Décimo

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Sakura se afastou rapidamente, os olhos verdes brilhando.

- Todos os homens usam a força quando uma mulher não está disposta? - a voz saiu entre dentes cerrados. - Estou avisando, vou lutar. Talvez não possa impedi-lo, mas posso feri-lo.

Riu suavemente.

- Sei que pode. - Ergueu-lhe um dos punhos cerrados, levou-o aos lábios e beijou cada nó dos dedos. - Amor, não vou força-la. Vou beijá-la e dizer como é linda e fazer tudo em que puder pensar para lhe dar prazer. A primeira vez foi para mim, lembra, mas a segunda é para você. Acha que não posso mostrar?

- Está tentando me seduzir. - acusou.

- Hmmm, está funcionando?

- Não!

- Droga. Então terei de tentar outra coisa, não é? - Riu de novo e pressionou os lábios quentes no punho dela. - É tão doce, mesmo quando está furiosa comigo.

- Não sou! - Protestou, praticamente insultada pelo elogio. - Não há um só osso doce em meu corpo!

- Tem um cheiro doce - enumerou - e um gosto. E a sensação de seu corpo junto ao meu é um doce tormento. Seu nome deveria ser Champanhe em vez de Sakura, porque me deixa tão embriagado que mal sei o que estou fazendo.

- Mentiroso.

- O que fazia para me excitar antes de conhecê-la? Lutar com você faz parecer fácil demais escalar montanhas.

A diversão na voz dele era mais do que conseguia suportar, estava tão confusa e transtornada, mas ele parecia pensar que tudo era engraçado. Virou a cabeça para esconder as lágrimas que se formavam em seus olhos.

- Estou contente por achar tudo engraçado.

- Conversaremos sobre isso mais tarde - e então a beijou. Ficou deitada, rígida em seus braços, recusando-se a permitir que sua boca se suavizasse, e que o corpo se aninhasse ao dele. Depois de um momento, ele se afastou.

- Não me quer de jeito nenhum? - sussurrou, mergulhando o rosto em seus cabelos. - Eu a magoei a noite passada? É isso que está errado?

- Não sei o que está errado! - Exclamou.- Não compreendo o que quero ou o que você quer. Estou fora da minha zona de conforto e não gosto disso!

A frustração que sentia com ela mesma e com ele explodiu e não era nada menos do que a verdade. Sua mente estava tão confusa que nada a agradava, sentia-se violenta, mas sem saber como dar razão a esta violência. Fora violada, ferida e, embora anos se passassem, só agora a raiva surgia e quebrava o gelo onde trancara as emoções. Queria marcá-lo, bater nele porque era um homem, símbolo de tudo o que havia acontecido a ela, mas sabia que era inocente, pelo menos disso. Mas a dominara na noite anterior, manipulando-a com suas mentiras e verdades, e agora estava tentando dominá-la de novo.

Furiosa, empurrou-o e o fez rolar e ficar de costas. Antes que pudesse reagir, estava montada nele, o rosto aceso com a força crua de suas emoções.

- Se há alguma sedução a ser feita, eu a farei! - a voz era cheia de fúria. - Maldito, não ouse se mover!

Os olhos azuis se abriram e uma compreensão total cruzou seu rosto.

- Não me moverei - prometeu, rouco.

Com um rosnado sensual, atacou-o, usando a boca, as mãos e o corpo inteiro. A sexualidade de um homem sempre lhe fora negada, mas agora aquele homem se oferecera em sacrifício, aberto e entregue, e o explorou com uma fome voraz. Muito do corpo dele já conhecia, a força dos músculos lisos sob seus dedos, a aspereza dos pelos em seu peito e pernas, o cheiro masculino que fazia suas narinas tremerem. Mas agora descobria o gosto dele enquanto lhe mordiscava as orelhas, o queixo, a boca, pressionou os lábios contra a suavidade de suas têmporas e sentiu o pulso acelerado loucamente ali. Beijou os seus olhos, a base do pescoço, a volta do ombro, o lado sensível do cotovelo.

In Your ArmsOnde histórias criam vida. Descubra agora