiro evoluído. Logo noto que sua distração tem nome e sobrenome, Rebekah. Ela me olha um pouco assustada por me ver no corredor, mas logo sua postura volta.

— Irmão, que milagre você em casa. Achei que já estivesse morando com a April.  — ela comenta e descemos juntos.

Não gostaria de comentar sobre isso agora.

— Sim, também achei. Mas nem tudo é como queremos. — repondo.

Ela me olha, tentando entender alguma coisa.

— O que está escondendo? Tem a ver com Niklaus, ele está se intrometendo na sua vida novamente? — ela pergunta mais alterada.

Depois que passamos tempo demais nos caixões, Rebekah voltou com bem mais garra do que antes. Já não abaixava a cabeça para Niklaus e seus caprichos. Ela simplesmente manteve sua vontade em primeiro lugar. Se manteve firme em suas escolhas. Correta. Admirava isso nela.

— Não, está tudo bem. Só vim resolver algumas coisas. Irei viajar com ela para Noruega, queria fazer algo antes que... — penso bem no que vou dizer. — mais problemas surjam e eu tenha que me ausentar por completo.

Ela me olha querendo entender as entrelinhas do que disse eu então para na sala.

— Elijah, saiba que acima do meu amor por você está o fato de que admiro seu caráter e suas escolhas. Sei que as vezes todos nós passamos por cima de princípios pela família, mas se eu aprendi algo durante esses longos anos devotando Niklaus e nosso voto, foi que nem sempre vale a pena. — ela abaixa a cabeça. — Sacrifiquei tanto que eu tenho inúmeras sequelas na alma que me tornam a mais medrosa das criaturas. Eu tenho um homem que me ama e que daria o mundo se eu pedisse, mas por outro lado, eu tenho medo de ser quem eu sou porque isso implica no fato de eu não poder ser quem quero ser. Tenho medo de seguir adiante.

Ela está cabisbaixa. Sei que tudo isso afeta demais ela. Sei que Bekah passa muito tempo longe, tentando entender tudo e acima de tudo se entender. Sei que parte dela queria ser como Kol, destemido e sem receio. Largar a família por amor pra ela é como se traísse o que mais ama, a família. Por outro lado, temos suas inseguranças. Bekah nunca escolheu ser vampira, sonha coisas que pra nós são triviais, mas que tem uma importância surreal pra ela. O sonho de ser mãe, ter uma família normal e funcional, coisa que nunca tivemos.

— Eu te entendo. Fique tranquila, a decepção é algo que segue nossa família interna e externamente. — digo com pesar.

— Sabe, — ela faz uma pausa. — Quando Hayley ficou grávida por um instante eu senti inveja dela. — noto seus olhos lacrimejarem. Não era essa conversa que pensei que teríamos. — Ela tinha tudo que eu queria no momento. E acima de tudo, coragem. Quando Hope ficou comigo, por meses eu senti que estava completa. Feliz. Quando entendi o que Hope significava pra todos nós, quando entreguei ela para Hayley, meses depois do nascimento, vi que eu queria aquilo. Eu precisava daquilo. Era mais forte que eu. Só que eu não posso ter. Eu tenho uma coisa, é ruim, é doloroso... Eu não escolhi isso Elijah, o que somos. — ela chora.

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