Os (Des)encontros

Capítulo 10

Não estava muito animado para o jantar hoje, eu estava curioso isso sim ! Queria saber mais da senhorita Machado. Minha namorada até estranhou o entusiasmo, mas era inevitável.

- É a primeira vez o vejo animado para vê seus pais- ela comentou surpresa

- Sabe como que é, faz um tempinho que não passo tempo com eles - digo dando desculpa

- O tempo realmente passa rápido - a diz ajeitando os cabelos

- Num piscar de olhos - ressalto

- Agorinha estamos casando !

Rio nervoso, droga, uns dias atrás eu estava louco de amor será que era mesmo amor?
Agora já não sinto tanta coisas como antes, maldita seja a Machado ! Aquela mulher infiltrou na minha mente, bagunçando tudo.

- Sim, amor - eu disse fingindo animação

- Vou passar o batom e nós vamos, ok?

- Ok.

Eu estava jodido (  fodido)

                                      
                                        [...]

A casa dos Hernández era mesmo linda. O jardim bonito e iluminado, a casa toda branca. Apertei a campainha ao lado da grande porta de madeira e logo fomos atendidos.

- Hijo mío, ¡qué bien que viniste! ( Meu filho, que bom que você veio ! ) - exclamou Dona Blanca batendo palminhas, mesma estava impecável como sempre, em vestido cor de champanhe, joias e cabelo preso muito bem arrumado - Rebeca, que bom vê-la!

Mamãe não gostava muito da Rebeca, mas sempre a tratava com educação e respeito, não falava muito com ela, mas sempre a recebia muito bem pelo menos isso, né ?!

- Entrem, entrem o jantar será servido daqui a pouco.
Entramos na casa, por dentro era mais bonito ainda se era possível.

- Mi amor, eles chegaram !

- Com certeza, meu anjo- disse meu pai se levando da mesa e indo nos cumprimentar, pai parecia cansado - Olá mi  hijo, senhorita Rebeca.

- Boa noite, senhor Carlo e senhora Blanca. - disse a Rebeca, ela estava muito bonita.

- Querida, se não se importa roubarei Ramón de você um pouquinho.

- Não tem problema, senhor Carlo !

Ele sorriu assentindo, meu pai se aproximou de mim, e me chamou até ao escritório. Eu não sabia muito bem os lugares dessa casa, era nova,  como eu ia saber? Provavelmente eu iria perder fácil, do jeito que sou não duvido muito não.
Adentramos que julgo ser o escritório, lógico que é otário, é cego ? Meu pai apontou com a cabeça para eu sentar-me, ele foi fechar a porta e virou pra mim com as mãos pousadas no bolso.

- ¿ Hablaste con la dama? ( Já conversou com a senhorita? ) - perguntou com uma das sobrancelhas arqueadas e fiquei curioso porque   falar assim. Mas eu descartei a pergunta e comecei a falar também com minha língua nativa.

- Si padre. Hablé con ella y cerramos el trato ( Sim, pai. Eu conversei com ela e fechamos o negócio) - respondi - Como senhor entrou em contato com ela?

- Falei com o secretário dela, e soube que ela estava querendo expandir certo projeto.

- Sementes da terra - relembro

- Sim, algo assim.

-Por quis ajudá-la ? - perguntei curioso

- Como tinha dito, eu e o pai dela era muito amigos e não tive mais notícias da família só soube do nome Machado em que chamou atenção, é um sobrenome muito comum no Brasil, mas a semelhança dela com o pai me interessou.

- Ela é brasileira ?

- Você só prestou atenção nisso?

Reverei os olhos - Me responde, mi padre!

- Sim, ela nasceu no Brasil. Não sei em qual região especificamente, mas a esposa de Diego estava grávida, a menina nasceu lá.

- Hum sim, entendi.

Meu pai me encarou e fez uma expressão surpresa.

- ¡ Dios mío, estás interesado en la chica !( Meu Deus, está interessado na moça! ) - exclamou rindo

- O quê?

- Não seja burro, Ramón! - disse dando me repreendendo- Estou falando da Melissa, oras !

Aquele nome fazia minha pressão baixar, também não é pra tanto, mas me causava um certo impacto.

- Lógico que não, pai!

- Eu acho que sim - diz dando um sorrisinho

- Meu assunto com ela é só de negócios!

- E quem estava pensando em outra coisa? - se fez de desentendido sujo!

- Eu sou compromissado, pai! Amo a Rebeca.

- Ama mesmo?

- Sim.

Na verdade nos últimos dias tenho me perguntado isso.. Não era questão da Melissa, mas era uma pergunta que vinha me assombrando Eu a amo mesmo? Antes parecia tão claro pra mim, que hoje já não sei afirmar o mesmo.

- Se você está dizendo, então não tenho que opinar nada, hijo. - diz ele se rendendo

- Pai, como soube que amava a Madre?

- Eu e sua mãe tivemos em época diferente como você. Mas sei que a amava porque eu sentia isso, eu tinha e ainda tenho uma necessidade enorme de tê- la por perto. Demorei muito para descobrir eu não queria aceitar o tal sentimento- ele riu- Mas sabia que eu não podia ficar mais longe dela.

Suspirou apaixonado

E com essa confissão, soube que eu tinha uma decisão a tomar.

Vish